Blog do Flavio Gomes
F-1

SEPÂNGUICAS (1)

SÃO PAULO (e tome água) – Acharam que Raikkonen estava brincando na Austrália? Pois preparem-se. Não está, não. Pode, claro, até não ganhar mais nenhuma corrida e nem disputar o título. Mas se isso acontecer, ganhar e disputar o título, não se espantem demais. A Lotus fez um carro muito certinho. E que come menos […]

khalilibrahim001SÃO PAULO (e tome água) – Acharam que Raikkonen estava brincando na Austrália? Pois preparem-se. Não está, não. Pode, claro, até não ganhar mais nenhuma corrida e nem disputar o título. Mas se isso acontecer, ganhar e disputar o título, não se espantem demais. A Lotus fez um carro muito certinho. E que come menos pneu que os outros. O que, em Sepang, como se viu de madrugada, vai ser fundamental. O estado em que ficava a borracha depois de meia-dúzia de voltas era lastimável. Por muito menos, outro dia, um PM sacana multou minha Variant. Sacana mesmo. Mandou acender todas as luzes, tocar a buzina e tudo mais. O carro estava impecável, claro. Mas ele olhou um pneu e inventou que estava “riscado”. Filho da puta.

Mas desviei-me do assunto.

Pneu vai ser a chave na Malásia, assim como a chuva que, possivelmente, vai cair no fim da corrida. E talvez no fim da classificação, como aconteceu no fim do segundo treino hoje, matando meia hora de trabalho. Chuva no fim da tarde na Malásia nesta época do ano é algo muito fácil de prever. É assim no período entre janeiro e dezembro. Sempre foi. O que, para mim, dá na mesma. Acho legal quando chove no meio de uma corrida, transformando tudo numa zona. O problema é que essa chuvinha malaia é de respeito. Em geral, vem com força e traz um aguaceiro de assustar Noé. Já teve corrida encerrada antes do tempo em Sepang por conta disso. 2009? Acho que foi.

Voltemos ao treino. Kimi, Vettel e Massa fecharam nas três primeiras posições muito próximos entre eles. Alonso foi o quarto, mas tomou uma luneta. Claro que luneta de sexta nem dói, mas a cada sessão em que consegue um tempo melhor que o espanhol Felipe se firma e ganha mais confiança. E é bom para a Ferrari, embora alguns, como um jornalista inglês citado hoje na coluna do Fábio Seixas, achem que pode, mesmo, é atrapalhar. Eu, sinceramente, acredito que faz bem para qualquer time, até para a amalucada e confusa Ferrari, quando dois pilotos andam na frente, um aperta o outro e tal. Todos crescem. Ao menos, deveria ser assim.

Force India e Mercedes se juntaram a Lotus, Red Bull e Ferrari na primeira metade do pelotão. A McLaren foi muito bem, superando suas rivais diretas Sauber, Toro Rosso e Williams. Foi motivo de comemoração nos boxes. “Vai ser um ano e tanto!”, festejou o sempre polido e educado Jenson Button. Incrível o carro da Williams. Pelo jeito, uma das piores merdas já feitas para um campeonato de F-1. Sapattos ficou atrás da Marussia. OK, da Marussa de um geniozinho, Bianchi, que em uma corrida e um dia de treinos já mostrou que é um piloto especial — deu muita sorte o time quando o cheque de Razia voltou; o francês é muito promissor e podem ter certeza que vai garantir posições aos marússicos que, no final do ano, vão representar muito dinheiro da FOM.

Há uma pequena possibilidade de que tenhamos Tecla SAP hoje. Fiquei de encontrar um malaio de tarde que me garantiu que traduz tudo em menos de meia hora.