(Deixei meu bloquinho lá nos estúdios, espero que alguém guarde. Então, vou ter de escrever sem ver minhas anotações, o que é um absurdo.)
O primeiro vexame do dia foi de Ferrari e Williams. Estava chovendo, depois ficou mais fraca a água, o asfalto começou a secar e as duas equipes acharam que se jogassem seus pilotos nos últimos instantes na pista, pegariam a dita cuja em melhores condições. Jogaram, e a chuva voltou. E eles estavam com slicks. Resultado: ficaram no Q1 as duplas da Caterham, como de hábito, mais Sapattos, Massacrado, El Fodón e Kimi Dera Estivesse em Ibiza no Sol.
Lição eterna para Silverstone: use sempre pneus intermediários, mesmo se estiver fazendo sol e não houver uma nuvem no céu. Entenderam, pobres almas?
Bueno, no Q2 a coisa foi mais explícita no quesito interpretação pluviométrica. A pista estava molhada no início, exigindo pneus intermediários, mas terminou um pouquinho mais amigável, permitindo os slicks. Passaram todos em duplas: mercêdicos, forceíndicos, tubrotaurinos, tororrôssicos e mclarianos. Rodaram os dois da Lotus, os dois da Marussia e os dois da Sauber. Absolutamente normal, no caso, e palmas para Bianchi, que larga em 12°. O menino já fez pontos e agora larga em 12° com aquela ximbica rubro-negra. Não deixa de ser uma proeza.
Houve algumas punições por trocas de câmbio, motor, time e sexo ao longo do sábado, e por isso a ordem do grid não é exatamente essa, no que diz respeito aos que ficaram no Q2. Para ver direitinho, é só entrar aqui. E vamos ao Q3.
Já dava para usar os slicks, a turma saiu logo para a primeira tentativa, tudo direitinho, até que no minuto final, por alguma razão insondável, Hamilton abortou sua volta. E quem estava na pista atropelou o inglês. Rosberguinho cravou a pole com 1min35s766, sua quarta no ano, com incrível 1s620 sobre Vettel, que ficou em segundo. Não menos incrível foi Button, em terceiro — sua melhor posição de largada desde o GP do Brasil de 2012 e a melhor em Silverstone desde 2005. E igualmente incrível, Hülkenberg, em quarto. Magnussen ficou em quinto, e Lewis terminou em sexto a 3s466 do companheiro. Não é um desastre completo, mas no atual momento psicológico dessa disputa, é provável que o inglês tenha terminado o dia como Thiago Silva, às lágrimas.
Pérez, Ricciardo, Kvyat e Vergne fecharam os dez primeiros. Ricardão também bobeou, assim como a Toro Rosso. Não aproveitaram o melhor momento da pista e ficaram mais para trás. Acharam que as condições não melhorariam, mas melhoraram. Ficaram nos boxes vendo os outros se divertindo e acabaram tomando na tarraqueta.
Rosberg é favorito claro à vitória. Hamilton vai ter de remar um pouco. Se fizer uma largada como na Áustria, se coloca no jogo logo de cara. Ferrari e Williams lá atrás podem garantir alguma diversão. Para Massa, o sábado de seu 200° GP não foi dos melhores. Sua luta será para chegar na frente de Bottas, de novo. Problema para as duas duplas é que no pelotão da merda sempre acontece alguma merda. Se livrar de confusões no início é a primeira tarefa dos quatro pilotos. Depois, o que vier é lucro.
A previsão do tempo para amanhã é: estamos na Inglaterra. Então, qualquer coisa pode acontecer.