Blog do Flavio Gomes
F-1

RED BUDDH (1)

SÃO PAULO (uma peninha) – De todas essas neo-corridas que Bernie Ecclestone inventou para encher as burras nos últimos anos, tendo como marco zero o GP da Malásia, muitas são uma bomba e os circuitos, ridículos. Mas duas pistas, em particular, ficaram muito boas: as da Turquia e da Índia. A Turquia já saiu do […]

holycow4SÃO PAULO (uma peninha) – De todas essas neo-corridas que Bernie Ecclestone inventou para encher as burras nos últimos anos, tendo como marco zero o GP da Malásia, muitas são uma bomba e os circuitos, ridículos. Mas duas pistas, em particular, ficaram muito boas: as da Turquia e da Índia.

A Turquia já saiu do calendário. A Índia sai no ano que vem e duvido que volte — espero estar errado. Ambas por razões semelhantes: público zero, ingressos caríssimos, desinteresse local. Em comum, também, o investimento absurdo nos autódromos (em Buddh, 400 milhões de obamas), mau uso de dinheiro público, contraste absurdo entre a riqueza das obras e a miséria do entorno e da população.

Um pecado, porque aquela pista de Istambul não ser usada para nada é de doer o coração. E o mesmo poderá ser dito da indiana, que provavelmente será abandonada à própria sorte depois de apenas três corridas. Há uma possibilidade de retorno em 2015, mas é bem difícil. A fila anda, na F-1, e quem sai dela raramente consegue o lugar de volta. Hoje mesmo, em Buddh, dirigentes locais garantiram que a corrida de domingo não será a despedida da categoria do país.

Enfim, se não voltar, azar da Índia, da F-1 e das vacas sagradas.

Enrolei tudo isso para dar volume ao post, já que o primeiro dia de treinos em Buddh não mereceria mais do que duas ou três linhas. A Red Bull fez dobradinha nas duas sessões. Os pilotos da Mercedes, que em algum momento do passado remoto chegaram a desafiar Vettel, já avisaram que a pole amanhã é impossível.

Então vamos falar de quê? Vettel ganhou as duas corridas disputadas na Índia e liderou todas as suas voltas. Nas duas, sem tirar de dentro. É capaz de ganhar de ponta a ponta de novo domingo, e assim teremos um estranhíssimo caso, na categoria, de um GP que foi liderado por um único piloto em toda sua história. Imagino que se um dia essa corrida voltar ao calendário e Sebastian já tiver se aposentado, vão chamá-lo para liderar de novo todas as voltas.

Pelo menos o título será definido domingo e não vamos mais precisar falar disso. Vettel precisa de um quinto lugar para fechar o tetra. Isso se Alonso vencer. Se Fernandinho não ganhar, nem ficar em segundo, Tião Alemão pode passar o domingo tomando banho no Ganges.

Apesar da previsibilidade no resultado, é possível que a corrida seja melhor que a do ano passado, quando a maioria dos pilotos fez apenas um pit stop. A Pirelli, desta vez, escolheu pneus médios e macios para Buddh. Button disse que os médios dão a impressão de que vão durar para sempre. Mas que os macios, muito pelo contrário. Tem também a história do “graining”, fenômeno conhecido no Brasil como “macarrãozinho” graças à sofisticada tradução gastronômica de Luciano Burti, que adora um graining a bolonhesa quando bate uma fominha.