Blog do Flavio Gomes
F-1

VF-16 – YES, WE CAN!

SÃO PAULO (agora vem de baciada) – Adorei o nome: VF-16. “Very First”, o primeirão de uma série, esperamos, que faça da Haas, um dia, uma das gigantes da F-1. Sabe, não tenho nenhum apreço especial pelos EUA, mas gosto quando americanos se metem com os empinadinhos europeus. É exatamente o que Gene Haas resolveu […]

haasvf16SÃO PAULO (agora vem de baciada) – Adorei o nome: VF-16. “Very First”, o primeirão de uma série, esperamos, que faça da Haas, um dia, uma das gigantes da F-1.

Sabe, não tenho nenhum apreço especial pelos EUA, mas gosto quando americanos se metem com os empinadinhos europeus. É exatamente o que Gene Haas resolveu fazer ao assumir um projeto para a categoria cujo caminho é sempre penoso e caro.

Mas o sujeito é rico de dar pena, e tem bastante para gastar. Se eu fosse, também montaria uma equipe de F-1. DKW Racing. Gomes Racing. Meianov Racing. Trabi Racing. Ainda preciso escolher o nome.

O carro da Haas tem motor Ferrari, é prateado com detalhes em preto e vermelho e necas de patrocinadores — exceto a marca de relógios chiques Richard Mille nas laterias do bico, talvez seja uma permuta, relógio bacana para todo mundo no time; e um pequeno Telcel nos espelhinhos, cortesia de Gutiérrez. Mas no caso desse time, falta de anúncio não chega a ser um problema. Como já dito, o dono tem bastante dinheiro para garantir um orçamento confortável.

[bannergoogle] Grosjean é bom piloto e o mexicano, mais ou menos. A proximidade dele com a Ferrari e a evidente capacidade de ajudar o time com dinheiro de seu país levaram à escolha – os troquinhos da Telcel, por exemplo, devem ajudar a pagar seu salário.

Não vou tirar onda do VF-16, não dá para compará-lo com o carro do ano passado porque não havia carro no ano passado. Vou torcer muito, muito mesmo, para ser uma surpresa inacreditável, uma espécie de milagre, um negócio que deixe todo mundo de queixo caído como foi a Brawn em 2009 — base da Mercedes de hoje.

OK que naquela ocasião já havia uma equipe formada e operante, a Honda, gente muito boa por trás, como Ross Brawn (sumiu, né?), um ótimo motor Mercedes arranjado de última hora e uma sacada aerodinâmica incrivelmente eficiente — o difusor traseiro que acelerava muito a passagem do ar sob o carro e aumentava o downforce, solução que, segundo consta, foi desenvolvida por engenheiros que saíram da Super Aguri no final de 2008 e foram alocados na Honda.

Mas vai que algum gênio na Haas descobriu alguma coisa no regulamento que ninguém leu? Aqueles artigos que os jurídicos das equipes passam só os olhos porque se repetem todos os anos? Tipo lá na parte que fala de pneus, que são iguais para todos, e aí alguém mete um parágrafo extra: “Será permitido a equipes estreantes, desde que tenham apenas quatro letras no nome, o uso de difusores soprados, motores ilimitados, 100 kg a menos no peso total, pneus supermacios em todos os treinos de classificação e Bardahl B12 em todas as corridas”.

Pode ser, quem sabe, vamos ver. É muito pouco provável, claro. Numa visão realista, a Haas vai brigar para chegar na frente de Manor e Sauber ao final da temporada. Com muita sorte, fazer um pontinho.

Mas vai que tem aquele parágrafo escondido no regulamento…