Blog do Flavio Gomes
F-1

A SAGA DA MÃO

SÃO PAULO (quinta dos infernos) – Kubica vai dizer à Renault se pode correr em 2012 em novembro. Daqui a um ou dois meses, portanto. A recuperação vem sendo boa. Seu médico diz ter certeza que o polonês vai conseguir. Mas lendo as declarações de seu empresário, juro que não consigo ficar otimista. Ele só […]

SÃO PAULO (quinta dos infernos)Kubica vai dizer à Renault se pode correr em 2012 em novembro. Daqui a um ou dois meses, portanto. A recuperação vem sendo boa. Seu médico diz ter certeza que o polonês vai conseguir. Mas lendo as declarações de seu empresário, juro que não consigo ficar otimista. Ele só agora está conseguindo flexionar o cotovelo direito. Os movimentos da mão ainda não foram recuperados plenamente, longe disso.

Acho difícil demais, mas nunca torci tanto para estar redondamente enganado. E é claro que meu achismo não tem base científica nenhuma, porque não sei exatamente como ele está, e mesmo se soubesse não teria condições técnicas de avaliar nada.

Mas sei que a F-1 exige atletas 100% funcionais. 100% mesmo. O cara não pode nem ter rinite ou unha encravada. A extensão dos ferimentos de Kubica foi enorme, em pontos vitais para um piloto. Há casos exemplares e comoventes de superação, o maior deles Zanardi, que sem as pernas voltou a correr. Mas de Turismo, num carro adaptado, e sem um nível de performance altíssimo. Algo aceitável no WTCC, mas que a F-1 não engole. A F-1 é chata e exige nível de performance altíssimo para qualquer piloto. E não dá para adaptar muita coisa num monoposto cheio de minúcias.

Mesmo assim, as notícias, corridas à parte, são ótimas. Robert vai poder ter uma vida normal. Mesmo se não voltar à F-1. Até porque a vida na F-1 não tem nada de normal.

E é lógico que seu caso terá influência no futuro de alguns pilotos candidatos à vaga que é dele enquanto o doloroso “não” definitivo não for dado. “Não” que, insisto, tomara que fique apenas no meu achismo fatalista.