Blog do Flavio Gomes
F-1

GRANDE MINARDI

SÃO PAULO (congelado) – Imola vai reviver, no dia 25 de junho, um dos mais belos capítulos da história da F-1. O “Historic Minardi Day” reunirá carros, fãs e ex-pilotos do time italiano que por mais de duas décadas, das temporadas de 1985 a 2005 emprestaram à categoria o verdadeiro espírito das corridas. Américo Teixeira […]

SÃO PAULO (congelado) – Imola vai reviver, no dia 25 de junho, um dos mais belos capítulos da história da F-1. O “Historic Minardi Day” reunirá carros, fãs e ex-pilotos do time italiano que por mais de duas décadas, das temporadas de 1985 a 2005 emprestaram à categoria o verdadeiro espírito das corridas. Américo Teixeira Júnior traz os detalhes aqui.

[bannergoogle] Acompanhei muito de perto a trajetória do time de Faenza, já que cobri praticamente todas as corridas “in loco” entre 1988 e 2005. Era, de longe, a equipe mais simpática de todas, aquela para quem todos torciam, aquela que nos emocionava, alegrava e entristecia.

Alguns desses momentos de euforia e tragédia ficaram marcados na minha memória. O GP da Europa de 1999, por exemplo, em Nürburgring. Corrida doida, vencida por Johnny Herbert, de Stewart, com Trulli, de Prost, e Barrichello, também da Stewart, em terceiro. Naquela prova, Luca Badoer apareceu em quarto, marcaria seus primeiros pontos na F-1, e quebrou a 13 voltas do final.

A imagem do italiano chorando ao lado do carro foi uma das mais devastadoras que já vi. Ninguém acreditava em tamanha crueldade do destino.

Ao longo de sua história de 340 GPs, a Minardi marcou 38 pontos e nunca chegou ao pódio. Três quartos lugares foram seus melhores resultados — duas vezes com Pierluigi Martini (San Marino e Portugal, em 1991) e uma com Christian Fittipaldi (África do Sul/1993). Martini, que era quase móveis & utensílios do time, foi responsável pela única volta liderada em um GP, em 1989 no Estoril, e pela solitária presença na primeira fila registrada pelo time — nos EUA, em 1990.

Mas teve uma sexta-feira, e juro que vou tentar encontrar, que terminou com um carro da Minardi liderando a fila de tempos. Salvo engano, foi em Magny-Cours, num daqueles dias em que chove, chove, de repente para e alguém, naquela janela minúscula de pista secando e com pneus adequados, acaba fazendo um tempo surpreendente.

Vamos fazer o seguinte: vocês procuram aí, enquanto tomo um café para saudar a Minardi. É que lá tomei os melhores espressos da minha vida — acho que já falei disso. Ninguém tirava um ristretto que nem o cara que cuidava da máquina no motorhome.

E a comida era boa pacas. Servida com a arte da culinária italiana e o sorriso daqueles que fazem o que amam, sem se preocupar com glórias efêmeras. Glorioso era estar lá, com dignidade e paixão.

ATUALIZANDO…

O blogueiro Fernando Ramos achou um texto sobre esse primeiro lugar da Minardi em uma sexta-feira na França. Acho que conheço o cara que escreveu. Mas mais curioso que isso é ver quem ficou em primeiro. Verstappen. O pai.