Blog do Flavio Gomes
F-1

SEPANGUINHAS (2)

SÃO PAULO (outono, outono) – Pois vamos lá. Vettel é um monstrinho, não? Danado, diria minha avó. Foi à pole pela 17ª vez na carreira, e foi muito mais difícil do que se poderia imaginar. Foi difícil porque a McLaren está melhor do que se poderia imaginar, também. Depois de algumas sessões de autoesculacho na […]

SÃO PAULO (outono, outono) – Pois vamos lá. Vettel é um monstrinho, não? Danado, diria minha avó. Foi à pole pela 17ª vez na carreira, e foi muito mais difícil do que se poderia imaginar.

Foi difícil porque a McLaren está melhor do que se poderia imaginar, também. Depois de algumas sessões de autoesculacho na pré-temporada, Hamilton e Button receberam já na Austrália um carro danado de bão, também. Como diria minha avó.

E, assim, foi graças ao talento bem acima da média que Vettel conseguiu bater ambos, e por pentelhésimos, depois de uma batalha bonita em Sepang. Não fosse o KERS, não conseguiria. Foi o que ele mesmo disse. É que o KERS mclariano é bão de doer, como dizia minha avó.

Tô brincando, minha avó não dizia bão e nem gostava de F-1.

Vettel x Hamilton é o que está pintando de briga neste ano, embora eu ainda ache que a Red Bull tenha mais carro. Mas é ótimo ver a McLaren perto, porque é uma chance de impedir o domínio especulado na coluna de ontem. E Button também pode entrar na briga, porque de bobo não tem nada. Webber? Um pouco mais para trás. Talvez venha a ser um fator atrapalhador de mclarens, ajudando Tião Alemão. Mas é cedo para querer adivinhar o futuro. Deixemos o futuro para lá.

Vettel, Hamilton, Webber e Button formam as duas filas. Alonso, coitado, ficou em quinto, quase 1s atrás. A imagem de El Fodón sentado, desolado, vendo a tela de tempos, é, como gostam de dizer os eruditos, emblemática. Estou pensando em promovê-lo de El Fodón de las Astúrias a El Fodidón de Maranello. “Onde fui me meter?”, deve pensar o espanhol.

Brincadeira, a Ferrari tem como reagir nos próximos cinco anos, Fernandinho, relaxa.

Heidfeld em sexto. Uai, ele não era um desastre? Eram os defensores de Bruno Senna que alardeavam isso depois da Austrália. Não, não é um desastre. Heidfeld vai fazer muitos pontos neste ano. Massa em sétimo, normal. Se Alonso apanha do carro, Felipe apanha mais ainda. Mas, para o brasileiro, tem sido um fim de semana mais positivo do que o de Melbourne. Ele andou em quase todos os treinos à frente de Alonso e não ficou muito distante no cronômetro na classificação.

Fechando os dez primeiros, Petrov (danadov, diria minha avó), Rosberguinho e o mítico Kobayashi. Este é o quadro de 2011: as três grandes atuais, Red Bull, McLaren e Ferrari, as duas quase-grandes, Mercedes e Renault, e um ou outro beliscando o Q3. E o que dança deve ser sempre crucificado. No caso, hoje, Schumacher.

Ô Schumacher, tá feia a coisa, não?

O Q2 limou o alemão, as duas Toro Rosso, as duas Force India, Pérez, que começou bem e acabou mal, e Barrichello. Rubens merece algumas linhas. Em entrevista à Globo, senti que ele está desanimado. É raro, isso. Barrichello é um otimista por natureza. Se ele está desanimado, é porque as perspectivas da Williams são sombrias. Tanto que Maldonado foi o exilado no Q1, se juntando ao sexteto nanico dos pilotos da Virgin, Lotus e Hispania.

Nesse sexteto, palmas para a Hispania, que ela merece. Eu achava que não iria largar em nenhum GP. Colocou os dois dentro dos 107%, façanha maior do que a pole de Vettel, considerando-se que esse carro mal andou. E com alguma folguinha. Proeza digna de nota.

Vettel é favorito à vitória. Mas não favoritíssimo. Favorito. Ele que se cuide com a McLaren. Pode ser que chova. Isso muda tudo, em geral. Dependendo do momento em que vier a água, claro. Vai ser uma boa corrida, espero. E aproveito para avisar à macacada que a partir desta prova a rádio onde trabalho, Estadão/ESPN, vai transmitir todas as etapas do Mundial. Abrimos nossos trabalhos às 4h pelos 700 kHz no AM e 92,9 KHz no FM, aqui em São Paulo. Para ouvir pela internet, é só entrar aqui.