Blog do Flavio Gomes
Gomes

ENTREVISTA COM O BLOGUEIRO (7)

SÃO PAULO (dias horríveis) – Bom, compromisso é compromisso, e me desculpem a demora para responder a todas as perguntas da nossa coletiva que começou há mais de dois meses, em 1° de julho. Hoje vamos à 12ª parte, a página 7 das 18 que as perguntas preencheram no WordPress – comecei de trás para […]

SÃO PAULO (dias horríveis) – Bom, compromisso é compromisso, e me desculpem a demora para responder a todas as perguntas da nossa coletiva que começou há mais de dois meses, em 1° de julho. Hoje vamos à 12ª parte, a página 7 das 18 que as perguntas preencheram no WordPress – comecei de trás para a frente, vocês sabem.

Lembretes de sempre: o período para perguntas se encerrou no dia seguinte à publicação do post e elas não são editadas – estou reproduzindo do jeito que chegaram.

Vamos a elas? Comentem à vontade.

[bannergoogle] Bruno Mantovanelli – O que você acha do Edgard Mello Filho? Eu adorava quando ele tinha uma coluna no Grande Prêmio. Acho que o site perdeu bastante com sua saída. Você nunca mais tentou contar com seus serviços? Tenho certeza que o site ganharia muito com ele. Abraço e parabéns pela iniciativa.
RESPOSTA – Faz muito tempo que não vejo o Edgard e não sei direito o que ele anda fazendo. Somos muito amigos, apesar de termos perdido o contato. Gosto dele como de um irmão. Ele deixou de escrever porque tinha outras prioridades, e se quiser voltar, as portas estão abertíssimas.

JR Lemos – Em sua opinião quais foram os melhores jornalistas de automobilismo que voce conheceu ou não, tanto nacional, quanto internacional? Pode classificar por categoria, como comentarista, narrador, cronista, etc.
RESPOSTA – Vou citar alguns, sempre correndo o risco de esquecer vários. Mário Andrada e Silva, que contratei para fazer F-1 na “Folha” quando eu era editor, é um deles. Hoje está na Rio-2016, depois de fazer carreira no “JB”, na “Reuters” e na Nike. Reginaldo Leme, que dispensa maiores comentários. Murray Walker, o “Galvão inglês”, muito divertido. José Miguel de Barros, português. Marcus Zamponi, que infelizmente nos deixou. Da turma nova, Victor Martins, Fábio Seixas, Américo Teixeira Jr., Rodrigo Mattar, a turma do Grande Prêmio – sem exceção, porque são todos realmente excepcionais –, o Edgard Mello Filho… São muitos, de verdade.

Gosto de andar de Kombi. Isso é ser excêntrico?

ms – Flávio Gomes, responda sinceramente: quando vc fala e quer demonstrar sua paixão por lada, DKW e outros carros ou mesmo coisas antigas vc está mais é querendo “fazer tipo”, ou seja, desejando passar uma imagem de ser um cara “excêntrico”, e “faturar”(faturar em todos os sentidos…) em cima desse “personagem “excêntrico” junto a outros “excêntricos” ou sua maior, única e exclusiva preocupação é a de ser vc mesmo, vindo todo o resto como consequência disso (de ser vc mesmo…..).
RESPOSTA – Não me acho excêntrico por gostar de Lada e DKW. Apenas gosto. Posso? Acho meio ridículo esse juízo de valor, dizer que “faço tipo”, considerar que posso “faturar” alguma coisa sendo como sou. Faturar o quê? Não faço tipo de nada, sou como sou, tenho carros antigos, ando com eles, não sou personagem, apenas vivo como acho que devo viver e não creio que deva justificar minhas preferências. A própria definição de “excentricidade” me parece bastante nebulosa.

