Blog do Flavio Gomes
Gomes

ENTREVISTA COM O BLOGUEIRO (5)

SÃO PAULO (queda livre!) – Só para dizer que esta aventura maluca que lancei em 1º de julho está chegando ao fim. Este é o 14º lote dos 18 previstos com as perguntas da blogaiada ao blogueiro. Devo dizer também que o interesse tem diminuído bastante. Poucos comentários, acessos caindo… Acho que demorei muito para […]

SÃO PAULO (queda livre!) – Só para dizer que esta aventura maluca que lancei em 1º de julho está chegando ao fim. Este é o 14º lote dos 18 previstos com as perguntas da blogaiada ao blogueiro. Devo dizer também que o interesse tem diminuído bastante. Poucos comentários, acessos caindo… Acho que demorei muito para responder tudo. A ideia era um lote por dia, estaria tudo acabado antes do final de julho, já estamos no final de setembro…

Mas paciência, o que é combinado não é caro. Lá no fim tem um link para as outras respostas desta entrevista coletiva virtual. Algumas perguntas se repetiram, o que era esperado, e por isso tem de procurar lá as respostas.

Lembretes sempre pertinentes: a sessão de perguntas já acabou e elas não foram editadas.

Paulo Bueno – Você ainda vê alguma relevância na música nacional? Alguma artista novo chama sua atenção?
RESPOSTA – Não entendo muito do assunto e escuto menos música do que deveria. Mas defendo a tese de que a música brasileira de qualidade acabou nos anos 80, quando surgiram bandas como Titãs, Ira!, Legião e outras daquilo que se convencionou chamar de rock nacional. Depois deles, não vi nada muito relevante – ao menos para meu gosto. Se esses caras ainda fazem sucesso e lotam shows, é porque nos últimos 30 anos nada de muito melhor apareceu. Reconheço que novos gêneros surgiram com força, como hip-hop, axé, funk e esse sertanejo meio pop que faz muito sucesso e também atrai multidões. Mas não gosto, acho ruins, pobres musicalmente e meio bobos no conteúdo. De qualquer maneira, a música brasileira é riquíssima e um país que gerou a Bossa Nova, a Tropicália e gente como Chico Buarque e Elis Regina merece respeito.

Brunno – Você entende que os custos elevados da Fórmula 1 somados ao fato de que a Fórmula E apresenta possibilidade de foco em desenvolvimento em áreas que, teoricamente, podem trazer retorno direto para as montadoras com a aplicação da tecnologia desenvolvida aos carros de rua são atrativos que podem colocar o futuro da Fórmula 1 em “cheque”? Considerando sua opinião, há outros aspectos, além dos acima descritos, que podem culminar no desinteresse das grandes montadoras em seguirem investindo na Fórmula 1 para concentrar seu foco de investimento na Fórmula E futuramente?
RESPOSTA – Acho que há espaço para as duas, mas sem dúvida a Fórmula E parece mais promissora no que diz respeito ao desenvolvimento de novas tecnologias que possam ser aplicadas à indústria. Não acredito que a F-1 vá minguar por isso, mas ela precisa abrir o olho para a questão do custo e daquilo que pode oferecer, esportivamente, ao público.

Cauê – O que você e o Fábio Seixas fizeram em Ímola?
RESPOSTA – Quando?

Porsche 917 em Le Mans: sonho irrealizável

Mario – Tem algum carro da sua atual coleção que não venderia por dinheiro nenhum? Como piloto já competiu em alguma pista fora do Brasil?Tem este sonho? Em qual circuito do mundo você gostaria de guiar numa corrida e com qual carro?
RESPOSTA – Já falei disso, o Trabant. Nunca corri fora em autódromo, embora tenha dirigido em vários. Gostaria, sim. Em Spa. Ou Suzuka. Com algum carro de Turismo, como o Lada do WTCC. Isso é palpável. Agora, se pudesse divagar num sonho irrealizável, queria correr em Le Mans com um Porsche 917.

Raphael Wilker – Você já conhecia a mídia podcast ? O que você acha dela ? A Fórmula E tem chances de ser uma Super League Fórmula, ou ser uma categoria bem sucedida como a Fórmula 1? Você prefere uma Fórmula 1 com mais equipes ou menos equipes ?
RESPOSTA – Acho que você está falando do podcast que deu origem a esta coletiva. Não, não conhecia, e por isso não acho muita coisa. Gosto de podcasts, acho a mídia interessante, mas não tenho muita convicção sobre a audiência desse tipo de coisa. A Fórmula E não tem nada a ver com essas categorias picaretas que surgiram nos últimos anos, mas nunca será uma Fórmula 1. São propostas diferentes. Mais equipes, claro. Pelo menos 13.

