Blog do Flavio Gomes
F-1

JEREZ, DIA 1

SÃO PAULO (longa estrada) – Não dá para tirar conclusão nenhuma dos tempos do primeiro dia de treinos da F-1 no ano. Na temporada passada até dava, já que o regulamento era parecido com o de 2012. As regras deste ano (estou preparando um pequeno guia detalhando tudo) mudaram os carros radicalmente. Em comum com […]

SÃO PAULO (longa estrada) – Não dá para tirar conclusão nenhuma dos tempos do primeiro dia de treinos da F-1 no ano. Na temporada passada até dava, já que o regulamento era parecido com o de 2012. As regras deste ano (estou preparando um pequeno guia detalhando tudo) mudaram os carros radicalmente. Em comum com os de 2013, eles têm quatro pneus. O resto é tudo diferente.

Então, vamos a uma pequena análise individual, por equipes.

Na Red Bull, Vettel conseguiu completar três voltas, nenhuma delas cronometrada, e chegou a fazer uma delas com pneus intermediários, para ver se as coisas funcionavam. Um problema de última hora fez com que o carro ficasse quase o dia todo nos boxes e voltasse para a pista nos 15 minutos finais. Temperaturas, comandos, sensores, tudo sendo testado. A última coisa que preocupou o time foram os tempos de volta. E amanhã, segundo a equipe, deve chover. “É uma viagem de descobrimento”, disse Andy Damerum, um dos engenheiros rubrotaurinos, a bordo de uma caravela.

Mesmo discurso da Force India com Pérez, 11 voltas. “Foi um começo lento, como o de todo mundo, para checar sistemas. Mas deu para aprender alguma coisa”, falou o mexicano — cuja foto publico porque dos carros apresentados até agora só faltava mostrar o bico do VJM07.

Na Williams, um problema deixou Bottas um bom tempo esperando o eletricista resolver. Nessas horas, eu sempre acho que é fusível, mas parece que no caso foi algo um pouco mais complicado e demorado. Sete voltas no total. “É um carro completamente diferente do do ano passado”, falou o finlandês. No caso, ainda bem.

Sete voltas também completou Gutiérrez com o C33 da Sauber. “Foi uma grande façanha colocar o carro na pista”, comemorou o engenheiro-chefe Giampaolo Dall’Ara. Como se vê, as ambições para o primeiro dia não eram lá muito grandes.

A Ferrari fechou o dia com o melhor tempo, 1min27s104 e foi a que mais andou. Raikkonen completou 31 voltas e reclamou do excesso de trabalho na volta das férias. O tempo é coisa de 9s pior que a melhor volta do primeiro dia de testes em Jerez no ano passado (1min18s861, Button), o que mostra que não tem a menor importância. Ah, esse carro aí vai ser F14 T a partir de agora, com espaço entre o 14 e o T, do jeito que a Ferrari está escrevendo.

Bom foi o dia de Button. A McLaren simplesmente não conseguiu ligar o carro. Alguém parece ter esquecido a chave. Mas deve ser daquelas codificadas, e o chaveiro andaluz chamado pelo telefone disse que só tinha chaves de Seat e algumas antigas de furgões Auto Union da Imosa. Nenhuma serviu.

Na Mercedes, Hamilton não falou uma palavra sequer, no comunicado oficial, sobre a asa que quebrou e o levou a uma panca de categoria na barreira de pneus. Paddy Lowe se disse orgulhoso por sua equipe ter sido a primeira a colocar o carro na pista, precisamente às 9h locais, como se fosse algum campeonato de pontualidade. O problema seria consertar o carro, com peças do mercado negro.

Vérgne deu 15 voltas com o carro narigudo da Toro Rosso e não falou nada demais. Ericsson ficou o dia inteiro ao telefone (nem todo mundo vai entender essa) e só deu uma volta com a Caterham, que pelo menos serviu para tirar a água dos boxes na hora que choveu. “Com mais água vai ser zika”, disse o projetista do carro-rodo. Lotus e Marussia, como se sabe, não apareceram. Os marússicos estão a caminho.

E foi isso.