Blog do Flavio Gomes
Indy, IRL, ChampCar...

A NOVA INDY

SÃO PAULO (interessante) – A Indy anunciou hoje que a Dallara ganhou a concorrência para fazer os carros da categoria a partir de 2012. Com uma ideia que me pareceu muito boa. A Dallara faz a “célula de sobrevivência”. A base do chassi, em resumo. E, aí, cada equipe escolhe quem quiser para fazer as carrocerias, asas […]

SÃO PAULO (interessante) – A Indy anunciou hoje que a Dallara ganhou a concorrência para fazer os carros da categoria a partir de 2012. Com uma ideia que me pareceu muito boa. A Dallara faz a “célula de sobrevivência”. A base do chassi, em resumo. E, aí, cada equipe escolhe quem quiser para fazer as carrocerias, asas dianteiras e traseiras, aletas, aletinhas, para espetar o que quiser na estrutura dallariana, enfim.

Para tal, a Dallara está montando uma fábrica em Indianápolis, no autódromo. Portanto, estava na cara que iria ganhar. Os kits aerodinâmicos ficam por conta dos times, o que resulta numa inédita categoria “mista”: monomarca, de certa forma, porque os chassis serão iguais para todos, e multimarca, porque cada um veste o carro como quiser.

Divulgaram alguns números interessantes. O chassi da Dallara vai custar US$ 349 mil, e o carro completo, US$ 385 mil. Segundo a IndyCar, 45% mais baratos que os carros atuais. Cada equipe poderá usar dois kits aerodinâmicos diferentes por temporada, um para ovais, outro para circuitos mistos, sem necessidade de chassi específico para cada tipo de pista. E cada kit deve custar no máximo US$ 70 mil. Outra coisa legal: todos os kits aerodinâmicos feitos pelos fabricantes licenciados devem estar disponíveis para todos os times. Se a Penske começar com o kit Tabajara e quiser mudar para o kit Rebolation, pode. Mais uma boa ideia: rodas protegidas para evitar aqueles toques que resultam em decolagens dos indigitados pilotos.

Os motores terão 6 cilindros e 2,4 litros de capacidade cúbica. Serão turbo, a álcool, com potência entre 550 e 700 hp, com botão de ultrapassagem que despejará 100 hp na hora em que o cabra quiser passar alguém. Não ficou claro, pelo release dos organizadores, se haverá um único fornecedor de motor. Desconfio que não necessariamente, porque Tony Purnell, representante da FIA na discussão toda, mandou um recado para as montadoras: “Que venham a Ford, a GM, a Ferrari, a Lotus. Que venham a Lockheed Martin, Boeing, General Electric. Venham mostrar do que vocês são capazes, queremos todos envolvidos!”, falou, em tom de candidato em campanha.

Sem dúvida, uma forma inteligente de reduzir os custos da categoria e abrir alguma margem para a criatividade e a engenharia automobilística. É capaz de esse tipo de coisa virar tendência.