Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

A RESPOSTA DO EMERSON

SÃO PAULO (todos os lados) – A empresa de Emerson Fittipaldi divulgou nota hoje sobre o bafafá de ontem relativo à aprovação, pelo Ministério do Esporte, de projeto de patrocínio para seu neto que permite a captação de R$ 1 milhão na forma de renúncia fiscal. Segue, e depois eu volto. Em relação à reportagem […]

SÃO PAULO (todos os lados) – A empresa de Emerson Fittipaldi divulgou nota hoje sobre o bafafá de ontem relativo à aprovação, pelo Ministério do Esporte, de projeto de patrocínio para seu neto que permite a captação de R$ 1 milhão na forma de renúncia fiscal. Segue, e depois eu volto.

Em relação à reportagem recente na imprensa sobre a Lei de Incentivo ao Esporte e o piloto Pietro Fittipaldi, é preciso esclarecer alguns fatos.

O Ministério do Esporte, através da Lei de Incentivo ao Esporte, autorizou a captação de verba para patrocinar o piloto Pietro Fittipaldi, de apenas 15 anos, que ganhou o campeonato no seu primeiro ano como profissional em uma categoria de acesso da NASCAR. Tudo dentro da mais absoluta legalidade e das melhores práticas. O mecanismo desta lei, é importante frisar, não leva recursos públicos ao beneficiário. Emprega o direito adquirido pelas empresas brasileiras de utilizar parte do imposto de renda devido para apoiar projetos esportivos.

Captar patrocínios num campeonato como os de acesso à NASCAR é tarefa dificílima, uma vez que as corridas não têm cobertura da imprensa ou são transmitidas pela TV. Até o momento, a carreira de Pietro foi financiada pela família e por um grupo de pequenos patrocínios. Nesta nova etapa profissional, contudo, os custos são significativamente maiores que os de 2011. E, neste cenário, os recursos da família se tornam escassos. Por estas razões, utilizou-se o mecanismo de captação através da Lei de Incentivo ao Esporte.

O investimento na carreira de Pietro também tem como objetivo divulgar a trajetória de um brasileiro, inspirando e abrindo uma nova porta para jovens talentos. Afinal, é muito importante que o Brasil tenha representantes em outras categorias do automobilismo mundial.

Além disso, é importante ressaltar a importância econômica do automobilismo mundial, desde o kart até a Fórmula 1. Esta cadeia é responsável por uma enorme geração de empregos, sustentando milhares de famílias, no Brasil e no restante do mundo. Não é à toa que vemos países como Venezuela, Índia e Malásia e outros tantos com programas de ajuda a jovens pilotos, do primeiro degrau da carreira até a F-1 ou F-Indy, utilizando inclusive dinheiro do próprio governo.

Os pilotos do Brasil, nos últimos 40 anos, ganharam respeito e admiração em todo o planeta. Hoje, o talento de um piloto brasileiro é celebrado no exterior tanto quanto o de nossos jogadores de futebol. E Pietro, que já é reconhecido como uma grande promessa, vai continuar em sua carreira brilhante, para levar o Brasil ao ponto mais alto do pódio.

Em tempo: Pietro tem passaporte brasileiro e em suas vitórias exibe orgulhosamente a bandeira do Brasil.

EF Marketing e Comunicação Ltda.

Na boa, os argumentos são mequetrefes. Essa história de “cadeia responsável por geração de empregos” até serviria para disfarçar a coisa, mas é bom lembrar que o menino corre nos EUA e não creio que vá empregar tantos cidadãos brasileiros assim numa equipe de Nascar. Mas como eu disse ontem, Emerson tem todo o direito de apresentar um projeto, uma vez que a lei vale para todos. Não deveria, porque com o nome que tem poderia sair no mercado atrás de patrocínios, ponto. Mas preferiu se escorar nessa mamata que o ministério deveria vetar, como expliquei ontem, mas não veta porque projetos tecnicamente bem apresentados sempre são aprovados — não há a menor preocupação social dos membros da comissão que aprova; se houvesse, mandariam os Fittipaldi passearem, assim como tantos outros.

Melhor fez o Galvão Bueno, que percebeu que ficaria mal recorrer a renúncia fiscal através de uma ONG para financiar uma escola de pilotos. Decidiu não levar o projeto adiante. Não deveria nem tê-lo apresentado, mas pelo menos se tocou.