Blog do Flavio Gomes
F-1

LONE STAR (3)

SÃO PAULO (nunca na história texana) – Gente, que corrida zicada. Depois de tudo que não aconteceu ontem, finalmente a turma foi para a pista na manhã de hoje, 9h locais, ainda com muita chuva e água demais na pista. Era preciso formar um grid, afinal, embora houvesse a possibilidade de largar com as posições […]

SÃO PAULO (nunca na história texana) – Gente, que corrida zicada. Depois de tudo que não aconteceu ontem, finalmente a turma foi para a pista na manhã de hoje, 9h locais, ainda com muita chuva e água demais na pista. Era preciso formar um grid, afinal, embora houvesse a possibilidade de largar com as posições do terceiro treino livre, realizado ontem em condições também ruins.

Elas não melhoraram no domingo. A chuva persistiu, ainda que não fosse uma tempestade que inviabilizasse o tráfego de automóveis. Dava para andar, tanto que andaram. Não estou entre os que defendem o cancelamento de corridas por causa de chuva, a não ser em casos realmente extremos. Deu para notar que estava difícil, mas não impossível.

[bannergoogle] Tanto foi assim que o Q1 rolou sem maiores problemas, exceto uma batida de Sainz Noção, que pediu desculpas à Toro Rosso pelo rádio. Sua rodada se deu mais por ter pisado na zebra molhada — pecado mortal em algumas pistas — do que por excesso de água na pista. O treino ficou parado por quase dez minutos e recomeçou sem grandes dramas.

Hamilton foi o primeiro a andar abaixo de 2min no Q1, com Ricardão por perto e o resto a mais de um segundo de distância — alguns a dois, três, quatro, uma eternidade. A pista começou a “melhorar”, entre aspas porque parece meio irônico falar em melhora com aquela quantidade de água, e no fim os tempos baixaram, lá na ponta, para a casa de 1min56s. Ricciardo ficou em primeiro, seguido por Rosberguinho, Comandante Amilton e K-Vyado. A Red Bull estava bem no molhado. Foram eliminados Sonyericsson, Felipe II (a Sauber termina o ano fraquinha, fraquinha…), Primo Rossi, Cat Stevens e Sainz Idade.

No Q2, a chuva apertou. Vários pilotos aquaplanaram no mesmo ponto, sem bater, porém. Marquei no bloquinho Vettel (esse, no Q1), Hamilton, Button e Hülkenberg. Raikkonen também deu uma pirueta, mas me pareceu em outro trecho. Rosberg ficou em primeiro, ainda na casa de 1min56s, mas com um tempo pior que o de Ricciardo um pouco antes. Para ser preciso: 1min56s495 no Q1 para o australiano rubro-taurino, 1min56s824 para o alemão mercêdico. Degolados: El Fodón de La Eliminición, Sapattos (que decepcionou), Grojã, Bonitton e Maldanado.

E ficamos esperando pelo Q3. Hamilton e Rosberg saíram dos boxes e pelo rádio o chefe gritou “stop, stop, stop!”, porque apareceu a mensagem na tela de que o início da última parte da sessão seria atrasado em cinco minutos. Havia uma picape com uma turbina no rabo assoprando a água para fora da pista. A chuva aumentou e o diabo da turbina, evidentemente, não adiantava nada. A distância, achei que dava para colocar dez carrinhos na pista por dez minutos para uma voltinha cada. Mas a direção de prova, não. O Q3 foi cancelado e o grid acabou sendo determinado pelas posições até o Q2.

Assim, Rosberguinho larga na pole pela quarta vez no ano (terceira seguida) e 19ª na carreira, com Hamilton em segundo, Ricciardo em terceiro e Kvyat em quarto. A ordem final do treino teve Tião Italiano em quinto, mas ele perderá posições por troca de motor. Então, atrás da dupla da Red Bull largam Pérez e Hülkenberg. Raikkonen também trocou de motor e foi para trás, e assim Massa ficou em sétimo, com Verstappinho em oitavo, Alonso em nono e Bottas em décimo.

A corrida é daqui a pouco, largada às 17h de Brasília. Com pista molhada, claro. A previsão era de que a chuva desse uma trégua, mas até secar esse negócio, depois de dois dias de água sem miséria, é certeza que o asfalto só vai secar daqui a uns dois meses. O Renan do Couto lembra aqui que foi a quarta vez na história que uma classificação teve de ser adiada para domingo. Mas em 2005 isso era regra, pelo menos até a sexta etapa do campeonato. Havia uma espécie de pré-classificação no sábado e a definição do grid no domingo de manhã. Ideia de jerico de Bernie Ecclestone que caiu antes da metade da temporada.

Vai ser divertido, esse GP dos EUA. Pena que a TV aberta não vai mostrar, mas faz parte. Minha aposta? Na chuva, o tiro mais certo seria cravar Hamilton. Mas sei lá por quê, estou achando (torcendo, na verdade) que vai dar uma surpresa monumental.

Alonso?

Tô zoando.