Blog do Flavio Gomes
Indústria automobilística

ELEIÇÕES 2010 (37) – SUVS RIDÍCULAS

SÃO PAULO (novo recorde?) – Eu estava esperando ansiosamente por esta categoria, e também pela que vem logo a seguir. Para expressar meu imenso carinho por essas trapizongas motorizadas que infestam nossas ruas e entopem nossas garagens. Tenho para mim que há alguma conspiração universal na criação desses carros enormes, feios, gastões e desnecessários. Sei […]

SÃO PAULO (novo recorde?) – Eu estava esperando ansiosamente por esta categoria, e também pela que vem logo a seguir. Para expressar meu imenso carinho por essas trapizongas motorizadas que infestam nossas ruas e entopem nossas garagens.

Tenho para mim que há alguma conspiração universal na criação desses carros enormes, feios, gastões e desnecessários. Sei lá, algum fabricante de aço. Ou de plástico para peças de painel. Ou de couro. Ou de pneus. “Façamos carros grandes, gigantes, para que seja usada mais matéria-prima e todos enchamos o rabo de dinheiro!”, deve ter bradado o líder dessa sociedade secreta que empurrou goela abaixo da indústria as… SUVs!

SUV quer dizer Sport Utility Vehicle, salvo engano. Veículo esportivo e utilitário. Oh. Como ser esportivo e utilitário ao mesmo tempo? Até a criação do nome, da sigla que significa um tipo de automóvel, como coupé, sedã ou roadster, é um deboche. Há que se admitir que a sociedade secreta foi espirituosa nisso. Carro esporte é Ferrari, Porsche, Puma, MG. Utilitário é Rural, Kombi, Chevy 500. Os dois ao mesmo tempo?

Mas conseguiram juntar ambos os conceitos, certamente se mijando de rir, e a patuleia saiu comprando. Vende que nem pão quente. Em SP, é o que mais se vê. Uma façanha fazer com que essas coisas sejam um sucesso, em cidades cada vez mais abarrotadas, clamando por espaço. E pensar que nos anos 60 as previsões indicavam que os carros do futuro seriam minúsculos, urbanos, ágeis, econômicos.

Bem, vamos aos candidatos. Não foi fácil chegar a apenas três, porque hoje praticamente toda montadora tem em seu cardápio uma SUV ridícula. Mas a Tucson é uma ótima representante, com sua extensa palheta de cores (preto e prata). A Cayenne é o símbolo maior do engodo, nascida das pranchetas de Stuttgart para salvar a Porsche e embromar os americanos. Acertaram na mosca. Por fim, escolhi uma que prima pelo design assombroso, a Kia Sportage, que encanta pela harmonia entre, hã, as lanternas e o carpete.