Blog do Flavio Gomes
F-1

FLECHAS NO TEXAS (3)

SÃO PAULO (sorte de campeão) – Bem, a conta de Rosberguinho para as quatro últimas corridas do ano era: três segundos e um terceiro. Primeira missão cumprida. Um segundo em Austin, numa corrida ruim que teve como único destaque individual Fernando Alonso, lutando até o final para conseguir um lindo quinto lugar. Para quem gosta […]

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SÃO PAULO (sorte de campeão) – Bem, a conta de Rosberguinho para as quatro últimas corridas do ano era: três segundos e um terceiro. Primeira missão cumprida. Um segundo em Austin, numa corrida ruim que teve como único destaque individual Fernando Alonso, lutando até o final para conseguir um lindo quinto lugar. Para quem gosta de corridas e de bons pilotos, o espanhol ofereceu um ótimo espetáculo.

Pode parecer pouco. E é. Americano dá um pouco de azar com a F-1. Em Indianápolis, aquele infame GP de 2005 enterrou a categoria no meio-oeste. No Texas, os caras fazem uma baita pista, enchem as arquibancadas (na TV, falou-se em 270 mil pessoas nos três dias), mas no fim das contas a prova acaba não empolgando. Paciência. Às vezes acontece.

Nico-Nico no Fubá, desta vez, ficou totalmente na sombra de Lewis Hamilton, que fez uma prova impecável da largada à bandeirada. Acabou chegando em segundo graças a um safety-car virtual causado por Max Verstappen, que na 30ª volta quebrou, ficou embaçando para tirar o carro da pista e, quando o fez, parou num lugar que exigia sua retirada com um trator.

[bannergoogle]Nos EUA, os caras são meio lentos para essas operações. Então, a direção de prova acionou o dispositivo que faz com que todos reduzam a velocidade, e Rosberg aproveitou para fazer sua segunda parada e ganhar a posição que, naturalmente, seria de Daniel Ricciardo. Ironia do destino. O jovem Max acabou atrapalhando seu companheiro de equipe.

Ricardão assumiu a segunda posição na largada, um pouco por conta dos pneus supermacios, que tracionam melhor, diante dos macios que Rosberg escolheu ontem no Q2. A tendência de quem tinha a borracha mais mole seria de parar muito no início, mas isso acabou não acontecendo. O australiano fez seu pit stop na volta 9, e a dupla da Mercedes veio logo depois, Rosberg na 11ª, Hamilton na 12ª.

As estratégias de pneus não foram idênticas. Nico optou pelos médios, para fazer um segundo stint longo. Lewis foi para macios, estava confortável com eles e bem à frente. Vettel esticou seu primeiro trecho com supermacios por 15 voltas e chegou a liderar a corrida graças a isso. Mas era ilusório. Depois que todo mundo parou, as posições eram praticamente as mesmas da primeira volta: Hamilton, Ricciardo, Rosberg e Verstappen.

Max ensaiou uma aproximação sobre Rosberg, mas não chegou a incomodar de verdade. Ricciardo parou de novo na 26 e colocou médios para ir até o fim. O mesmo fez Verstappen, mas sua parada foi um equívoco. Ele achou que a equipe tinha feito o chamado, mas não tinha ninguém preparado nos boxes para trocar seus pneus. Logo depois, o carro quebrou.

Então a Mercedes aproveitou o safety-car virtual, chamou seus dois pilotos e, assim, Rosberg voltou à pista à frente do canguru sorridente e lá ficou, sem ser importunado. E sem querer inventar nada, porque Hamilton estava bem à frente. O segundo lugar caiu do céu. Se Verstappen estaciona o carro logo, num lugar seguro, assim que percebeu que ia pifar, talvez não houvesse safety-car virtual e Ricciardo, depois da parada de Rosberg, poderia se manter à frente do alemão.

[bannergoogle]Nada de muito notável aconteceu a partir daí. Mas teve uma patacoada da Ferrari, que liberou Raikkonen da sua terceira parada com a pistola presa no pneu, e o finlandês, que fazia boa corrida e estava em quarto, abandonou na saída dos boxes. E, depois, a partir da 45ª volta, a briga pelo quinto lugar que começou com Sainz Jr., Massa e Alonso. O espanhol fez uma linda ultrapassagem sobre Massa na volta 52 e, na última, partiu para cima do conterrâneo da Toro Rosso e, com manobra igualmente bela, ganhou a posição. Felipe teria um pneu furado num roda-a-roda com Alonso e terminaria em sétimo. Sainz Jr. foi o sexto. Pérez em oitavo, Button em nono e Grosjean em décimo fecharam os pontos. Hamilton, Rosberg e Ricciardo levaram troféus para casa e Vettel foi o quarto.

Foi a 50ª vitória da carreira de Lewis, número que impressiona, claro. À frente dele nas estatísticas estão apenas Schumacher, com quase inalcançáveis 91, e Prost, com 51 — o francês deverá ser ultrapassado logo, logo. No ano, o inglês ganhou sete. No Circuito das Américas, quatro — marca que também impressiona, o cara é o rei do Texas.

Nas contas de Rosberg, faltam dois segundos e um terceiro, agora. A diferença é de 26 pontos para Hamilton. Alonso, com o quinto lugar, passou Massa na classificação, feito que merece destaque — a McLaren tem menos carro que a Williams e Fernandinho faz, dentro de suas possibilidades, um ótimo campeonato.

Não vai dar tempo nem de respirar. Semana que vem, México.