SÃO PAULO (e ninguém cobra?) – Lembro bem do Monumento Rodoviário na Dutra, dos tempos em que morava no Rio. A gente sempre parava para um refresco, um salgadinho, esticar as pernas. Eram muitas idas e vindas para São Paulo, e a pausa na Serra das Araras era, digamos, um clássico.
Vejo no São Paulo Antiga que o monumento está abandonado desde 1978. Aí a Dutra foi privatizada e o consórcio que assumiu a rodovia deveria revitalizar a área, pelo que entendi. Não fez picas e devolveu escombros à União. Em 2010, o MPF determinou que a Nova Dutra apresentasse um projeto de restauração (o que por si é um absurdo; não tem de exigir projeto, tem de exigir obra). Perguntem se os privados fizeram algo. Nada, claro.
Descaso, desrespeito às instituições, à história, à arquitetura, à memória. Essas concessionárias de estradas sabem fazer uma única coisa bem: cobrar pedágio. Caríssimo. “Ah, mas as estradas privatizadas são ótimas”, dizem os privateiros.
Vá para a Alemanha. É tudo estatal. Não tem pedágio. Aí volte aqui para discutir.