SÃO PAULO (mas não é) – Neste fim de semana termina em Interlagos a temporada 2011 da Porsche GT3 Cup Challenge Brasil. O brother Luciano Monteiro escreveu um post apaixonado sobre a categoria no seu blog. Não há motivo nenhum para duvidar do afeto e da admiração de Luc-Luc por toda essa turma, alguns que conheço bem — como o mentor de tudo isso, o incansável Dener Pires, acima de tudo um devoto da marca, mais o Pandini, que cuida da comunicação, além de alguns pilotos, mecânicos, gente envolvida de alguma forma.
Os eventos Porsche no Brasil são bem-sucedidos, não há dúvida. Grids cheios, tudo funciona direitinho, carros atualizados e tal. Mas reparem na foto de fim de ano aí embaixo, do serelepe Luca Bassani: os clássicos à frente, os carros de competição alinhados, os caminhões lá no fundo, o pessoal sorridente, ansioso pelo ano que vem. E arquibancadas absolutamente vazias. Zero de público. Zero.
(Sobre isso, leiam o anexo ATUALIZANDO no fim do post, que explica as arquibancadas vazias.)
Não é só resultado do desinteresse pelo automobilismo, que isso a gente percebe em quase todas as corridas do país. É também uma política da categoria: fazer eventos praticamente fechados, exclusivos para pilotos e proprietários de carros da marca. Não que sejam vetados ao público. Mas público não é prioridade. A louvar, neste caso, o fato de que o pessoal da Porsche não finge ser o que não é; não propaga via press-releases a “incrível popularidade” de suas corridas, como fazem outras séries de arquibancadas igualmente às moscas por todo o país. Assume o caráter elitista do campeonato, mesmo sendo o preço disso uma certa antipatia por parte de quem curte corridas de qualquer coisa. É honesto, pelo menos.
Mas que seria legal ver um monte de gente assistindo, seria.
O Luciano Monteiro informa que a foto foi feita na sexta de manhã e, realmente, não haveria público nenhum. Concordo, é claro. E informa também que o evento não é fechado. Eu talvez tenha me expressado mal. Não estou criticando a Porsche. A essência do post é chamar a atenção para o momento do automobilismo nacional, que não desperta grande interesse em ninguém a ponto de milhares de pessoas saírem de suas casas para ver corridas. O autódromo estava liberado para quem quis ver as provas no fim de semana, de graça. E não tinha quase ninguém. O que quis dizer é que muitas dessas categorias monomarca (Porsche, Audi, Mercedes…) hoje são promovidas para quem corre, e não para quem quer ver. É isso. Já mudei o texto acima, para não cometer injustiças.