Thiago Guimarães – Você não fica constrangido fazendo o Fox Sport Radio, com umas baixarias, sensacionalismo? Sair da ESPN e ir pra uma papagaiada daquelas é pra chorar, imagino.
RESPOSTA – Pois imagina bem errado. Não tenho constrangimento algum, faço um trabalho honesto e digno, nosso programa é líder de audiência no horário entre todos os canais fechados de esportes e gosto muito da maneira como o conduzimos. Não tem sensacionalismo, nem baixaria. Apenas somos autênticos e espontâneos. Ninguém ali finge ser o que não é. Não somos cagadores de regra. Se você acha uma papagaiada, é simples: não veja. Mas, pelo jeito, tem visto bastante… A Fox é o maior grupo de comunicação do mundo. Me orgulho de trabalhar para um grupo desse porte e importância.

Thiago – O que efetivamente aconteceu entre covê e o Ico que resultou inclusive na sua saída do Lance!?
RESPOSTA – Já respondi isso.

Filipe Pimenta – Acompanho seu blog há pelo menos 5 anos. Adoro ler seus textos sobre o “nada”, como por exemplo seu post “Adeus, amigos” de 9 de junho de 2015 ou “Das batata” de 20 de junho de 2011. A impressão que tenho é que você não costuma receber muito bem opiniões contrárias as suas convicções. Alguma vez você mudou de opinião lendo o argumento de um leitor? Minha segunda pergunta é: Porque você sempre queima as largadas na Classic Cup? Hahaha
RESPOSTA – Recebo todas as opiniões, mas reajo a elas no mesmo tom com que elas me são apresentadas. Não me lembro de ter mudado minhas convicções recentemente. Mas pode ter acontecido, sei lá. Sobre as largadas, eu queimava quando corria de DKW. Depois parei.

Marcus Lima – Você é o jornalista que mais li defender a desmistificação da imagem, construída pela Globo, de Ayrton Senna. Além do ar ” carmelito descalço” carregado nas tintas, posto acima da trajetória de piloto, há a glorificação do “símbolo nacional”, do ” Senna do Brasil”. Imagino que jornalistas como você, que viveram um pouco perto do profissional e ser humano tiveram experiências com ele, ou viram comportamentos dele, que o humanizam mais. Que fatos ou momentos você presenciou que corroboram a imagem Ayrton Senna como um ser humano, que demasiado humano, também tinha defeitos?
RESPOSTA – Também já respondi isso numa das postagens anteriores.

O ovo veio antes, evidentemente

Carlos Villa – Quem surgiu primeiro, o ovo ou a galinha?
RESPOSTA – O ovo, claro.

Marcos – Flavio, quais idiomas você fala e como você aprendeu cada um deles ?
RESPOSTA – Inglês, italiano, francês e espanhol. Aprendi na escola. Estudando.

Julio Felix – Flavio, boa tarde! No seu livro “O boto do Reno”, tem um capítulo que você cita o nascimento do seu filho e uma garrafa especial de champagne; anos depois vi você em uma twitcam e ao fundo uma garrafa; é a mesma?(Confesso que quando vi, fiquei emocionado, mas sempre quis perguntar pra ter certeza). Quando você tinha uma coluna semanal para o Lance, em uma delas achei que você tinha pegado pesado com o Rubens, na época na Ferrari, te enviei um e-mail, dizendo que você tinha sido meio que sem dó nem piedade com ele.Na semana seguinte na sua coluna, dentre os assuntos você comentava sobre isso e usando as mesmas palavras(sem dó nem piedade).Me senti o máximo; mas pergunto (com quase certeza que você não se lembra), a segunda coluna foi influenciada pelo meu e-mail?
RESPOSTA – Sim, é ela. Quem me deu foi a Jane Parisi, que na época era assessora da Bridgestone. Está guardada aqui no escritório. Quanto a essa coluna, não lembro dela e dificilmente uma segunda seria influenciada por um e-mail, mas é impossível saber.

