Blog do Flavio Gomes
F-1

MINARDI & JORDAN

SÃO PAULO (eu adorava) – Hoje faz dez anos da última corrida disputada por duas das equipes mais legais da história da F-1: Jordan e Minardi. A lembrança do Charles Nisz, no “Na Garagem” de hoje, me levou a viajar para aqueles tempos em que simpatia era moeda corrente no segundo escalão da categoria. Eram […]

SÃO PAULO (eu adorava) – Hoje faz dez anos da última corrida disputada por duas das equipes mais legais da história da F-1: Jordan e Minardi. A lembrança do Charles Nisz, no “Na Garagem” de hoje, me levou a viajar para aqueles tempos em que simpatia era moeda corrente no segundo escalão da categoria.

Eram times de gente apaixonada, os sobrenomes de Eddie e Giancarlo, garagistas de primeira que se enfiaram na F-1 com a cara e a coragem. Paixão reconhecida por Paul Stoddart, o australiano que comprou a equipe de Faenza, mas fez questão de manter não só o nome Minardi, como seu fundador na estrutura da organização.

Eram times que deixavam seus motorhomes abertos a qualquer um, e que recebiam artistas, cantores, jogadores de futebol. Onde você mesmo tirava seu café da máquina, abria a geladeira e pegava uma cerveja. Onde o cozinheiro tinha nome e vinha explicar o prato, e perguntava dos seus filhos e do seu time. Onde se podia sentar à mesa com o dono e dividir com ele uma garrafa de vinho.

[bannergoogle] O Forix relaciona 37 pilotos que vestiram o macacão da Minardi em corridas. Destes, um se sagrou campeão mundial — Fernando Alonso. Entre eles, três brasileiros apenas: Christian Fittipaldi, Tarso Marques e Roberto Moreno. E muita gente boa, como Mark Webber, Michele Alboreto, Giancarlo Fisichella e Jarno Trulli, para mencionar apenas alguns.

Era uma grande escola, como foi a Jordan. Esta relaciona 30 pilotos em suas fileiras, entre eles dois campeões — Michael Schumacher e Damon Hill. E mais brasileiros: Rubens Barrichello, Maurício Gugelmin, Moreno e Ricardo Zonta. Também passaram pela escuderia de Silverstone pilotos como Fisichella, Ralf Schumacher, Heinz-Harald Frentzen, Trulli, Eddie Irvine, Nick Heidfeld, Jean Alesi, Thierry Boutsen, Alessandro Zanardi…

A Jordan ganhou corridas — quatro dos 250 GPs em que alinhou, com Hill na Bélgica/1998, Frentzen na França e na Itália/1999 e Fisichella no Brasil/2003. A Minardi liderou apenas uma volta nos 340 GPs que disputou, com Pierluigi Martini em Portugal/1989. Resistiram bravamente até um momento em que os custos se tornaram proibitivos — a F-1 preferiu atrarir novos “players” como Red Bull, Mercedes, BMW, Toyota e Honda, em detrimento daqueles que, de alguma forma, construíram sua história.

As duas equipes encerraram suas atividades mas sobreviveram com outros nomes. A velha Jordan passou por um fundo de investimentos (Midland) e por uma montadora holandesa de supercarros (Spyker), até ser comprada por Vijay Mallya e se transformar em Force India. A Minardi foi comprada pela Red Bull, virou Toro Rosso, mas ainda mantém a sede em Faenza.

Menos mal que, de um jeito ou de outro, ainda resistam.

Christijan Albers: um dos últimos pilotos da Minardi, em 2005