Blog do Flavio Gomes
F-1

ITÁLICAS (3)

SÃO PAULO (bico) – Décima pole em 13 corridas e, desculpem o clichê, com requintes de crueldade. Clichê mesmo, porque Vettel não tem nada de cruel, é rapaz amistoso que, de acordo com entrevista publicada pela “Playboy” alemã, tem como carro predileto uma… Kombi. Isso mesmo: Kombi. Mas os requintes de crueldade vieram no cronômetro […]

SÃO PAULO (bico) – Décima pole em 13 corridas e, desculpem o clichê, com requintes de crueldade. Clichê mesmo, porque Vettel não tem nada de cruel, é rapaz amistoso que, de acordo com entrevista publicada pela “Playboy” alemã, tem como carro predileto uma… Kombi. Isso mesmo: Kombi.

Mas os requintes de crueldade vieram no cronômetro hoje em Monza. Tião Alemão já tinha 1min22s613 quando voltou à pista para humilhar ele mesmo, baixando seu tempo para 1min22s275. Enfiou 0s450 em Hamilton, o segundo, e 0s502 em Button, o terceiro. Meio segundo em Monza é coisa pra dedéu. E foram quase 0s7 sobre o pobre e desolado canguru Webber.

Nos últimos dez anos, o pole venceu o GP da Itália sete vezes. Não há nenhuma indicação de que será diferente amanhã, ainda mais numa pista que não oferece grandes alternativas estratégicas. A FIA e a Pirelli proibiram cambagem excessiva, e por isso todo mundo sai com os pneus mais ou menos iguais.

Quem inventou foi Rosberguinho, nono no grid, que vai largar de médios. O único, diga-se. Fará um longo primeiro stint. Talvez pare menos que os outros. Mas não sei se vai compensar tanto assim. Acho que a tática padrão será de duas paradas, no más. Talvez ele arrisque uma.

A classificação de hoje mostrou a força dos motores Mercedes na McLaren, como se esperava, mas não foi o bastante para derrubar Vettel, que chegou a 25 poles na carreira. Ele deixou para trás Lauda e Piquet-pai nas estatísticas. Está em oitavo no quesito. Mais duas, e bate Hakkinen. Mais cinco, passa Fangio. É danado, esse menino.

Hoje foi um daqueles treinos em que a lógica prevaleceu em quase tudo. As três grandes e duas médias (Red Bull, McLaren e Ferrari; Mercedes e Renault) colocaram suas duplas no Q3. Monza é um circuito fácil e se o piloto não faz nenhuma besteira, acaba andando bem perto do limite de seu carro. É só enfiar o pé nas retas e fazer as chicanes, para coroar uma boa volta na Parabólica, curva fácil e vistosa. Daí que a ordem de largada é mais ou menos a ordem que se vê na classificação do Mundial, por equipes.

A destacar a presença de Bruno Senna pela segunda vez entre os dez primeiros, embora atrás de Petrov, desta vez. Ele passou ao Q3 na bacia das almas, mostrando frieza e determinação. Foi nos instantes finais do Q2, uma pressão que muitas vezes pode afetar almas menos preparadas.

A decepção do dia foi a Force India, que tem a fama de andar bem em pistas de alta como Monza. Resta Um e seu parceiro Sutil empacaram no Q2. Mau resultado.

E a Ferrari? Fez a dela, que ultimamente não é grande coisa. Alonso quarto, Massa sexto, chances de vitória próximas do zero, de pódio, remotíssimas.

Não deveremos ter uma prova muito emocionante, não.