Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

SALTIMBANCO

SÃO PAULO (encruzilhadas) – Por mais que negue, e que siga com o discurso de que a Nascar isso, a Nascar aquilo, a carreira de Nelsinho Piquet na principal série americana acabou. Já desde o fim do ano passado sua participação nas provas das três categorias ianques (Truck, Nation e Sprint) era absolutamente incerta, com […]

nelsinhodivulgSÃO PAULO (encruzilhadas) – Por mais que negue, e que siga com o discurso de que a Nascar isso, a Nascar aquilo, a carreira de Nelsinho Piquet na principal série americana acabou. Já desde o fim do ano passado sua participação nas provas das três categorias ianques (Truck, Nation e Sprint) era absolutamente incerta, com uma possibilidade de fazer uma corrida aqui, outra ali, mas nada de concreto.

Depois, Nelsinho falou sobre seus planos de fazer aquelas provas de rali não sei das quantas. Nem sei o nome direito, RallyCross, talvez, me parece mais exibição do que coisa séria e competitiva. Aí, acertou para correr na Stock em dupla com Átila Abreu na primeira corrida da temporada. E nada de fechar com time algum de categoria alguma relevante para 2014.

Hoje, Rodrigo Mattar replica informação divulgada na Itália de que Piquet Pimpolho vai correr na Blancpain Sprint Series, a versão de corridas curtas de GT do campeonato que tem também a Blancpain Endurance Series com o mesmo tipo de carro. Blancpain é uma marca de relógios caros que patrocina o campeonato, criado em 2011 com organização da SRO, e que neste ano sucede o Mundial da FIA GT — competição da qual no ano passado participou o BMW Team Brasil com Cacá Bueno, Allam Khodair, Ricardo Zonta e Sérgio Jimenez, equipe tocada por Washington Bezerra e Antonio Hermann.

E é nessa equipe que Nelsinho vai correr. Está escalado para testes em Nogaro na segunda-feira ao lado de Cacá. É segredo de polichinelo, já. Piquet Júnior deve mesmo disputar esse campeonato, na falta de coisa melhor — e o campeonato não é ruim; só que está longe de ser uma categoria top para um piloto que trilhou o caminho da F-1, a ela chegou, depois pulou para a Nascar sonhando fazer carreira nos EUA e, de repente, se viu a pé.

Isso, sim, está em questão. Piquezinho virou um saltimbanco das pistas, mais ou menos parecido com Jacques Villeneuve, com a diferença básica de que o canadense foi campeão na Indy, venceu as 500 Milhas de Indianápolis e foi campeão mundial de F-1. Depois disso, podia fazer o que quiser, correr até de patinete, que não precisava dar muitas satisfações a ninguém — como não dá, mesmo. A trajetória de Nelsinho é bem menos vitoriosa e mais dramática. Afinal, ele foi alijado da F-1 por conta de um dos maiores escândalos da história do automobilismo. Se aprumou, encontrou um rumo, cantou esse rumo em verso e prosa e, agora, parece que perdeu o rumo de novo.

Nelsinho, não fosse Cingapura/2008, poderia ter ido longe. Mas se perdeu. E não pode culpar ninguém por isso.