Blog do Flavio Gomes
Nas asas

NAS ASAS

SÃO PAULO (isso me deixa triste) – Já falei aqui mais de uma vez que algumas coisas não deveriam fechar nunca, como companhias aéreas, bares, cinemas. Bom, a VASP foi irremediavelmente para o buraco, depois de ser criminosamente privatizada por já não sei qual governador (Quércia?), vendida a gente do mal, que acabou em poucos […]

SÃO PAULO (isso me deixa triste) – Já falei aqui mais de uma vez que algumas coisas não deveriam fechar nunca, como companhias aéreas, bares, cinemas. Bom, a VASP foi irremediavelmente para o buraco, depois de ser criminosamente privatizada por já não sei qual governador (Quércia?), vendida a gente do mal, que acabou em poucos anos com décadas de história e bons serviços. Lembram do jingle? “A VASP abre suas asas, sua ternura/Pra você ganhar altura…” É de chorar, só de ouvir.

Wagner Canhedo foi quem matou a VASP. Foi o cara que comprou a empresa, se bem me lembro, com dinheiro emprestado pelo próprio governo de SP. Uma coisa. Por onde anda o tipo? Vivo ainda? Pagando as dívidas? Que torre no mármore do inferno.

Segunda-feira vão começar a leiloar objetos da massa falida da empresa. Os prédios em Congonhas serão esvaziados, os credores e ex-funcionários têm de ser pagos, claro. Os lotes incluem roupões, louças, talheres, maquetes, cartões de embarque, passagens, folhetos, quadros, material impresso, galhardetes, móveis de escritório… Vou ver se compro alguma coisinha para guardar de lembrança. Os aviões abandonados em aeroportos estão virando sucata desde o mês passado, sendo desmanchados para desocupar espaço. As fotos são de uma tristeza desoladora.

A Vasp foi, a velha Varig, a Transbrasil também, tantas outras. Ficamos com as barrinhas de cereal. E com os olhos cheios d’água quando vemos velhos comerciais de uma empresa tão querida. Eu, pelo menos, fico.