Blog do Flavio Gomes
#69

FOI BOM, VOYAGE!

SÃO PAULO (mas vai melhorar) – Sumi no fim de semana. Porque era fim de semana de corrida, de passeio de Vespa, de feriado em São Paulo na segunda. Às vezes a gente precisa esquecer o computador pra viver um pouco a vida de verdade. Façam isso. Abrimos a temporada paulista de 2016 no sábado. […]


SÃO PAULO (mas vai melhorar) – Sumi no fim de semana. Porque era fim de semana de corrida, de passeio de Vespa, de feriado em São Paulo na segunda. Às vezes a gente precisa esquecer o computador pra viver um pouco a vida de verdade. Façam isso.

Abrimos a temporada paulista de 2016 no sábado. E antes de falar qualquer coisa da corrida, a terceira da vida do Bon Voyage #69, é preciso fazer alguns elogios.

Tudo funcionou perfeitamente na prova, organizada pelo Automóvel Clube da Lapa. Tinha bandeirinha em todos os postos. Tinha carro de resgate em quantidade suficiente. Ninguém ficou horas esperando para ser guinchado de volta aos boxes. Tinha comida e tinha até lojinha. Comprei um macacão novo, que foi do Patrick Dempsey. Coisa fina, um Sparco Superleggera que o cara usou no Tudor IMSA em 2014 e — chorem, meninas — ele tem o meu tamanho.

O Magrão, diretor de prova, fez um briefing claro e bastante completo. As demandas que os pilotos fizeram depois da tragédia da última etapa de 2015 foram atendidas. O valor da inscrição foi reduzido e tivemos treino na sexta e uma sessão extra no sábado. Nada a reclamar da estrutura, exceto do autódromo — a SPTuris, que administra o equipamento, deveria ter vergonha de entregá-lo nesse estado lamentável, sem luz, papel higiênico e água nos banheiros, tudo detonado e aguardando pela próxima reforma.

Correu tudo bem, inclusive no grave acidente do fim da corrida, em que o Chambel foi tocado no S do Senna pelo Carloni e seu Passat capotou. Resgate rápido e eficiente e prova encerrada com safety-car (com luzes no teto, como deve ser) liderando o pelotão nas últimas três voltas. Ah, é ruim acabar com safety-car? É. Mas quando precisa, e foi o caso, nada a reclamar.

[bannergoogle] Nosso bravo filhote de São Bernardo do Campo começou bem o dia, fazendo 2min12s207 no treino da manhã. Na véspera, o Nenê Finotti, chefe de equipe e piloto espetacular, virou 2min11s777 com ele. Fiquei apenas 0s430 atrás, o que para mim já teria valido o fim de semana. O Nenê é, em geral, de um a três segundos mais rápido que quase todo mundo com o mesmo carro. No teste que fez, detectou algumas deficiências que teremos de corrigir: uma quinta marcha longa demais e o escapamento que deverá ser trocado. Mais para a frente vamos soltar a traseira para o bichinho dar umas escorregadas. Por enquanto, para o piloto não fazer cagada, o mais prudente é deixá-la meio amarrada, mesmo.

O tempo me deu o décimo lugar na geral, resultado com o qual, definitivamente, não estou habituado. Mas, na classificação (vídeo acima), já com muito calor e o carrinho falhando em alta, consegui apenas o 17° tempo, 2min13s857 (mas larguei em 16º por conta de uma punição de um Passat que estava lá na frente). Na Turismo N, minha nova categoria, fiquei em quarto de oito inscritos. José Santiago, o pole da nossa divisão, virou 2min09s405 com um Gol. Tenho muito para remar, ainda.

A corrida aconteceu por volta das 13h, com temperatura ainda mais alta. Essas coisas afetam carburação, ainda mais quando se usa um mini-progressivo esgoelado como pede nosso regulamento. A largada desta vez aconteceu com procedimento adequado do safety-car, semáforo funcionando e nenhum problema. Fiz uma prova bem OK. Logo na largada o Voyage do Dú Lauand, com quem esperava brigar, me passou e abriu meia reta. Nunca consegui chegar. Em compensação, corri o tempo todo com o Gol do Cássio de Almeida embutido, e consegui segurar a onda.

Isso até o acidente do Chambel. Quando passei pelo S do Senna e vi o carro capotado, me deu um gelo e me desconcentrei. O safety-car só seria acionado na volta seguinte, e antes disso escapei miseravelmente no Laranjinha, perdendo uns 15s em relação às minhas voltas anteriores. Claro que fui ultrapassado pelo Cássio. Consegui encostar esperando uma relargada — provavelmente ganharia a posição, pois meu carro era mais rápido –, mas ela acabou não acontecendo.

Houve três desclassificações e fechei a corrida em 11º na geral entre 23 carros que largaram. Na Turismo N, fiquei em quinto. Um pódio era possível, se não fosse o passeio pela grama e se tivesse tido uma atitude um pouco mais agressiva na largada, evitando que o Dú Lauand escapasse como escapou. Minha melhor volta não foi grande coisa, 2min13s712, e terminei em quinto na categoria — troféu ficou para a próxima, portanto.

A corrida foi vencida, na geral, pelo Denísio Casarini com seu Puma espetacular, que virou 1min57s461 no treino da manhã — todo mundo piorou um pouco à tarde. Alguns pilotos merecem aplausos pelo que fizeram no sábado. Sebastião Gulla, que teve seu Puma praticamente destruído no acidente de dezembro, recebeu um carro inteiramente refeito pela nossa equipe, a LF Competições, e terminou em segundo. Meu brother Rogério Tranjan se achou com o Trovão Azul II e foi o quarto colocado, vencendo na divisão TS — virou 2min03s778 na classificação, um temporal que lhe deu o quarto lugar no grid, uma façanha. O mesmo pode-se dizer do Marcelo Caslini, que na etapa anterior se envolveu no acidente com o Gulla, teve a capota de seu Passat arrancada, fez um novo e largou em quinto, mesma posição final. Esses caras tinham tudo para andar mal depois da pancada de dezembro. Mostraram que o acidente não os afetou e tiveram desempenho de gente grande.

No fim das contas, foi um bom fim de semana para o Voyaginho. Temos coisinhas para certar, mas elas virão com o tempo. Fiquei muito satisfeito de fechar uma volta na casa de 2min12s, e minha meta para este ano é entrar nos 2min10s para poder brigar um pouco mais na frente na categoria. Acho que conseguiremos.

Quanto ao resto, espero que o bom exemplo do clube que organizou esta etapa seja seguido pelos demais. Segurança é prioridade sempre, e não faz sentido economizar na estrutura que tem de ser colocada à disposição de todas as categorias. Dia 21 de fevereiro voltamos a Interlagos. Vamos ver como será.