Aos números, para não esquecer nenhum: sétima vitória do Webber, segunda no Brasil, terceira da Red Bull em Interlagos — seguida, diga-se. E 12ª na temporada para o time.
Foi uma grande corrida? Não. Não choveu. Os meteorologistas erraram todos. E a asa móvel, em quem se apostava tanto, foi pouco útil na Reta Oposta porque, na prática, é uma reta curta. Para o Meianov, é longuíssima. Não acaba nunca. Mas num F-1, passa num estalar de dedos. O melhor ponto de ultrapassagem foi novamente a freada do S do Senna, um ponto natural, no fim de um trecho em subida muito longo, onde o piloto mais boludo, como dizem os espanhóis (nem sei se são os espanhóis que dizem boludo, mas que seja; boludo, o que tem bolas, pronto), freia mais dentro e leva.
Numa dessas, Schumacher e Senninha se tocaram. Michael foi por fora, porque Bruno se defendeu da maneira natural, tomando a trajetória interna. Não achei que tinham de punir ninguém. Schumacher passou, Bruno não conseguiu recolher a tempo, houve o toque da roda no pneu traseiro, o furo no alemão, o cartão amarelo para o primeiro-sobrinho com um drive-through — um Big Mac e uma batata pequena, sem refrigerante, vou pagar em dinheiro, não quero nota fiscal paulista, obrigado.
Michael foi gentil e sensato. “Falta de experiência, acontece”, falou. Bruno ficou pistola. “Não entendi, me surpreendeu a decisão dos comissários, foi um acidente de corrida.” Concordo. Mas, na hora, falei na rádia: vão punir o Bruno, porque na cabeça da FIA, a consequência de um toque é que determina as punições, e não a culpabilidade. Batata.
Voltemos a Vettel e seu teatrinho ridículo. Na 14ª volta começaram a falar pelo rádio que o câmbio estava com problemas. Mas os tempos de volta mantinham-se do mesmo jeito. Na volta 30, Webber passou. Tião virou 1min19s136. Depois, voltou a fazer voltas em 1min16s, como Mark e os demais. Puta cascata.
Webber nem comemorou muito quando saiu do carro. Piloto não é bobo, sabe das coisas. No pódio, estava mais alegrinho.
Vão comentando aí, que volto daqui a pouco.