Pedro Gomes – O que você pensa quando lê as críticas mais sem fundamento sobre os pilotos brasileiros?
RESPOSTA – Nada. Quando há alguma possibilidade de diálogo, posso contrapor. Mas não perco muito do meu tempo com isso. Cada um tem sua opinião sobre o que quiser. Eu tenho as minhas.

[bannergoogle] Marcelohprego – Você continuaria a torcer para a Portuguesa com o mesmo fanatismo, caso o clube fosse comprado por um magnata russo (árabe, japoneis, sei lá), que mandasse demolir o Canindé, construísse no lugar uma arena multiuso, contratasse jogadores de nível europeu, pusesse um “José Mourinho” à beira do campo, e passasse a ganhar títulos e mais títulos? Traduzindo, continuaria torcendo se a Lusa vendesse a alma ao demo?
RESPOSTA – Não sei se isso seria vender a alma ao demônio. Se tudo fosse feito com lisura e honestidade, e se o modelo de negócios do futebol europeu fosse adotado aqui, não veria grandes problemas – aliás, não veria outra forma de sobreviver, e isso está acontecendo na Inglaterra, na Itália, na França… Desde que o cara não fosse um bandido, que o dinheiro não fosse sujo, que o clube não se transformasse apenas numa opção de negócios, acho que tudo bem. Não seria muito diferente do que o que acontece com o Palmeiras, por exemplo. Ou com o Corinthians, que também recebe enormes injeções de recursos de várias fontes – como aconteceu com o MSI. A história de um clube passa por diversas fases, e essa seria apenas mais uma.

Igor de Matos – Você sente falta de acompanhar a F1 mais de perto? Além da F1, que outras categorias você assiste com frequencia? Acha que o automobilismo corre o risco de virar um esporte tão restrito quanto o hipismo ou a vela, por exemplo, em algumas décadas? O Grande Premio e a agência WarmUP te deixaram rico?
RESPOSTA – Se eu quiser ir a alguma corrida, vou. Não tenho saudades daquela vida maluca de avião, hotel, aeroporto. Vejo quase tudo. Não, acho que o automobilismo é mais popular do que esses esportes que você citou. Não, não fiquei rico.

Rodrigo Sabato – Flavio, fala a verdade: o Senna fez alguma coisa, alguma vez, que te deixou pessoalmente magoado? Teve algum episodio no qual ele te aborreceu alem do campo profissional, entrando no âmbito profissional?
RESPOSTA – Já falei sobre isso, nunca me fez nada. Procure nas respostas anteriores.

Jorge Luis – Ola senhor Gomes, boa tarde, sempre tive a curiosidade de lhe perguntar uma simples mas monumental pergunta, para mim uma das mais inquietantes. Levando em conta sua história ao longo do esporte, especialmente na formula 1, cobrindo diferentes “eras”, o quê, para você, mudou na formula 1 dos anos 80 e 90 para cá, pessoalmente falando? As coisas que lhe despertam saudades ou não, as relações com os pilotos, as características dos carros carros, as pistas e em relação ao que você sentia na época e hoje não sente mais, ou sente de forma diferente, é realmente legal ouvir relatos de quem viveu as experiências de outros tempos, especialmente daqueles que se encontravam “in loco”.
RESPOSTA – Não é a F-1 que mudou. O mundo mudou. E mudará amanhã, e depois de amanhã. Mas tem coisas que eu gostava, como pilotos mais interessantes, equipes divertidas, mais carros, pistas clássicas. Vou repetir a frase que já citei em outras respostas: “Foi. Não será de novo. Lembre”.

Senna: nenhum problema

Driver RJ – Quando você fez aquela entrevista no motorhome da Mclaren com o Senna (aquela que estava com motor “Lambo”), você ficou alguns minutos sozinho com ele….. sinceramente qual a imprensão/sensação que você teve ou ele passava para as pessoas mesmo que em poucos momentos?? ele intimidava por ser um ídolo? não fedia nem cheirava?? :-)
RESPOSTA – Uai, eu via o cara quase todo dia em finais de semana de GP, por que teria alguma impressão diferente? Ele não me passava nada demais, era um grande piloto, eu tinha de escrever sobre ele. Simples assim. Nunca me senti intimidado por ninguém. Ele era ídolo de um monte de gente, não meu. Tenho poucos ídolos.

