Blog do Flavio Gomes
Cinema

O FILME MISTERIOSO

SÃO PAULO (não faça em casa) – Nos primórdios do blog, acho que esse vídeo foi o primeiro que postei. Hoje o brother Alexandre Chaud, que corre na Classic Cup, espalhou o link por e-mail para a pilotaiada. Muita gente, pois, ainda não conhecia. Então vale o repeteco. Assista primeiro, e depois volte aqui. Assistiu? […]

SÃO PAULO (não faça em casa) – Nos primórdios do blog, acho que esse vídeo foi o primeiro que postei. Hoje o brother Alexandre Chaud, que corre na Classic Cup, espalhou o link por e-mail para a pilotaiada. Muita gente, pois, ainda não conhecia. Então vale o repeteco.

Assista primeiro, e depois volte aqui.

Assistiu? Alucinante, não? Uma baita irresponsabilidade. Merecia cadeia, claro. Mas… Mas estamos falando de outro mundo, de 1976. Paris em 1976, 5h30. Claude Lelouch, o cineasta, teve a ideia de fazer essa maluquice na noite anterior. Quando lançou o filme, foi preso, de fato. Mas fez a bagaça em nome do cinema. Não foi uma babaquice gratuita.

Bem, a intenção aqui não é abrir uma discussão sobre a maluquice em si, mas sim falar um pouco mais do filme.

“C’était un rendez-vous” virou cult e muitos mitos sobre o filme se criaram ao longo dos anos. Em 2006, quando dos 30 anos de sua realização, Lelouch deu essa entrevista aqui desvendando alguns mistérios. O primeiro deles, sobre o carro. Especulou-se durante décadas que era uma Ferrari 276GTB, por causa do ronco e das trocas de marcha. Na verdade, Lelouch diz que era uma Mercedes 450SEL, que pertencia a ele. Outro mito é o de que o cara ao volante era um piloto de F-1 da época: Ickx, Beltoise, Laffite…

Nada disso. Era mesmo Lelouch dirigindo, com mais dois assistentes apavorados dentro do carro. O ronco se explica na sonorização posterior, quando finalizou o filme. O diretor colocou o som de uma Ferrari para dar uma sensação de esportividade e velocidade. Segundo ele, a Mercedes tinha uma suspensão hidropneumática que era ideal para evitar que a câmera vibrasse muito.

Não há enormes mistérios, pois. Não era Ferrari, era Mercedes; não era um piloto de F-1, era ele mesmo.

A não ser que Lelouch esteja mentindo há 35 anos. E eu não duvido…