Blog do Flavio Gomes
Automobilismo brasileiro

LONGA VIDA À VEE

SÃO PAULO (que cresça e se multiplique) – Não pode passar sem um registro repleto de emoção a estreia da Fórmula Vee, domingo em Interlagos. Com nosso velho conhecido Mestre Joca à frente, a categoria deu seus primeiros passos. Não é fácil, nada é. Fazer automobilismo no Brasil, então… Mas a turma conseguiu, e embora […]

SÃO PAULO (que cresça e se multiplique) – Não pode passar sem um registro repleto de emoção a estreia da Fórmula Vee, domingo em Interlagos. Com nosso velho conhecido Mestre Joca à frente, a categoria deu seus primeiros passos. Não é fácil, nada é. Fazer automobilismo no Brasil, então… Mas a turma conseguiu, e embora o grid tenha sido magro, ele existiu. Isso basta, num primeiro momento. Foram sete carros, alguns quebraram, quatro chegaram ao final e o Nenê Finotti ganhou a primeira prova da história de uma categoria que pretende reviver os bons tempos da Fórmula Vê, com monopostos empurrados por motores VW a ar de 1.600 cc de cilindrada.

Acompanhei de longe a epopeia baseada em Piracicaba, um sonho que nasceu nove meses atrás e se concretizou com a prova de abertura do campeonato. O carrinho é simpático, virou em 2min20s nessa primeira corrida e tende, claro, a melhorar. Mas isso é o de menos. Merece aplausos de todos o esforço, a dedicação, a busca tenaz pela realização de algo que muita gente considerava impossível. Meu amigo e manager Luiz Salomônico costuma pregar que o mundo é dividido em dois tipos de pessoas: os que fazem e os que dizem que vão fazer. Essa turma pertence ao primeiro grupo.

Se vai dar certo? Ora, bolas, já deu! “Dar certo”, quando se fala em corrida no Brasil, é expressão vaga e repleta de julgamentos subjetivos. Pelos meus critérios automobilísticos e pessoais nem sempre bem compreendidos, “dar certo” é permitir que as pessoas se divirtam com segurança e competitividade, que vivam bons momentos, que experimentem a sensação inigualável de sentar num automóvel cuja única razão de ser é ser veloz, o mais veloz possível, ainda que essa velocidade, para quem está do lado de fora, não pareça alucinante, estrondosa, emocionante.

Mas é, e só quem se vê a sós com um carro de corrida, qualquer um, diante de uma pista sem fim, sabe do que estou falando.

Boa sorte ao Joca e sua trupe. Longa vida ao automobilismo de verdade.