Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

SOBRE EMERSON

SÃO PAULO (não é fácil) – Quando, em setembro, saiu o calendário do WEC sem a etapa de São Paulo, postei aqui uma breve nota explicando que os dirigentes da categoria decidiram excluir o Brasil, entre outros motivos, por conta de problemas de organização ocorridos nas etapas de 2012, 2013 e 2014. Todos sabem que Emerson […]

SÃO PAULO (não é fácil) – Quando, em setembro, saiu o calendário do WEC sem a etapa de São Paulo, postei aqui uma breve nota explicando que os dirigentes da categoria decidiram excluir o Brasil, entre outros motivos, por conta de problemas de organização ocorridos nas etapas de 2012, 2013 e 2014. Todos sabem que Emerson Fittipaldi foi o promotor dessas provas, foi seu garoto-propaganda e maior incentivador, e é uma pena que esse campeonato não tenha mais uma etapa por aqui — o WEC é, hoje, gigantesco e espetacular.

[bannergoogle] Na ocasião, mencionei os problemas financeiros pelos quais o bicampeão mundial de F-1, pioneiro de todos, estava passando. Não era exatamente nenhum furo de reportagem. Bastava entrar no site do Tribunal de Justiça de São Paulo para consultar os processos envolvendo suas empresas. Havia, e há, muitos. Essas informações são públicas e podem ser acessadas por qualquer cidadão.

As reclamações de credores eram numerosas e apontavam para uma condição delicada do ex-piloto no que diz respeito a suas finanças. Ontem à noite, a TV Record colocou no ar uma longa reportagem sobre o assunto, avaliando em R$ 27 milhões o valor das dívidas das empresas de Fittipaldi. Foram registradas imagens da retirada, de um de seus escritórios, de carros de corrida, troféus e outros objetos a título de penhora. Teoricamente, serão leiloados para que parte dessas dívidas possa ser quitada. Hoje, o UOL ampliou o tema levantando outros processos e conversando com alguns credores.

Até agora, pessoalmente, Emerson não se manifestou. Segundo nota oficial de sua assessoria, ele está fora do país e suas empresas enfrentam “dificuldades geradas pelo cenário econômico do país”.

Quando se veem as imagens de peças que fazem parte do nosso imaginário de fãs de automobilismo — e de Fittipaldi, claro — sendo confiscadas, a sensação é ruim e dolorosa. É triste, sem dúvida. Como é triste também a situação daqueles que deixaram de receber aquilo a que tinham direito, mergulhando igualmente em uma condição financeira delicada — gente que quebrou, que não sabe se e quando vai ver a cor do dinheiro etc.

Enfim, é triste para todos. Mas a condição de ídolo não deve ser encarada, por ninguém, como salvo-conduto para o que quer que seja. Tomara que Emerson resolva seus problemas. E tomara que todos aqueles que se sentiram prejudicados por ele tenham suas demandas avaliadas e julgadas com isenção e justiça.