Osmar Cassão – Flávio, parabéns pela iniciativa. Gostaria de saber se você já flertou com outra editoria na sua carreira, por exemplo, política ou culinária. Um abraço!
RESPOSTA – Não.

Romeo Nogueira – Se você tivesse que escrever uma matéria com a pauta: “Senna: o que (ainda) falta saber”, sobre o que escreveria? Qual foi seu maior desafio, ao recomeçar a carreira profissional, após Ímola/1994? Você deixou de acompanhar as corridas ‘in loco’ no final de 2006. Do que mais sente falta? Quem são os jornalistas brasileiros, diferentemente das editorias, que você citaria como referência para você? No texto “Imola, 1994″, você comenta que esse GP foi a grande cobertura de sua vida. Qual outro momento profissional na F-1 também te marcou? Pra finalizar, já que tem a ver com o post, quem é o Galvão Bueno que a grande massa não conhece?
RESPOSTA – A maioria já foi respondida, mas vamos lá, pela ordem. 1) tudo que eu tinha de escrever sobre o Senna já escrevi. 2) não recomecei a carreira, dei continuidade a ela, tendo de buscar uma maneira de continuar escrevendo e cobrindo F-1 – o desafio foi esse. 3) já respondi, não sinto falta de nada, exceto de uma corrida ou outra que gostava de cobrir. 4) não tenho grandes referências no jornalismo, sempre procurei trilhar meu próprio caminho, mas admiro dois em especial: José Trajano e Matinas Suzuki Jr. 5) também já devo ter respondido, em geral as coisas marcantes para mim são as “primeiras”, como o primeiro GP no Rio, o primeiro que cobri fora, em Paul Ricard, essas coisas. 6) o Galvão é muito parecido pessoalmente com o que ele mostra no ar, não gozo de intimidade com ele para dizer algo além disso.

Jeff Marin – 1 Flávio quais são os carros que você tem guardados? detalhes por favor.
2 Pretende voltar a correr?
RESPOSTA – Já falei sobre os carros lá atrás, é só procurar. Não sei ainda, sobre voltar a correr.

Paulo – Véio, quantos carros clássicos você tem, quando vai abrir sua coleção para visitação e se você tem algum voyage dos antigos nela? P.S. Sou louco para mostrar para os meus meninos o que é um carro de verdade, daqueles do outro lado do falecido muro.
RESPOSTA – Já dei a lista. Não tenho Voyage. Gostaria de um Sport 1.8. Minha coleção é particular, não será aberta a visitação. Tenho os carros para andar com eles.

João Ubaldo: essencial

Ricardo Cardoso – 1) Você voltaria a cobrir “in loco” alguma corrida ou categoria? 2) Sua coleção abrange também motos antigas? 3) Quais são seus livros favoritos? Existe algum que você considera responsável por algo importante em sua vida (pessoal ou profissional)? 4) Quais seus filmes favoritos?
RESPOSTA – 1) voltaria a Le Mans e a alguns GPs de F-1, mas fazer uma temporada inteira, viajando, não está nos meus planos. 2) sim, tenho uma Suzuki GT550 1976, uma DKW 250cc Sport 1936, uma Lambretta 1969 e uma Vespa 1986. 3) leio bastante, mas se tivesse de eleger um, apenas, seria “Ensaio Sobre a Cegueira”, de Saramago. “Viva o Povo Brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, considero essencial. “Conversa na Catedral”, dos tempos em que Vargas Llosa era um sujeito respeitável, é outro. “Cem Anos de Solidão”, de García Márquez não pode faltar na vida de ninguém. E tem um livro pouco conhecido, chamado “Nem Mesmo Todo o Oceano”, de Alcione Araújo, que me marcou muito. 4) tenho péssima memória para filmes e nunca vejo o mesmo mais de uma vez. Das coisas que me lembro assim, de supetão, “Um Conto Chinês”, “A Vida dos Outros”, “Adeus, Lênin!”, “Uma Vida Iluminada”, “A Lista de Schindler”, “Os Gritos do Silêncio”, “Beleza Americana” e “Pequena Miss Sunshine”.

Bruno – Qual é a principal diferença entre trabalhar na espn e na fox?
RESPOSTA – A ESPN que conheci não existe mais. “Foi. Não será de novo. Lembre.” Estamos começando uma nova aventura na Fox, com gente amiga, liberdade, inovações. Estou felicíssimo. É legal participar da construção de alguma coisa. Gostei de todos os lugares em que trabalhei. Quando, por alguma razão, tive de sair, talvez tenha sido porque não gostasse mais. Ou não gostassem mais de mim.