Jaime Boueri – Flavio, Sabe que te acompanho há tempos (sabe? acho que sabe), e inclusive já trocamos alguns e-mails com dicas de posts e encontros de carros antigos (este, um hobby em comum). Pergunta: você lembra de todo mundo que te escreve? Ou, ao menos, dos que mais contribuem/comentam? Pergunta 2: conhece (ou já visitou, ao menos uma vez) os blogs e endereços destes que lhe escrevem? Já teve essa curiosidade?
RESPOSTA – Sim, claro que sei. Os mais assíduos eu reconheço, e sou grato àqueles que me ajudam a fazer o blog. Mas não lembro de todos, claro. São 400 e-mails por dia, é bastante coisa. Normalmente dou uma olhada nos links que me enviam. Seu blog eu já vi, notei que é inspirado no meu, de certa forma, o que acho bacana. Mas não tenho tempo de ver tudo.

Thiago Césare TC – Flávio, Você, escriba crítico que é, diga-me: como transformar massa crítica em um fenômeno realmente de massa? TC PS.: Acompanho o blog desde 2008, muito mais pelo texto do que pelo conteúdo.
RESPOSTA – A pergunta é incompreensível. Quanto ao seu post scriptum, obrigado. Meus textos são bons, mesmo. O conteúdo, também.

Mr Inforrock – Bom dia Flavio, Na boa, acho você até paciente demais com os seus leitores, pois percebe-se que na grande maioria, são coxinhas maltratados talvez pela inclusão digital, social… Mas como aqui é SPPED, vai a pergunta: P: Voce poderia citar: 3 pilotos da Indy e 3 da F1 que mais gosta ou gostou e 3 maneiras para livrar o mundo deste capitalismo de bolsa de valores? [ ]s Marcio
RESPOSTA – Vamos lá. Da Indy, Zanardi, Paul Tracy e Gil de Ferran. Da F-1, Schumacher, Mansell e Piquet. Não sei o que te dizer sobre a segunda parte da pergunta. O mundo é um fiasco. Você me pede uma fórmula para consertá-lo, e não tenho.

Audi quattro Sport 1983: o melhor que já dirigi

William – Gostaria de saber, depois de tantos anos de experiência e de tanto conhecimento acumulado sobre carros de todo o mundo (antigos, atuais, esquisitos, clássicos, esportivos, etc.): Qual o melhor carro que você já dirigiu na vida? Qual te proporcionou o maior prazer em dirigir? E qual você ainda sonha em dirigir?
RESPOSTA – O melhor foi um Audi quattro Sport 1983 do acervo da Audi. O que me deu mais prazer, um DKW Monza também do museu de Ingolstadt. Os relatos estão aqui e aqui. Foi em maio do ano passado, quando a Audi me levou para a abertura de uma exposição dedicada aos carros feitos no Brasil pela Vemag. Meu sonho é guiar um F-102.

Anselmo Coyote – Flavio, é fato que o Pedro Piquet está se saindo excepcionalmente bem na Formula 3. Vc atribuiria isto a: À equipe, ao piloto ou aos dois? Sobre o equipamento, sinceramente não sei se o dele é melhor ou melhor trabalhado/acertado. Vc poderia esclarecer isso, caso saiba? Obrigado.
RESPOSTA – Ele tem equipamento melhor, claramente, e está fazendo a lição de casa ganhando quase tudo. Mas me parece que existe o risco de ser um negócio um pouco ilusório, como era com Nelsinho Piquet. De qualquer forma, Nelsinho acabou dando certo e evoluindo, o que mostra que essa superioridade e falta de adversários que encontrou na F-3 não atrapalharam necessariamente a sequência de sua carreira. Piquet-pai dá aos filhos o melhor equipamento possível, e não o critico por isso. Mas uma hora a corda aperta, e aí saberemos direito se o Pedro é um piloto que pode avançar. O que sei é que Nelson já disse a amigos muito próximos que o bom da família é o Pedro. Não tenho motivos para duvidar, ele sabe das coisas.

