Blog do Flavio Gomes
F-1

MONT & MELÓ (2)

SÃO PAULO (vai melhorar…) – Ah, a temporada europeia! É lá que começa o campeonato de verdade, é lá que as equipes colocam na pista o que têm de melhor, é lá que elas apagam o passado recente das corridas no fim do mundo para reagir e entrar na briga. Como é legal a temporada […]

miro66SÃO PAULO (vai melhorar…) – Ah, a temporada europeia! É lá que começa o campeonato de verdade, é lá que as equipes colocam na pista o que têm de melhor, é lá que elas apagam o passado recente das corridas no fim do mundo para reagir e entrar na briga. Como é legal a temporada europeia!

Pff.

Essas coisas, com eu escrevi no post anterior, não acontecem mais na F-1. Não há mais como reagir se o campeonato não começar bem. E neste ano só começou bem para a Mercedes. Portanto, esqueçam. Vamos curtir os GPs, torcer para que sejam legais, e esperar pelo momento em que a taça será levantada por Hamilton ou Rosberg. É deles o campeonato.

E não é a primeira vez que isso acontece. Em 1988 e 1989 a McLaren também dominou o Mundial e a disputa ficou restrita a Senna e Prost. OK, Hamilton e Rosberg não são Senna e Prost, mas o planeta também não é o mesmo de 25 anos atrás. Temos de viver com isso.

Hoje em Barcelona, no primeiro dia de treinos para o GP da Espanha, que abre a temporada europeia, Comandante Amilton enfiou uma luneta de meio segundo em Rosberguinho e de um segundo em Ricardão. É uma pena, ficou tudo previsível demais, mas não vamos culpar a Mercedes. Eles fizeram seu trabalho direito, assim como fizera a Red Bull no ano passado. Teremos de abstrair o tédio para admirar a competência dos alemães, a pilotagem do inglês e as eventuais batalhas que Nico pode proporcionar com seu companheiro de equipe.

Fora que sempre tem o pelotão da merda para nos divertir. E neste ano até a Red Bull está nele. Viram Vettel hoje? Pane elétrica, quatro voltas de manhã, nenhuma de tarde. Deu pau num “chicote”, precisaram trocar toda a fiação, e haja fio nesses carros. Tem sensor por todos os lados, motores nucleares, baterias ameaçadoras, ERS, KERS, TGU-H, TCM-K, PT, PSDB, PC do B, uma zona dos infernos.

Chamou-me a atenção uma declaração de Button sobre o quanto o calor afetou o carro da McLaren hoje. Nem sempre se fala com muita ênfase da influência da temperatura sobre o desempenho, porque em geral é meio que igual para todo mundo.

Era.

O potencial aerodinâmico de cada carro é tão limítrofe, que qualquer alteração de dois ou três graus do Celso já afetam um automóvel desses. Tem carro que só funciona bem sob condições ideais de temperatura e pressão. Um tiquinho de nada mais quente, fodeu. Outro tiquinho mais frio, fodeu também. Dá para compreender, claro. Quem conhece um pouco de física, dinâmica dos fluidos, essas merdas todas, sabe que velocidade do ar, pressão, densidade, tudo isso é afetado em função da temperatura. Eu não entendo nada disso, mas tenho para comigo, como dizem os locutores de futebol, que os carros não poderiam ser tão sensíveis assim. Acaba que muitos fatores imprevisíveis determinam o rendimento de um F-1, e por serem tão sofisticados e limítrofes (gostei da palavra) esses carros, não tem Cristo que compense se um dia é mais quente ou mais gelado que o desejável.

Por isso que a Mercedes merece toda admiração possível, já que é um carro que funciona bem de qualquer jeito. Os outros, não.

E o que mais para dizer da sexta-feira?

Que Kvyat está jantando Verme com caviar e vodca.

Que a Lotus já não quebra mais como antes e não dá mais para tirar sarro de Grojã e Maldanado.

Que a Williams tem um carro bonzinho, mas é para chegar nos pontos, não no pódio, muito menos para brigar por vitórias, como muita gente imaginou, eu inclusive, num claro sintoma da Síndrome do Otimismo Precipitado.

Que pilotar essa Ferrari chucra é difícil pacas, e por mais que Alonso se esforce, o resultado é nenhum.