Blog do Flavio Gomes
F-1

CONTO CHINÊS (2)

SÃO PAULO (furar e pendurar, tarefas do dia) – Foi a primeira pole do ano, já com duas vitórias no bolso. E com o adversário largando em último. Podia ser melhor o sábado de Nico-Nico no Fubá? Não. Larga na frente pela 23ª vez na carreira. Comandante Amilton teve um problema de motor. Já tinha […]

Un_Cuento_Chino_02SÃO PAULO (furar e pendurar, tarefas do dia)Foi a primeira pole do ano, já com duas vitórias no bolso. E com o adversário largando em último. Podia ser melhor o sábado de Nico-Nico no Fubá?

Não. Larga na frente pela 23ª vez na carreira. Comandante Amilton teve um problema de motor. Já tinha perdido cinco posições no grid. Larga em último, nem fez tempo no Q1.

Se vale lembrar o passado nessas horas, a última vez que isso aconteceu com Hamilton foi na Hungria em 2014. Coincidentemente, Rosberg também largou na pole. Lewis terminou em terceiro, Nico abandonou. Mas é apenas uma lembrança. Pode até acontecer de novo, porque imaginar Hamilton saindo lá de trás numa pista de ultrapassagens tranquilas — ao menos uma por volta, na enorme reta –, com uma estratégia diferente para parar menos nos boxes, e chegando no pódio não chega a ser nenhum absurdo. Mas Rosberg abandonar? Duvido.

Em todo caso, Hamilton terá trabalho, porque pelo menos três equipes andaram bem até aqui e vão oferecer resistência: Ferrari, Red Bull e Williams.

A Red Bull foi a surpresa do dia, com Ricardão fazendo o segundo tempo e conseguindo a primeira fila ao lado de Rosberg. Uau. Nada mal. Ou nada mau. Dá para usar mal e mau. Não vou explicar, perguntem ao Pasquale.

Foi um treino esquisito no início, não só pela quebra de Hamilton, como pela condição de pista, ainda afetada pelas chuvas fortes da manhã. A água eliminou Pascal Vê Lá, Hein?, que rodou no asfalto molhado, causando uma bandeira vermelha logo no Q1. Os outros quatro degolados foram Haryanta, Palmolive, Gutierros e Magnólia Arrependida. Nenhuma grande surpresa, exceto a Sauber ter conseguido levar seus dois pilotos para o Q2 — resultado da quebra da Mercedes, da rodada de Wehrlein, da péssima forma da Renault.

Os treinos voltaram ao que eram antes, vocês sabem. A classificação modelo “dança das cadeiras” foi abandonada e relegada ao lixo da História sem nem ter tido chance de se defender. Então, no Q2, as coisas seguiam na maior das normalidades quando a roda dianteira esquerda de Hülkenberg saiu correndo na frente do carro da Force India. Alguns pilotos estavam em voltas rápidas. Outros, se preparando para sair dos boxes. Bandeira vermelha. Arruinando a vida de muita gente. Caíram os dois brasileiros, Felipe I e Felipe II, El Fodón del Costelón, Bonitton, Grojã e Sonyericsson. A Haas, na China, não vem brilhando. Mas está na média e acho que briga por pontos com o francês. Só para constar.

O Q3 confirmou o favoritismo da Mercedes, embora os vermelhinhos da Ferrari tenham ensaiado alguma coisa — Raikkonen chegou a liderar a tabela de tempos. No fim, ambos, Kimi e Tião Italiano, foram superados por Ricciardo. E ficaram com a segunda fila. Sapattos fez um ótimo quinto lugar, seguido por K-Vyado, Maria do Bairro (finalmente a Force India fez algo decente), Sainz Idade, Verstappinho e Massacrado (já que Hulk foi punido). São os dez primeiros no grid.

[bannergoogle] Disse acima que um pódio para Hamilton não deve ser descartado, mas attention, please. Os pneus estão gastando muito em Xangai, por alguma razão insondável — os macios e supermacios esquentam muito rapidamente, passam da temperatura, a coisa está estranha. Ficar muitas voltas com o mesmo jogo pode ser complicado. A estratégia de Lewis será determinante para seu resultado. E um pouco de paciência, também.

Os ventos estão soprando para os lados de Rosberguinho, disso não há dúvida. Tanto que até a Ferrari, suposta e possível ameaça, ficou atrás de um carro da Red Bull.

A fase é boa, alemãozinho. Aproveite!

Agora, algumas notícias do dia:

– Red Bull diz que pode testar o para-brisa de acrílico (ou outro material qualquer) para proteger a cabeça do piloto já nos treinos livres para o GP da Rússia.

– A Mercedes resolveu trocar o motor inteiro de Hamilton, depois de descobrir a origem da falha. Foi no MGH-K, ou MPF-T, ou MTS-T, ou AGU-H, sei lá qual desses.

– Se tinha alguém muito frustrado com o resultado hoje era Vettel. “Tinha mais para tirar do carro, se eu tivesse pilotado bem. Pelo menos para largar em segundo”, falou o alemão da Ferrari, que não se perdoou por ter perdido a primeira fila, na ausência de Hamilton. Ficou em quarto no grid.

FRASE DO DIA
“O melhor que posso fazer é aprender e tirar algo disso. Essas coisas são mandadas para nos testar.”
Lewis Hamilton