Blog do Flavio Gomes
MotoGP

NÃO DEU VALE

SÃO PAULO (e nem quase…) – Não deu para Valentino Rossi. Apesar do esforço, não chegou nem perto. Il Dottore só seria campeão se a dupla da Honda resolvesse apertar Lorenzo. Ou se Lorenzo errasse. Não aconteceu nem uma coisa, nem outra. Mas foi legal ver o italiano em Valência. Largou em 26º e último, […]

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SÃO PAULO (e nem quase…)Não deu para Valentino Rossi. Apesar do esforço, não chegou nem perto. Il Dottore só seria campeão se a dupla da Honda resolvesse apertar Lorenzo. Ou se Lorenzo errasse. Não aconteceu nem uma coisa, nem outra.

Mas foi legal ver o italiano em Valência. Largou em 26º e último, estava em nono na terceira volta, em quinto na 11ª, e na 12ª finalmente se colocou em quarto, atrás apenas de seu companheiro de Yamaha e da dupla rival — “companheiro”, claro, é força de expressão, já que Jorge não fala mais com ele.

A diferença, nessa altura, era de 11s3 para Dani Pedrosa, o terceiro. Dificílimo. Impossível. Faltavam apenas 18 voltas, Lorenzo não era incomodado por Márquez e Pedrosa, e só mesmo um milagre daria mais um título a Rossi.

Lorenzo faturou seu terceiro título na MotoGP, mas Valentino foi mais festejado que ele quando terminou a corrida — mais de 110 mil pessoas lotaram o autódromo, muitos deles vestindo o amarelo do italiano. Nos boxes da Yamaha, o desconforto era evidente. Nem todos comemoraram a conquista de seu piloto. O pódio foi ainda mais emblemático: vaias para os três espanhóis. Na Espanha. Márquez não gostou.“Faltou respeito”, disse. É o preço, garotón. Da próxima vez, faça seu campeonato. E não prejudique o de ninguém. O esforço para atrapalhar Rossi que empreendeu na Malásia não foi visto hoje em Valência para passar Lorenzo e ganhar a corrida. O povo não é bobo. Percebe as coisas.

[bannergoogle] Valentino foi recebido com aplausos nos boxes, de todas as equipes. Lorenzo, por sua vez, chorou muito depois de receber a bandeirada quase 20s à frente de Rossi. Foi apenas a terceira vez na história que um piloto virou o jogo na última etapa do campeonato da MotoGP. Claro que a punição ao italiano foi decisiva. Mas não se pode tirar o mérito do espanhol. Ganhou sete provas no ano (as três na Espanha, inclusive), e ficou na ponta da tabela quando mais importa — na última etapa; até então, Valentino liderara o campeonato inteiro, exceção feita a uma corrida, na República Checa, quando Lorenzo ficou em primeiro.

No fim das contas foi uma decisão menos tensa do que se imaginava. Foi legal ver Rossi passando todo mundo — mas não surpreendente. Foi chato ver Márquez como um carneirinho sem atacar Lorenzo — mas não surpreendente. Il Dottore se estrepou com a punição. OK, nas motos não é tão difícil passar quando se tem um bom equipamento. Valentino fez isso. Mas é difícil descontar tempo contra caras que guiam bem e têm equipamentos igualmente bons.

Ano que vem tem mais. Vamos ver, agora, como a Yamaha vai lidar com dois pilotos que se odeiam.