Blog do Flavio Gomes
F-1

JEREZITAS (4)

SÃO PAULO (tarda, mas chega) – Amanhã acaba a primeira bateria de testes de pré-temporada da F-1 em Jerez, onde o tempo não tem ajudado muito. Chove, seca, faz frio, garoa… Mas está sendo útil, e já dá algumas pistas do que poderemos ver em 2015. Sim, eu sei que são só testes, mas eles […]

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SÃO PAULO (tarda, mas chega) – Amanhã acaba a primeira bateria de testes de pré-temporada da F-1 em Jerez, onde o tempo não tem ajudado muito. Chove, seca, faz frio, garoa… Mas está sendo útil, e já dá algumas pistas do que poderemos ver em 2015. Sim, eu sei que são só testes, mas eles dão pistas, sim. A Mercedes avisou que seria campeã no ano passado durante o inverno. A Ferrari cansou de fazer isso nos anos Schumacher. A Red Bull, também.

E comecemos pela Ferrari. Raikkonen curtiu. Foi seu primeiro dia no carro, e ele disse que o início está sendo muito positivo, “bem diferente do ano passado”. Na pré-temporada de 2014, Kimi percebeu que o carro era uma bomba, ficou na dele e esperou o campeonato acabar. Piloto bom sabe quando um carro nasce direito, e parece ser o caso da nova SF15-T — ô nome horroroso.

Massa experimentou o FW37 pela primeira vez e definiu o carro como “promissor”, sem muito entusiasmo — gato escaldado tem medo de água fria. Felipe quer voltar a vencer, essa passou a ser sua prioridade zero. É o que disse em entrevista exclusiva a Renan do Couto, enviado do Grande Prêmio à Espanha.

Mas o nome do dia mesmo foi Felipe Nasr, melhor tempo da terça-feira. Muito bom para um garoto que acabou de chegar, e muito animador para uma Sauber que, mesmo sem saldo na conta, parece ter feito um carro decente — o que pode resultar em boas colocações, novos patrocínios, mais grana. É uma situação muito semelhante com a da Williams no ano passado.

Foram mais de 100 voltas hoje, no molhado e no seco, e nenhum grande problema. Ericsson anda amanhã. Fiquemos de olho para ver se seu desempenho será parecido. Tenho a impressão de que Felipe, um piloto que de bons predicados, vai engolir o sueco, que nunca pareceu ser grande coisa. Aliás, essa tem de ser sua primeira meta; a segunda, marcar pontos.

Nasr disse que se adaptou rápido ao time, elogiou o carro e o motor Ferrari — outra constatação destes três dias é a qualidade da unidade motriz italiana, bem melhor que a do ano passado. Rosberguinho notou a evolução e disse que sua Mercedes está de olho nos carros vermelhos. “Eles chamaram nossa atenção”, falou. Para Nasr, a Ferrari vai lutar pelo título neste ano. Tomara. Quanto mais gente brigando, melhor.

Quem dificilmente será convidada para o baile das vitórias, no entanto, é a McLaren. Em três dias, míseras 44 voltas — 32 hoje. Cada pequeno problema vira um drama hollywoodiano. Hoje, por exemplo, acharam algum pênalti no sistema de refrigeração e para consertar foi preciso tirar o motor Honda inteiro. Isso, com as unidades de força atuais, leva mais ou menos uns dois dias. Tempos, melhor nem falar neles: 1min35s553 foi o melhor até agora, de Alonso. O mais rápido nos três dias de testes foi Vettel, 1min20s984, marca registrada ontem.

O caminho de Alonso e Button será longo e doloroso. Imagino Fernandinho sentado na mureta dos boxes, vendo Vettel e Raikkonen passarem zunindo. “Será que posso voltar?”. Pobrecito.

O blogueiro João Florentino me mandou uns números curiosos destes três primeiros dias. Vejam:

– A Mercedes foi a equipe que mais andou, 399 voltas e 1.766,7 km
– Depois aparece a Sauber, com 269 voltas e 1.191,1 km
– Toro Rosso e Ferrari também passaram dos 1.000 km
– Red Bull (447,7 km) e McLaren (194,8 km) rodaram pouco
– Rosberguinho foi quem mais trabalhou até agora, 308 voltas
– Nasr aparece em segundo, com 196
– Dos que estão em Jerez, Button foi quem menos andou: 6 voltas
– Até agora foram completadas 1.649 voltas pelos 8 times que estão na Espanha