Blog do Flavio Gomes
Cinema

EM PRETO E BRANCO

SÃO PAULO (não volta) – O futebol brasileiro não foi sempre essa porcaria metida a moderna de hoje em dia. No início dos anos 80, algumas figuras se anteciparam ao fim da ditadura e criaram a Democracia Corinthiana (com H, já que é o nome de batismo que o W da W/Brasil escolheu), uma experiência […]

SÃO PAULO (não volta) – O futebol brasileiro não foi sempre essa porcaria metida a moderna de hoje em dia. No início dos anos 80, algumas figuras se anteciparam ao fim da ditadura e criaram a Democracia Corinthiana (com H, já que é o nome de batismo que o W da W/Brasil escolheu), uma experiência que nunca mais se repetiu e que considero a coisa mais relevante que o esporte já deu ao país. Mais do qualquer título, vitória, medalha ou gol.

Costumam dizer que foi a década perdida, a de 80. Longe disso. A transição para a democracia, a luta pelas Diretas, o nascimento do rock brasileiro, os primeiros grandes festivais, a Fórmula 1 com Piquet e Senna… Não, não perdemos nada, nós que vivemos a década de 80. Podem ter certeza. Não tínhamos Facebook e Twitter, nem iPhones, nem tablets. Mas tínhamos uma vida que pulsava de um jeito que acho que nunca mais vai pulsar. Foi uma década ganha.

“Democracia em Preto e Branco”, filme lançado ontem em São Paulo (e na semana passada no Rio) conta o que foram esses anos 80 tendo como pano de fundo a experiência corintiana. Não sei ainda se vai entrar em circuito comercial, mas procurem assistir. Talvez vá ao ar na ESPN, co-produtora da fita. Se for, melhor ainda.

Abaixo, o trailer, que me foi enviado pela democrática, mas não corintiana, Carolina Mendes. Aqui, uma ótima crítica do Luiz Zanin, do “Estadão”. Vi alguns depoimentos, e é claro que a presença de Sócrates se coloca acima das demais, líder que era o Magrão.

Saudades desse cara, viu… Sujeito necessário, não tinha nada que ir embora cedo e deixar por aqui esse monte de trastes.