SÃO PAULO (de volta de Marte) – Um rápido resumo do que apontaram os treinos da sexta-feira em Interlagos poderia ser assim: a Mercedes vai fazer dobradinha de novo, no grid e na corrida, a Red Bull deve completar o pódio e a surpresa será a Williams.
Hamilton foi o mais rápido nas duas sessões, fazendo o melhor tempo do dia pela manhã, quando a temperatura era um pouco mais civilizada. Depois do almoço, com mais de 30°C na moleira e 50°C no asfalto, nem todos conseguiram melhorar as marcas do primeiro treino. A partir de uma certa temperatura, o piso de Interlagos começa a perder aderência e fica escorregadio. De Voyage, por exemplo, cada 0,1°C a mais no asfalto a partir de 45,876°C representa a perda de 0s00761 nos meus tempos de volta. Dá para perceber imediatamente a queda de rendimento. Sou muito sensível ao volante, e nossas medições são muito precisas.
Como quase sempre acontece em circuitos curtos — nesse quesito, exceto Mônaco, Interlagos se equipara à pista da Áustria –, as equipes fizeram várias duplinhas na folha de tempos. Mercedes em P1 e P2; Williams em P3 e P4; Red Bull em P5 e P6; Ferrari em P7 e P8; McLaren em P10 e P11; Toro Rosso em P12 e P13. Lá para baixo, Force India, Sauber, Haas, Renault e Manor se alternaram. Esperava-se mais dos forceíndicos, que ficaram apenas em nono com Hülkenberg e 14º com Pérez.
O grande barato do dia acabou sendo Alonso. No final do segundo treino, seu carro quebrou e ele estacionou na área de escape da Curva do Sol. Como fizera no ano passado, arrumou uma cadeira para se sentar e esperar a prática terminar. Só que, desta vez, desalojou um cinegrafista e ainda fez graça com sua câmera.
Alonso é muito da zoeira.
Como meu dia foi bem atípico hoje — estive em Marte e voltei –, vou dar uma geral no noticiário e uma subida ao paddock e daqui a pouco volto.
Sim, subida ao paddock. Explico em outro post.