Blog do Flavio Gomes
Arquitetura & urbanismo

PAULISTA, 750

SÃO PAULO (como assim?) – Em 1984, finalzinho do ano, um professor da faculdade me pediu para encontrá-lo no dia seguinte no endereço tal porque tinha um amigo que estava voltando de Londres para coordenar um projeto de rádio em São Paulo. Ele queria conversar comigo e me indicar para o emprego — que acabou […]

SÃO PAULO (como assim?) – Em 1984, finalzinho do ano, um professor da faculdade me pediu para encontrá-lo no dia seguinte no endereço tal porque tinha um amigo que estava voltando de Londres para coordenar um projeto de rádio em São Paulo. Ele queria conversar comigo e me indicar para o emprego — que acabou sendo meu primeiro trabalho jornalístico remunerado.

Foi nesse prédio da foto aí embaixo. Que tem, portanto, mais de 30 anos. Mas está longe de ser uma ruína. O prédio onde eu moro foi erguido em 1970. O do meu escritório, inaugurado em 1976. Prédios duram bastante. Na época, o edifício pertencia ao Senac (ou Sesc, ou Senai, ou desses) e meu professor trabalhava lá. Talvez ainda pertença, quase certeza que sim. Mas o fato é que ele está há anos, cinco, seis, talvez mais, talvez menos, vazio. Em plena avenida Paulista, no número 750. Parece que foi usado pela última vez pela Justiça. Escritórios de desembargadores, algo assim. Depois que eles se mandaram para outros sítios da metrópole, esse aí foi abandonado.

Quem olha de fora, não percebe. Tem seguranças, a fachada não está pichada, parece que está em plena atividade. Mas, ao anoitecer, suas janelas escuras e sombrias expõem o abandono.

Como pode? Será que alguém paga IPTU dessa belezura aí? Faz sentido um edifício de quase 20 andares ser largado no coração da avenida mais cara da cidade?

Mundo doido.