Paixão de verdade: a Portuguesa

Carlos Del Valle – Oi Flávio, obrigado por nos mencionar, é uma honra! Tenho duas perguntas: 1. Futebol.. Você aparece bastante na TV falando de futebol. Você tem a mesma paixão por futebol do que pelo automobilismo? Ou hoje em dia é só um trabalho das 9 às 5? Você tem paciência para seguir os meandros do Brasileirão e da Seleção? (Isso tudo foi só uma pergunta hehehehe) 2. Barrichello. Você é conhecido como uma espécie de nêmese dele, um algoz. Ainda mais depois do lance da tartaruga. Eu queria saber como era antes disso tudo, no início da carreira dele, principalmente antes da morte do Senna em 1993, e depois na Jordan de 1994 a 1996, você achava que ele tinha potencial? Ou sempre achou que faltava alguma coisa?
RESPOSTA – Sim, sempre gostei de futebol, vou a todos os jogos do meu time, meu sonho de criança era trabalhar com isso. O automobilismo veio depois e são paixões diferentes, mundos diversos, universos distintos. Mas paixão, mesmo, eu tenho pela Portuguesa, não por futebol. E por guiar um carro de corrida, não por cobrir automobilismo. É preciso separar as coisas. Gosto de futebol, sou apaixonado pela Lusa. Gosto de automobilismo, sou apaixonado por correr. Sobre Barrichello, creio que já falei tudo em respostas anteriores, inclusive a história da tartaruga. Sempre achei que tinha potencial, claro, tanto que vingou e ficou 20 anos na F-1. Mas nunca achei que seria um campeão, quando chegou à categoria. Não porque faltasse alguma coisa específica, mas simplesmente porque sempre havia alguém melhor que ele disputando a mesma coisa.

Samuel Coimbra – A cada ano a formula 1 tem perdido prestígio e audiência, além de enfrentar um grave crise financeira. A ideia do Bernie Ecclestone de transformar o esporte em um grande negocio deu certo, mas talvez hoje tenha feito a categoria virar refém desse negocio. Para você qual o futuro da F1? Acredita que possa ter um fim num futuro próximo? Como melhorar e faze-la ser atrativa do ponto de vista esportivo novamente? A F-e pode se considerar a F1 do futuro?
RESPOSTA – Também já foi respondido. Não, a F-E é uma coisa, a F-1 é outra. Concordo que há uma crise – não fosse assim, o grid teria mais carros, a audiência seria maior. Mas não é a maior crise, outras já aconteceram, e a F-1 tem força para se reinventar. Já falei sobre o que acho urgente: mudar a motorização, simplificar o entendimento das corridas pelo público, engrossar o grid, correr mais na Europa. Tenho curiosidade para saber o que será dela depois de Bernie.

Bruno Cardoso – 1 – Sabemos que você possui uma coleção de carros antigos. Você pretende abrir essa coleção para visitação do publico, seja de forma física ou virtual? 2- Com essa moda de canais do YouTube relacionados aos automóveis, há chance do “Indiana Gomes” retornar? 3- Por que você parou de correr na Classic Cup? 4- Qual foi o episódio mais marcante da sua carreira de Jornalismo? 5- Sobre o dia 01/05/1994, existe algo que ainda não foi publicado por você? 6- Qual é o ano de fabricação do seu carro mais novo? 7- Sou muito fã de suas opiniões e do seu trabalho. Moro no RJ, mas certa vez em SP, vi você num restaurante mas não tive coragem de lhe cumprimentar. Você se considera um cara receptivo nessas situações?
RESPOSTA – Aparentemente já respondi tudo. Vamos ver… 1) não fisicamente, vitualmente, só quando eu resolver mudar da caverna atual para outra. 2) talvez, mas não com esse nome. 3) expliquei isso quando aposentei o Meianov, a categoria mudou muito, não sei se ainda faço parte dessa turma, é algo não resolvido ainda. 4) já contei, Imola. 5) não. 6) 1997. 7) claro que sim, atendo todo mundo, mas é preciso respeitar o momento de cada um – muita gente confunde as coisas, acha que porque lê e vê o sujeito todos os dias tem alguma intimidade com ele, quando isso não é verdade. Mas quando a aproximação é respeitosa, não vejo problema nenhum. Foda é quando o cara vem até sua mesa, puxa uma cadeira e senta. Já aconteceu.

Para ler os outros posts da série, é só clicar aqui.