Leonardo Fornasier – Você acha que vou perder esta oportunidade? Em primeiro lugar uma breve apresentação: Sou Leonardo um Gremista de Porto Alegre e leio tudo que você escreve desde que me conheço como consumidor do Grande Prêmio no inicio dos anos 2000, sim fui leitor do Warm Up e consolidei minhas opiniões sobre F1 lendo tudo que você pensa. Este blog é sem duvida a pagina que mais acesso, estou sempre por aqui pois alem de gostar de ler o que você escreve sobre o esporte e gostar das tuas opiniões também sou um aviador e gosto sempre daquilo que você posta sobre o tema. Uma unica magoa que tenho com este blogueiro foi o mesmo ter me bloqueado no twitter por uma brincadeira boba sobre o titulo de 1996 (não eu não estava participando daquela outra confusão maior na época da espn.), sendo assim não consigo acompanha-lo mais no micro blog. Quanto as tuas opiniões politicas eu simplesmente as respeito, não concordo muito com alguns posicionamento muito radicais mas eu prefiro alguém com posição e disposição para o debate do que alguém que seja apenas uma ameba sem pensar nada sobre nenhum assunto. Demorei já! Vamos a minha pergunta. Vamos falar de Formula 1! Vou confiar na tua sinceridade e quero que você diga a todos o top 7 de pilotos Brasileiros mais chatos que ja estiveram na categoria, independente da habilidade ao volante eu quero saber aquele camarada que quando você tinha que entrevista-lo você pensava “Poutz vou ter que falar com aquela mala sem alça”. Em ordem de mais chato a menos chato por favor. Se puder passa uma breve justificava do porque de cada escolha. :) Desde já obrigado pelo conteúdo e desbloqueia o amigo aqui vai. @leo_fornasier
RESPOSTA – Você não está bloqueado, fui verificar. O que me surpreende, porque normalmente qualquer um que brinque com 1996 eu bloqueio, mesmo. Mas não está. Vamos lá, aos chatos, deixando claro que eles não eram chatos todas as vezes, apenas era chato ter de entrevistá-los de vez em quando, por vários motivos. E como você pede sete (por que sete?), vou acabar citando quase todos. Pela ordem: Barrichello, porque estava sempre reclamando de alguma coisa; Moreno, porque sempre achava que alguém queria sacaneá-lo; Piquet, porque sempre atrasava para as entrevistas e às vezes nem aparecia; Senna, porque as entrevistas eram uma zona monumental; Zonta, Bernoldi e Burti, porque quase nunca tinham coisas importantes a dizer. Mas, sendo sincero, todos os citados não eram pessoas chatas. Mesmo Barrichello deu ótimas entrevistas, e meu trabalho era esse, entrevistar os caras, e por isso nunca me queixei da tarefa.

Chaveiro da Forti Corse: raridade

Léo Aranha – Como não sou jornalista, acho muito difícil esse negócio da imparcialidade. Certa vez você comentou que torcia para um time de Fórmula 1 mas não vi se algum dia comentou sobre qual seria. Isso me leva para a pergunta: Dos anos de estrada seguindo a Formula 1, você guardou objetos pessoais que ganhou de pilotos ou alguns acessórios das equipes ? Se a resposta for afirmativa, pode falar sobre alguns ?
RESPOSTA – Eu disse que torcia? Não me lembro, mas sempre tive simpatia por algumas equipes, sem dúvida. Como Lotus, Tyrrell, Jordan, Minardi… Guardo muita coisa. Agendas, bonés, chaveiros, pastas de cartolina, protetores de ouvido, canecas, pochetes, pins, camisetas, cinzeiros… Muita coisa eu roubava na cara dura. Cinzeiros, principalmente. Não jogo nada fora. Minha coleção de tranqueiras de F-1 é bem vasta.

Mermermentolino – A coluna “Gira mundo” (desaparecida) é apenas um desabafo ?
RESPOSTA – “Gira Mondo” não é uma coluna, é uma seção do blog na qual falo de assuntos aleatórios. Parei de escrever porque não tenho paciência mais com alguns comentários, mas ela não está extinta. Quando me dá na telha, escrevo.

Diogo – Que fim deu o 69? Você ainda corre na classic cup?!
RESPOSTA – O Meianov está guardado, coberto, numa caverna secreta. Não, estou parado e pensando na vida, neste momento.