Blog do Flavio Gomes
F-1

SESSÃO CORUJA (5)

SÃO PAULO (decurso de prazo) – O GP de Cingapura estourou o tempo de duas horas por conta de dois safety-cars que na prática não mudaram tanto assim o destino da corrida, cujo percurso caiu de 61 para 59 voltas. Primeiro foi Karthineyan que bateu sozinho. Depois, Schumacher que encheu a traseira de Vergne. Pediu […]

SÃO PAULO (decurso de prazo) – O GP de Cingapura estourou o tempo de duas horas por conta de dois safety-cars que na prática não mudaram tanto assim o destino da corrida, cujo percurso caiu de 61 para 59 voltas. Primeiro foi Karthineyan que bateu sozinho. Depois, Schumacher que encheu a traseira de Vergne. Pediu desculpas ao francês e a FIA prometeu investigar. Não há muito o que investigar. O cara errou, barbeirou, fez uma cagada, acontece. Não fez de propósito, não bateu em ninguém forçando uma ultrapassagem, nem defendendo uma posição com manobras ilegais. Foi apenas uma cagada. Não há artigos específicos para isso no regulamento.

Aí a FIA resolveu investigar também a batalha entre Massa e Senna-sobrinho ali pela altura da volta 43. Felipe estava com pneus supermacios e Bruno, com macios. O ferrarista, pois, muito mais rápido. O williamssauro vendeu caro a posição, exagerou um pouco, Felipe foi hábil, não bateram e tudo bem. E ainda bem que a investigação não deu em nada. Tem mais uma em curso, Kobayashi com Webber, mais Hülkenberg, algo assim. É investigação demais. Abram uma CPI. Ou chamem o FBI. Frescura acima dos limites.

Massa fez uma boa corrida. O cara caiu para último na primeira volta, com um pneu furado. Recuperou-se bem, desta vez. OK, um monte de gente abandonou, mas ele foi buscar. Quatro corridas seguidas nos pontos, para quem começou o ano tão mal, é algo a se comemorar. Precisa melhorar em classificação, andar mais na frente para se livrar das merdas que acontecem no pelotão justamente conhecido como “da merda”. Mas pelas circunstâncias, não foi ruim, não. Teve de parar três vezes, remar bastante, o oitavo lugar ficou de bom tamanho.

Senninha, não. Esse rapaz precisa melhorar muito nos treinos para largar mais na frente e estabelecer um ritmo de corrida menos tenso. Hoje, ainda perdeu cinco posições no grid por troca de câmbio e teve de largar em 22°. Aí fica difícil. Chegou a entrar nos pontos, mas também parou três vezes para trocar pneus, era complicado se manter ali por muito tempo. Ainda teve umas lambidas o muro, o certo exagero com Massa… As corridas não têm sido muito tranquilas para Bruno. E, no fim, ainda quebrou. Como quebrou Maldonado, que fazia uma prova civilizada e sensata. Assim a Williams zerou de novo e vai perdendo terreno na briga com a Force India no Mundial de Construtores.

Os forceíndicos foram bem com Di Resta, um ótimo quarto lugar. Hülkenberg andou se esfregando lá no meio do já mencionado pelotão da merda e também terminou a corrida sob investigação da FIA, da Interpol e da Receita Federal. Rosberguinho, em quinto, também fez uma prova decente — mas nem ele, nem Schumacher largaram de macios para adiar a primeira parada, como eu imaginava ontem; sendo assim, não entendi por que não fizeram tempo de classificação (seria compreensível se saíssem para três paradas, para ter um jogo a mais de supermacio, mas Nico fez dois pit stops). A Lotus, com os dois nos pontos em sexto e sétimo (e Grosjean dando passagem a Raikkonen), salvou um fim de semana que se desenhava péssimo e acabou sendo apenas ruim.

E termino com uma salva de palmas a Timo Glock, que levou sua Marussia à 12ª colocação, na frente de Sauber, Force India e demais nanicos. Para uma equipe tão fraquinha, é mais que uma vitória.

Falando em vitória, ontem estive no Pacaembu e… Ah, deixa pra lá. Foi fácil demais.