SÃO PAULO (não me espanta, porém) – Estarrecedora a reportagem de Agostinho Teixeira, da Rádio Bandeirantes, sobre o comércio de carros apreendidos em São Paulo, nossa aprazível cidade administrada por consórcio sediado no nebuloso sultanato do Tucanistão.
Nunca tantos automóveis foram recolhidos na cidade como nos últimos meses. Em boa parte das vezes, os proprietários são literalmente ignorados pelos funcionários das subprefeituras, todas elas comandadas por ex-oficiais da PM aposentados. Eles escolhem carros que acham que estão abandonados, seguindo seus critérios muito particulares, e recolhem. Ponto. Foi o caso do nosso blogueiro Elder Pessoa, cuja história foi contada aqui no final de maio. Aliás, gostaria de saber no que deu seu calvário para recuperar o Fusca “Rat” que levaram da porta de sua casa. Emplacado e licenciado.
O esquema é simples, segundo o funcionário do consórcio demotucano (também conhecido como “Prefeitura”) com quem Agostinho conversa na reportagem. O pobre diabo que tem um carro levado precisa pagar 12 mil reais de multa. Muitas vezes o veículo não vale isso, e acaba sendo abandonado pelo proprietário nos pátios de Kassabland. Deveriam ir a leilão, segundo a lei. Mas o controle desse, digamos, “acervo” deve ser nulo. Então, os funcionários kassabenses vendem os carros a particulares. Em dinheiro, claro. Milão leva.
Tem eleição daqui a 13 dias. Vamos ver se essa turma vai continuar dando as cartas por estas bandas.
Para ouvir a reportagem, clique aqui.