Blog do Flavio Gomes
F-1

IS’SAKHIR Ô, Ô (1)

SÃO PAULO (longo fim de semana) – Button em terceiro? É 1º de abril. Só pode. E o Alonso, coitado, tendo de ver tudo da mureta. Mas faz parte. O primeiro dia de treinos no Bahrein serviu para colocar água na fervura da turma da AFEMP (“A Ferrari Está Mais Perto”), que todo ano coloca […]

SÃO PAULO (longo fim de semana)Button em terceiro? É 1º de abril. Só pode. E o Alonso, coitado, tendo de ver tudo da mureta.

Mas faz parte. O primeiro dia de treinos no Bahrein serviu para colocar água na fervura da turma da AFEMP (“A Ferrari Está Mais Perto”), que todo ano coloca a equipe italiana mais próxima de quem está engolindo a categoria — talvez por achar que ela seja a única capaz de chegar no time dominante da vez, como era a Red Bull entre 2010 e 2013, como é agora a Mercedes.

A diferença de Nico-Nico no Fubá, o mais rápido do dia, para Bonitton foi de 1s280. Para a melhor Ferrari, de Raikkonen, o quinto, 1s451. Na frente dos carros vermelhos se enfiou Verstappinho, com um ótimo carro da Toro Rosso — que, no entanto, tem de converter o bom momento em pontos gordos, o que não aconteceu na Austrália.

Se tirarmos os dois carros da Mercedes da tábua de classificação de hoje, restaria um enorme e delicioso equilíbrio entre muitas equipes diferentes. De Button, o terceiro, para Pascal Wê Lá Hein?, o 19º, apenas 1s672. A lerdeza quase absoluta ficaria restrita à Sauber, hoje o pior time do grid, e Rio Haryanta, que é ruim pacas — eu achava que era bom, mas sei lá.

[bannergoogle] Gutierros e Grojã, a dupla da Haas, voltou a andar de forma consistente e mais do que honesta, no meio do pelotão. Deixara para trás, inclusive, o duo (“duo” é muito bom) da Force India, que vem sendo a decepção deste comecinho de ano, dadas as expectativas criadas pelos testes de pré-temporada. A Williams mergulhou na discrição e a Red Bull corre o risco, cada vez mais concreto, de ficar o campeonato todo atrás da filial tororrôssica.

Mesmo com o formato de classificação mantido, não deverá haver nenhuma surpresa lá na frente na definição do grid, com mercêdicos fazendo 1-2. Quer ver é a partir da segunda fila, com vários times brigando por pentelhésimos: Ferrari, Toro Rosso, Red Bull e Williams, com certeza próximos, e até McLaren, se o terceiro lugar de Jenson não tiver sido brincadeira de “April’s Fool”.

Stoffel Nãodorme fez sua estreia pela equipe no lugar de Alonso, El Fodón del Costelón, e completou 55 voltas, andando perto do inglês. Contou que Fernandinho ficou o tempo todo do lado dele, dando instruções. “Ao capotar, saia rápido do carro”, “Se tomar um choque, não se importe com os cabelos arrepiados”, “Quando quebrar, diga apenas ‘de novo'”, “Quando alguém te ultrapassar, diga ‘este motor parece de GP2′” — foram algumas das dicas.

Rosberguinho está andando muito bem. E se repetir domingo, no deserto de Sakhir, a vitória de Melbourne, vai colocar Hamilton em parafuso, o que pode ser muito bom para o campeonato. Adoro crises emocionais de pilotos.

Coisinhas que aconteceram hoje:

– Nando Parrado esteve no paddock. Quem? O uruguaio foi um dos 16 sobreviventes do acidente aéreo de 1972 nos Andes, que ficou famoso porque até carne humana os caras tiveram de comer. Aqui você encontra uma descrição da tragédia. É uma história inacreditável. Parrado se tornou piloto profissional depois disso e hoje dá palestras pelo mundo sobre sobrevivência. Tem um museu em Montevidéu sobre o assunto.

– Médios, macios e supermacios são os três pneus disponíveis para o GP — cada equipe define com alguns dias de antecedência dois tipos que serão usados no fim de semana. Os macios, com 3.190 km rodados e 45 jogos usados, foram os mais “populares”. Os médios rodaram 2.101 km (27 jogos) e os supermacios, 1.343 km (18 jogos).

– Magnólia Arrependida não percebeu que tinha sido chamado para a pesagem no segundo treino livre, foi punido e vai largar dos boxes domingo.

Bernie inventou o “lastro de tempo” como sugestão para definir o grid. Psiquiatras com camisa-de-força foram chamados.