Blog do Flavio Gomes
F-1

BUDDHZ GRILA (3)

SÃO PAULO (nebuloso) – Putz. Que corrida chata. Curioso, isso. A pista é legal, cheia dos relevos, das curvas, das retas e dos “S”, mas a corrida foi uma bomba. Talvez porque a Pirelli tenha sido um pouco cautelosa demais nos pneus, o que é mais do que compreensível, tratando-se de um circuito novo. Mas não sei […]

SÃO PAULO (nebuloso) – Putz. Que corrida chata. Curioso, isso. A pista é legal, cheia dos relevos, das curvas, das retas e dos “S”, mas a corrida foi uma bomba. Talvez porque a Pirelli tenha sido um pouco cautelosa demais nos pneus, o que é mais do que compreensível, tratando-se de um circuito novo.

Mas não sei se foi só isso. Já tem algum tempo que as provas têm sido menos legais, bem menos, que no início da temporada. Acho que todo mundo aprendeu a lidar com a borracha que se desmancha, com as asas móveis e com o KERS. Quando as coisas se tornam conhecidas, fica mais fácil de lidar. A FIA que invente algo novo para 2012. E para 2013. E quando mais for necessário.

Vettel ganhou fácil, e olha lá que coisa mais fofa: bateu mais um recorde, o de voltas na liderança na mesma temporada. Chegou a 711, contra as 693 lideradas por Mansell em 1992. E pela primeira vez conseguiu um Grand Chelem (nunca, repito, nunca me perguntem a origem dessas expressões; não tenho saco para explicar, e quando são necessárias explicações os textos ficam enormes, truncados, cheios de vírgulas, apostos, exemplos históricos, referências, atrapalha a leitura explicar essas coisas; sendo assim, em nome do bom texto, fluido e agradável, nunca mais me perguntem o que é Chelem, ou Grand Slam, ou qualquer outra dessas, por que se chama Chelem e não Shalom, por exemplo, Slam e não Spam, eu não sei e tenho raiva de quem sabe), que vem a ser a obtenção de vitória, pole e liderança em todas as voltas de um GP, o que é algo… sei lá, meio raro, mas não tão espantoso assim tratando-se de Vettel e Red Bull no ano 2011 d.C..

Não houve nenhuma briga digna de nota em Buddh, nem mesmo entre Massa e Hamilton, que novamente se tocaram quando o inglês tentava uma ultrapassagem. Felipe bateu a porta na sua cara e foi considerado culpado pelos comissários. Não ouvi e nem li ainda as declarações de ambos, mas não importa. Não acho que ninguém tinha de ser punido. Se vão punir cada tentativa de ultrapassagem numa corrida, as coisas ficarão ainda mais chatas do que já estão. Bom mesmo foi Mr. Bean e suas caretas nos boxes. A melhor coisa do domingo.

Mas acho que Massa vai reclamar. Talvez alegue que não viu Lewis, mas acho que viu. Pela imagem, nota-se que ele olha para o lado e percebe a presença de um carro prateado. Não alivia, assim como Hamilton, e há o toque. Os dois continuaram na prova. O brasileiro nem posição perdeu.

Mas perdeu a cabeça, porque depois do drive-through mirou numa zebra de forma pouco usual e arrebentou a suspensão de seu carro, como fizera no sábado. Só que em vez da direita, estourou a esquerda. Como todos os pilotos passaram por lá o fim de semana todo e ninguém quebrou nada, que se perdoem as zebras e jogue-e nas costas do piloto a responsa. Felipe é que estava, de novo, num fim de semana ruim. Bem ruim.

Como ruins foram as corridas de Senninha e Barrichello, ambos fora dos pontos e com desempenhos que não merecem maiores comentários. Bem foi Schumacher, quinto, na frente de Rosberguinho. Alguersuari idem, em oitavo. Vai de vento em popa o espanholzinho neste final de ano.

Por fim, o pódio. Button deu mais um passo para o vice, e merece. Alonso passou Webber no segundo pit stop e levou o troféu que poderia ter ficado com o canguru desolado, se este fosse um piloto um pouco melhor. Mark não ser vice-campeão com esse carro é uma aberração. Seu companheiro ganhou 11 corridas no ano. Ele não venceu nenhuma. Outra aberração. Mas para a Red Bull, está ótimo. Não incomoda e deixa mais espaço nas estantes para troféus de primeiro lugar.

Está bem aborrecido este final de campeonato, sejamos honestos. Podiam cancelar as últimas duas provas que ninguém sentiria muita falta. Apesar do entusiasmo do início da temporada, com corridas espetaculares, creio que no balanço das horas a gente vai lembrar com mais carinho da temporada de 2010, com sua decisão na etapa final, do que deste Mundial que vai terminando num desânimo só.