Blog do Flavio Gomes
Imprensa

PLAYBOY (✰ 1975 † 2015)

SÃO PAULO (sem dó) – A gente dizia que comprava para ler as entrevistas, que eram muito boas. E eram mesmo. Mas é claro que a gente comprava, escondido, para ver as mulheres peladas. “Playboy” vai acabar. A Abril informou que em dezembro sai a última edição, que será descontinuada — a não ser que […]

capamaiteSÃO PAULO (sem dó) – A gente dizia que comprava para ler as entrevistas, que eram muito boas. E eram mesmo. Mas é claro que a gente comprava, escondido, para ver as mulheres peladas. “Playboy” vai acabar. A Abril informou que em dezembro sai a última edição, que será descontinuada — a não ser que alguma outra editora compre o título. Há algumas semanas, a “Playboy” americana avisou que não iria mais publicar mulheres nuas em suas páginas.

É, o mundo está acabando. A Abril, também — já foram 17 títulos transferidos para a editora “Caras” e não sei mais quantos jornalistas demitidos, além da venda de suas operações na área de educação. Não lamento pela empresa, que se transformou nos últimos anos numa patética trincheira dedicada a derrubar o governo e a falar mal do PT. Não por acaso, sua principal publicação, “Veja”, hoje se sustenta graças a assinaturas compradas por governos (adivinha quais?). Ninguém anuncia. É um espectro de revista, esperando para ser fechada.

Mas lamento pela “Playboy”, por sua história, por ter feito parte do imaginário de tanta gente. Cabe, nos dias de hoje, uma revista assim, ainda? Para ver mulher pelada, não. Na internet, a um clique, se vê qualquer coisa, inclusive todas as capas da história da “Playboy” — que nasceu como “Homem” em agosto de 1975 e em julho de 1978, em sua 36ª edição, assumiu o nome da matriz americana. Mas para publicar boas entrevistas e reportagens, cabe, como cabe qualquer revista em qualquer tempo.

O problema é que perderam a mão. Os produtos são ruins. E acabam por conta própria, não exatamente por conta dos novos tempos. Matar um título como “Playboy”, tão importante que até virou sinônimo de um tipo de homem — e o termo “playboy” é usado no mundo inteiro — é um sinal claro de incompetência editorial e empresarial.

Bem, uma última edição será necessária. Qual será a capa?