Blog do Flavio Gomes
F-1

ACENDERAM AS LUZES, CRUZES! (2)

SÃO PAULO (por una cabeza) – Sete milésimos, amigo. Sete milésimos. Foi isso que Hamilton conseguiu arrancar na sua volta rápida em cima do tempo de Rosberg para fazer sua sexta pole no ano e trinta-e-sétima na carreira. Trinta-e-sétima. Quando eu for presidente do mundo, talvez proponha isso no lugar de trigésima sétima. Bem, sem digressões […]

maewestSÃO PAULO (por una cabeza) – Sete milésimos, amigo. Sete milésimos. Foi isso que Hamilton conseguiu arrancar na sua volta rápida em cima do tempo de Rosberg para fazer sua sexta pole no ano e trinta-e-sétima na carreira. Trinta-e-sétima. Quando eu for presidente do mundo, talvez proponha isso no lugar de trigésima sétima.

Bem, sem digressões linguísticas. Vamos à pista.

Cingapura teve uma noite como são todas as noites por lá e outras coisas também, quente e úmida. Eu gosto dessa pista. Acho um milhão de vezes melhor que a de Abu Dhabi, talvez a pior do campeonato. No Q1, deu para ver logo de cara que usar pneus macios seria um risco. Os supermacios grudentos e melecados, como outras coisas também, estão sendo mais de 2s por volta mais rápidos que os outros.

Então, ninguém quis arriscar demais. E deu Ferrari em 1-2 (fazia tempo…), com o falante Raikkonen em primeiro e El Fodón em segundo. Tempo de Kimi: 1min46s685. A degola condenou ao ostracismo da noite de sábado, pela ordem, Fútil, Maldanado, Branquinho, Koba-Mito, Chaton e Sonyericsson. Tudo normal.

No Q2, nem pensar em usar pneus macios. Chicletão para todos. Com medo do tráfego, que em Cingapura é pesado, Hamilton, Alonso e Raikkonen fizeram seus tempos logo. Quando o cronômetro zerou, havia 11 pilotos na pista. Rosberguinho mostrou as garras e enfiou uma naba de 1min45s825 em Lewis, que ficou 0s462 atrás. Considerável. Caíram Bonitton, Verme, Hulk, Gutierros, Maria do Bairro e Grojã. Passaram ao Q3 as duplas favoritas de Mercedes, Red Bull, Ferrari e Williams, mais um Toro Rosso, de K-Vyado, e uma McLaren, de Magnólia Arrependida.

E aí ficou legal, bem legal.

O “primeiro tempo” do Q3, que é apertado e não permite enrolação nos boxes, teve uma surpresa: Massa em primeiro, com 1min46s007. Não era tempo para pole, OK. Afinal, Rosberguinho já tinha entrado na casa de 1min45s no Q2 e nada indicava que não pudesse repetir. A Williams, que tinha andado tão mal na sexta, conseguiu virar o jogo e voltou a ser competitiva. O fato é que nas suas primeiras tentativas, nenhum piloto conseguiu superar o brasileiro e a ordem ficou Massa, Ricciardo, Alonso, Raikkonen, Bottas, Hamilton, Rosberg, Vettel, Kvyat e Magnussen.

Não era o normal. Mercedes em sexto e sétimo? Claro que não. Então, faltando 4min para o encerramento da sessão, os dez foram para a pista de novo. Todos com aquela margem de erro próxima do zero. Drama, no entanto, foi o de Raikkonen. Seu motor passou a se comportar como o de um Fiat Cinquecento e a Ferrari pediu para ele encostar o carro.

Aí vieram as feras de fim de treino. Começando por Ricardão, que virou em 1min45s854 e desbancou Massa. Na sequência, veio Rosberguinho e subiu à pole. E com a quadriculada já agitada fazia algum tempo, apareceu o Comandante Amilton fritando pneus e subindo em zebras para virar 1min45s681, 0s007 mais rápido que o companheiro de equipe. Sete milésimos. Sete milésimos, amigo. Não é quase nada, mas pode ser tudo nessa corrida.

Uma prova de três paradas, com chances enormes de safety-car, com algum grau de imprevisibilidade porque é de rua. E corrida de rua é assim, tudo pode acontecer, até piloto bater de propósito, como vocês se lembram.

Foi a sétima primeira fila da Mercedes no ano. Depois de Hamilton e Rosberg fecharam os dez primeiros no grid Ricardão, Tião Alemão, El Fodón de La Quinta Posición, Massacrado, Kimi Dera que Eu Fosse o Pó da Estrada, Sapattos, Magnólia e K-Vyado.

O momento, no duelo interno da Mercedes, é de Hamilton, agora. Isso já mudou várias vezes ao longo do campeonato. Mas Lewis vem de uma vitória e fez outra pole. Parece um pouco mais seguro que Rosberguinho. Algo que pode virar de uma hora para outra. Acho que este Mundial será daquele que tiver um pouco mais de cabeça até o final. Claro que a vantagem, especialmente nos pontos, é do alemão. E ele é um sujeito mais frio e controlado que o inglês. Para mim, ainda é favorito.

Aliás, é minha aposta para amanhã.