Blog do Flavio Gomes
F-1

FIM DE FEIRA (19)

SÃO PAULO (sei, sei…) – Ah, Red Bull… Que puta cascata. A corrida inteira dizendo que o Vettel tinha problema de câmbio só para justificar a entrega da vitória a Webber, nosso desolado canguru, que ganhou a sua no ano. Vettel disse que estava com problemas mesmo, ficou batendo nessa tecla em todas as entrevistas, […]

SÃO PAULO (sei, sei…) – Ah, Red Bull… Que puta cascata. A corrida inteira dizendo que o Vettel tinha problema de câmbio só para justificar a entrega da vitória a Webber, nosso desolado canguru, que ganhou a sua no ano. Vettel disse que estava com problemas mesmo, ficou batendo nessa tecla em todas as entrevistas, mas… virando os tempos que virou? Ah, Red Bull… Pândegos. Mas tudo bem. A dobradinha, terceira no ano, fez justiça a uma equipe que engoliu as demais em 2011.

Aos números, para não esquecer nenhum: sétima vitória do Webber, segunda no Brasil, terceira da Red Bull em Interlagos — seguida, diga-se. E 12ª na temporada para o time.

Foi uma grande corrida? Não. Não choveu. Os meteorologistas erraram todos. E a asa móvel, em quem se apostava tanto, foi pouco útil na Reta Oposta porque, na prática, é uma reta curta. Para o Meianov, é longuíssima. Não acaba nunca. Mas num F-1, passa num estalar de dedos. O melhor ponto de ultrapassagem foi novamente a freada do S do Senna, um ponto natural, no fim de um trecho em subida muito longo, onde o piloto mais boludo, como dizem os espanhóis (nem sei se são os espanhóis que dizem boludo, mas que seja; boludo, o que tem bolas, pronto), freia mais dentro e leva.

Numa dessas, Schumacher e Senninha se tocaram. Michael foi por fora, porque Bruno se defendeu da maneira natural, tomando a trajetória interna. Não achei que tinham de punir ninguém. Schumacher passou, Bruno não conseguiu recolher a tempo, houve o toque da roda no pneu traseiro, o furo no alemão, o cartão amarelo para o primeiro-sobrinho com um drive-through — um Big Mac e uma batata pequena, sem refrigerante, vou pagar em dinheiro, não quero nota fiscal paulista, obrigado.

Michael foi gentil e sensato. “Falta de experiência, acontece”, falou. Bruno ficou pistola. “Não entendi, me surpreendeu a decisão dos comissários, foi um acidente de corrida.” Concordo. Mas, na hora, falei na rádia: vão punir o Bruno, porque na cabeça da FIA, a consequência de um toque é que determina as punições, e não a culpabilidade. Batata.

Voltemos a Vettel e seu teatrinho ridículo. Na 14ª volta começaram a falar pelo rádio que o câmbio estava com problemas. Mas os tempos de volta mantinham-se do mesmo jeito. Na volta 30, Webber passou. Tião virou 1min19s136. Depois, voltou a fazer voltas em 1min16s, como Mark e os demais. Puta cascata.

Webber nem comemorou muito quando saiu do carro. Piloto não é bobo, sabe das coisas. No pódio, estava mais alegrinho.

Vão comentando aí, que volto daqui a pouco.