Blog do Flavio Gomes
Gomes

MEU CASCO: VAMOS VOTAR!

SÃO PAULO (ô, como é difícil…) – Muito bem, macacada, termina hoje a fase inicial do concurso para escolher a nova pintura do meu capacete. Eu tinha prometido selecionar seis para colocar em votação, e os três mais votados seriam confrontados com as sugestões enviadas pelo designer do Thiago Amorim, que vai fazer a pintura. […]

SÃO PAULO (ô, como é difícil…) – Muito bem, macacada, termina hoje a fase inicial do concurso para escolher a nova pintura do meu capacete. Eu tinha prometido selecionar seis para colocar em votação, e os três mais votados seriam confrontados com as sugestões enviadas pelo designer do Thiago Amorim, que vai fazer a pintura. No fim, escolhi dez… Mas está valendo a regra inicial. Vamos votar nesses dez, e os três mais votados vão para o segundo turno com os do Thiago — se ele me mandar, claro, porque até agora, picas!

Como eu havia prometido, os seis escolhidos na minha seleção inicial vão ganhar o anuário “AutoMotor Esporte” do Reginaldo Leme. “Ah, mas como assim, você escolheu dez!” Eu sei, mas são seis autores, no fim das contas. É que alguns mandaram mais de uma sugestão, e acabei escolhendo essas. Os eleitos serão contatados por e-mail para a gente poder mandar os livros.

Antes de apresentar os finalistas, agradeço imensamente a todos que mandaram suas sugestões. Todas muito legais, e é uma tristeza ter de descartar alguns. Vocês são grandes artistas, sério…

Sem mais delongas, vamos aos dez, com comentários para cada um. Para votar, é só colocar o número nos comentários. E comentar também, claro. Ah, detalhe: não postem os comentários nos arquivos das fotos, e sim lá embaixo, no fim do post, na área para comentários gerais, ok?

1. CONRADO ABREU

O Conrado não escreveu muito no seu memorial descritivo. Apenas: “Referências: Lusa, Meianov, seus capacetes anteriores e capacetes antigos”. Ele usa a base branca, sempre elegante, e as cores da Portuguesa. Gostei do grafismo na lateral que forma os números 6 e 9. Simples, um desenho clássico, e muito agradável.

2, 3 e 4. FÁBIO VARGA

O Fábio Varga mandou três sugestões. Para efeito de votação, da esquerda para a direita temos os números 2, 3 e 4. Ele usou na sua primeira sugestão as cores da Portuguesa e a base branca. O memorial descritivo não tinha informação alguma sobre nenhum deles, então, falo eu… As linhas curvas do primeiro são bem harmônicas e resultaram num desenho igualmente simples e elegante. Acho que vou usar muito a palavra “elegante” hoje… O segundo usa as cores da Rússia e uma estrela vermelha dominando a cena na parte dianteira. O terceiro também usa as cores da bandeira russa, mas o desenho é mais atualizado, digamos, dando a sensação de velocidade.

5. MARCEL MARCHESI

Veterano do blog, Marcel transferiu para o capacete os elementos gráficos que ele mesmo criou para a atual pintura do Meianov. É um desenho autoexplicativo, pois. Achei legal o FG laranja sobre fundo preto com uma tipologia semelhante à do número do carro.

6, 7 e 8. MARCELO MASILI

Marcelo foi quem mais escreveu sobre suas sugestões. Foram quatro, das quais escolhi três. A primeira, número 6 para efeitos de cédula eleitoral, “foi inspirada na obra mais famosa do El Lissitzky”. Muito prazer. Mas é claro que o cabra mandou um link. Lazar Marcovich Lissitzky era um artista soviético conhecido como “El Lissitzky”. “Foi uma figura relevante durante a Vanguarda russa, contribuindo para a formação do suprematismo (…) e autor de inúmeras mostras de arte e trabalhos de propaganda para a então União Soviética. A sua obra exerceu grande influência na Bauhaus e nos movimentos construtivistas, e foi pioneiro em técnicas de produção e esquemas estilísticos que dominariam o design gráfico durante o século XX.” A explicação vem da Wikipedia. Como da Wikipedia vem a descrição da obra que inspirou o desenho do capacete, chamada (em inglês) de “Beat the Whites with the Red Wedge”. Pode até não ter ficado muito convencional, mas só o fato de ter sido inspirado numa obra famosa me faz imaginar que, no mínimo, pode render boas conversas. Fico me imaginando a dar explicações ao ogro Rogério Tranjan, meu colega de Classic Cup, sobre o significado da pintura. Vai ser iteressante mostrar uma erudição que não tenho, só para ver a cara dele. Mas preciso estudar El Lissitzky antes.

A segunda sugestão, número 7, é singela: usa o azul mais famoso do Trabant, com um perfil de sua traseira na lateral e um grafismo com o símbolo e as cores da Vemag na frente. E a 8 usa “motivos soviéticos e construtivistas”, de acordo com nosso artista. “Não usei textura, degradê nem nada disso em nenhum dos capacetes por uma razão pessoal: quando eu era moleque, adorava desenhar capacete do povo da F-1, e ficava puto da vida quando aparecia pelo caminho alguma peça ‘indesenhável’ (coisa raríssima na década de 80, mas que hoje em dia é padrão de comportamento). Resolvi defender minhas raízes de desenhista nas tuas peças”, explica Masili. Fiel aos seus princípios, gostei.

9. MARINANGELO ALFREDO

Mais um veterano do blog, que mandou as melhores sugestões para mudar o uniforme da Portuguesa, lembram? Lá vão as explicações: “Me inspirei no seu post sobre o novo casco e surgiram algumas ideias. Na medida que elas vinham, fui tentando construir uma lógica para a novo grafismo. A pintura original (do Sid) é muito boa! Queria atualizar sem perder o conceito. A lateral continua com um elemento (agora sinuoso como o tremular de uma bandeira), que sobe pela lateral e termina em ponta na frente do casco. Esta ponta agora é muito mais Vemag! A silhueta da logo está contida na forma. Além disso é uma homenagem ao MOCO. As cores… obviedade! LF Competições em russo* (segundo meu tradutor para assuntos dessa ordem ). As formas laterais abraçam na parte posterior o logo que não podia faltar. Os filetes trazem a atmosfera dos esportivos clássicos, com suas faixas características. Além disso, é uma leitura da pintura original do Meianov, para mim,a melhor! Enfim… nada como um domingo entediante para fazer a cabeça viajar”. Bom, nem preciso dizer mais nada. Trabalho profissa.

10. WILSON SAIDA

Uma releitura do famoso CapaMUG do Mauricio Morais, de 2006, lembram? Ele ainda existe, claro, mas é uma peça de decoração em casa, de tão lindo e inesquecível. O Wilson escreveu: “Não precisa de defesa, precisa?”. Não, não precisa. Ele usou vermelho e verde com generosidade, o Mug atrás, uma fonte meio militarizada no nome e o tartan da roupa do boneco na parte de baixo. Muito elegante, também.

E é isso. Como disse lá em cima, são todos muito legais e bem que os pilotos da F-1 poderiam fazer alguns concursos também para mexer nas pinturas de seus capacetes, que andam feios demais. Agora, dedo na urna eletrônica. Vamos votar à vontade, como diz Pedro Bial, até o Thiago Amorim mandar os projetos dele.