Blog do Flavio Gomes
F-1

MEU FORMATO DE CLASSIFICAÇÃO

SÃO PAULO (te orienta) – Bom, Bernie já sugeriu sorteio, grid invertido e lastro de tempo. Portanto, quando fala numa mini-corrida aos sábados para definir o grid das provas de domingo, a gente não deve se espantar muito. E já que todo mundo está dando palpite, vou dar o meu. O que está realmente morto na […]

largadaaustralia16

SÃO PAULO (te orienta) – Bom, Bernie já sugeriu sorteio, grid invertido e lastro de tempo. Portanto, quando fala numa mini-corrida aos sábados para definir o grid das provas de domingo, a gente não deve se espantar muito.

E já que todo mundo está dando palpite, vou dar o meu.

O que está realmente morto na F-1, num fim de semana de GP, é a sexta-feira. OK, todos têm de treinar, ainda mais numa categoria que proíbe testes privados. Mas a sexta precisa valer mais do que apenas um dia de trabalho intenso. É preciso alguma competição.

Antigamente, já não lembro até qual temporada, a sexta tinha um treino de classificação, que a gente chamava de “oficial”. Os tempos valiam para a formação do grid. O segundo treino “oficial” acontecia no sábado — a denominação era equivocada, porque todos são “oficiais”; a diferença está em “livre”, que não vale nada, e “qualificatório”, ou “de classificação”, que vale para formar o grid. O piloto pegava a melhor volta que tinha feito, na sexta ou no sábado, e era essa que valia para determinar sua posição de largada.

[bannergoogle] Era interessante, porque às vezes o sujeito fazia um temporal na sexta e errava alguma coisa no sábado. Ótimo, o primeiro tempo registrado estava OK, quebrava o galho. Vai esse mesmo. E a importância da sessão produzia o que a gente chamava de “pole provisório” — dava manchete de jornal. O problema é que se os caras andassem com pista seca na sexta e chovesse no sábado, o segundo treino “oficial” perdia todo o sentido — e quase ninguém ia para a pista. O inverso também acontecia: chuva na sexta e previsão de tempo seco no sábado, pista vazia no primeiro treino de classificação. Havia outro probleminha, que com o tempo foi se tornando insolúvel, tamanha a influência das condições de asfalto no desempenho de um carro. A pista é sempre melhor no sábado — mais limpa e emborrachada. Assim, os tempos obtidos na classificação de sexta-feira quase nunca eram melhores que no dia seguinte.

Aí inventaram que a sexta serviria para determinar a ordem de entrada na pista no dia seguinte, o sábado, com voltas lançadas. O mais rápido seria o último a tentar sua volta rápida — no fim da prática, em tese, o asfalto está melhor. Também não lembro o ano, lembrem vocês — é recente. Mas era esquisito, não durou muito.

Para resolver todos os problemas da humanidade, sugiro soma de tempos, para a sexta-feira ter verdadeiramente alguma importância. Faça-se o primeiro treino livre de 90 minutos de manhã. OK. Faça-se mais um à tarde, de 60 minutos. Aí, a última meia hora de treinos da sexta começa a valer para formar o grid. Solta todo mundo na pista, com três de jogos de pneus novos — os mais macios disponíveis. Os tempos obtidos serão somados àqueles que serão registrados no dia seguinte.

E como seria o dia seguinte? Um treininho livre de uma hora de manhã, como é hoje. Depois, eu faria algo mais ou menos como na Fórmula E, dividindo a pilotaiada em grupos.

Primeiro, forma-se um grupo de “elite”, os quatro mais rápidos da sexta-feira. Estes serão os últimos a entrar na pista no sábado para o que pode ser chamado de Q4. Os outros 18 carros serão divididos em três grupos de seis, por sorteio. Cada grupo terá dez minutos para fazer seus tempos, todo mundo junto na pista, e dois jogos de pneus para cada. Serão o Q1, o Q2 e o Q3.

Aí é só pegar a melhor volta de cada piloto, somar com a de sexta-feira e pronto, está montado o grid.

É muito complicado?