Blog do Flavio Gomes
F-1

HÁ 14 ANOS…

SÃO PAULO (volto mais tarde) – Hoje faz 14 anos da primeira vitória de Rubens Barrichello na F-1, em 30 de julho de 2000 em Hockenheim. O Gabriel Araújo encontrou, sei lá como, uma gravação de parte daquela corrida com o áudio da Jovem Pan, onde eu trabalhava na época. Vander Luiz era o narrador […]

SÃO PAULO (volto mais tarde) – Hoje faz 14 anos da primeira vitória de Rubens Barrichello na F-1, em 30 de julho de 2000 em Hockenheim. O Gabriel Araújo encontrou, sei lá como, uma gravação de parte daquela corrida com o áudio da Jovem Pan, onde eu trabalhava na época. Vander Luiz era o narrador daquela temporada, porque Nilson Cesar estava afastado por motivos de saúde. Notem que parte da narração é do Vander. A última volta, do Nilson.

Aconteceu o seguinte — aliás, é lenda na Pan que com o Vander acontecem coisas inexplicáveis. Barrichello estava para ganhar e o Nilson, que cobriu a carreira do cara inteira, ligou para a rádio de Sorocaba, onde morava. Assim que terminasse a prova, ele queria dar um pequeno depoimento e tal. Estava afastado, mas OK, preparando a volta. Vander narrava com Claudio Carsughi comentando de um estúdio em São Paulo, acompanhando pela TV. Eu estava na Alemanha. Aí um operador cometeu algum engano e, sem querer, “desplugou”, como a gente diz, o estúdio do Vander. Ficou um silêncio no ar e ele tinha o Nilson “pendurado” em outra linha. Não teve dúvidas. Entrou no telefone e falou: “Nilson, deu alguma merda aqui, vai você!”. E o Nilson, com a categoria de sempre, assumiu a narração pelo telefone e narrou a última volta da primeira vitória do brasileiro na F-1.

Foi um negócio incrível. Na hora, meus olhos se encheram de lágrimas porque o Nilson, parceiro de anos, mostrou que estava 100% para voltar ao trabalho e aquela narração, de uma volta histórica, caiu na sua mão. Podia dar tudo errado, afinal ele estava havia meses sem narrar nada, mas deu tudo certo. E abreviou sua volta em semanas, talvez meses. Foi muito legal.

Com lágrimas nos olhos, fiz um comentário qualquer sobre a corrida e, muito emocionado, dei as boas-vindas de volta ao meu velho companheiro. O pessoal na sala de imprensa achou que eu estava chorando pela vitória, o que evidentemente não faria o menor sentido. Só choro por futebol, e pela Portuguesa.

Só sei que foi assim.