Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MADRUGADA

SÃO PAULO (acho que vocês vão gostar) – O pós-GP vai ganhar algumas bossas a partir desta temporada. Como tem muito rescaldo de corrida, andei pensando numas coisinhas para a seção “Sobre ontem…”. A começar por um cartum do Maurício Falleiros exclusivo para este blog. Falleiros é dono de um traço minimalista muito marcante, e tem […]

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Vettel regendo o hino da Itália: a foto escolhida para hoje

SÃO PAULO (acho que vocês vão gostar) – O pós-GP vai ganhar algumas bossas a partir desta temporada. Como tem muito rescaldo de corrida, andei pensando numas coisinhas para a seção “Sobre ontem…”.

A começar por um cartum do Maurício Falleiros exclusivo para este blog. Falleiros é dono de um traço minimalista muito marcante, e tem um humor breve, direto e ácido. Quem quiser conhecer melhor seu trabalho, é só entrar no seu site, ou então curtir sua página no Facebook. Seus cartuns serão publicados aqui com o subtítulo “F(1)ALLEIROS”. Inventei agora.

(Um blogueiro sugeriu “Falle1ros”, com o “F” e o “1”. Gostei, mudamos.)

[bannergoogle]Teremos também a melhor frase do fim de semana, a foto mais legal e um número relevante pinçado no mar de estatísticas que todo GP produz. E links selecionados do material produzido pela equipe do Grande Prêmio e do GRANDE PREMIUM ao longo do final da semana que, nessa tormenta de informações, às vezes podem ter passado despercebidos.

(Resolvi agora, também, algumas horas depois da publicação original, enfiar mais uma subseção pós-GP: “Gostamos & Não gostamos”. Não se trata de algo como “o melhor da corrida”, ou “o pior da corrida”, nem de dar notas, nem de avaliar algo muito objetivo. Está lá embaixo. Esse troço vai me dar trabalho…)

Então, mãos à obra.

Deixemos a Ferrari de lado por ora, assim como a Mercedes. Começo pelo maior dos perdedores, Fernando Alonso. Gente, que drama vive o espanhol… Que desgraça se abateu sobre o pobre bicampeão, que não ganha um título desde 2006, embora seja listado com um dos três melhores do grid em todos estes anos.

Pior para ele é saber que esteve perto da Mercedes, mas que Toto Wolff desistiu por conta de seu contrato bem amarrado com a Honda e com a McLaren — é o piloto mais bem pago de todos, inclusive — e em nome da harmonia interna na equipe. Mas é mais um que se compadece da situação do asturiano.

E há quem acredite que Alonso pode, simplesmente, pegar sua mochila e cair fora. “Há uma chance de ele deixar a equipe antes do fim da temporada, porque está frustrado uma barbaridade”, disse Mark Webber, que se aposentou no ano passado depois de um tempinho no WEC pela Porsche. O australiano fala com conhecimento de causa. É um dos mais próximos colegas de Fernandinho, raro amigo desses anos todos. E a julgar pelo que falou o espanhol depois do GP da Austrália…

A FRASE DE MELBOURNE

“Poucas vezes tive um carro tão pouco competitivo como nesta corrida. Sem uma boa preparação no inverno, tendo de economizar gasolina de forma brutal. E foi uma das melhores corridas que fiz na minha vida. Só que este fim de semana vai se repetir poucas vezes: 13º na classificação, nos colocamos no Q2, andamos nos pontos por um bom tempo… Acho que vai ser praticamente impossível nas próximas. Quando chegarmos a circuitos normais, nossa posição vai ser muito mais atrás, eu acho.”

Pois é… Olho nessa novela, então. Porque acho que Webber pode estar certo em seu prognóstico. O tamanho da frustração de Alonso creio que nenhum de nós pode medir.

Frustração que também se notou na Mercedes pela derrota, mas em menor intensidade. No fundo, a equipe reconheceu a superioridade da Ferrari. O mesmo Wolff bateu palmas para a rival: “Às vezes se ganha, às vezes se perde. Eles estavam muito fortes”, disse, num rasgo de humildade. É isso aí.

Mas o chefe mercêdico reconheceu que devolver Hamilton à pista atrás de Verstappen não ajudou em nada. E Vettel, que se beneficiou da presepada, admitiu que a presença de Max à frente de Lewis assim que ele saiu dos boxes foi “crucial”. “Dei um pouco de sorte”, resumiu.

E teve mais para a Ferrari comemorar também:

O NÚMERO AUSTRALIANO

Foi a primeira vitória do time vermelho desde 2015, e os italianos também ficaram razoavelmente orgulhosos por registrar a melhor volta da corrida, com Kimi Raikkonen. O finlandês é o piloto em atividade com o maior número de voltas mais rápidas em GPs: 44. Só perde para Schumacher na história, com 77.

Seguindo, algumas indicações de leitura para esta segundona de análises e reflexões sobre aquilo que a primeira corrida do ano deixou de lições. Victor Martins, por exemplo, achou tudo “um horror”. Gabriel Curty e Vitor Fazio também acharam a corrida chata, mas fizeram também uma análise da transmissão da TV gerada pela FOM. Resumo: um desastre, com quase nada de informações, caracteres errados, ausência da classificação da prova na tela… Realmente uma merda. Espero que, na China, os caras acertem a mão. Porque é só repetir o que era feito até o ano passado. Não tem muito segredo.

E fica a pergunta: foi a pior abertura de campeonato dos últimos tempos? Eu não iria a esse limite. De qualquer forma, tem aqui uma lista de dez muito ruins, que o mesmo Fazio preparou no GRANDE PREMIUM. Em comum entre elas, as poucas ultrapassagens — uma dificuldade que, neste ano, pode ser atribuída à turbulência produzida por carros que geram muita turbulência, como contou Hülkenberg.

No mais, lembraremos desta prova de Albert Park pelo soco na mesa de Toto quando Vettel voltou do pit stop em primeiro, pela tela grafitada que foi pintada durante a corrida e autografada pelo vencedor assim que parou o carro (não sei se teremos isso em todas as provas, mas é uma ideia interessante, a tela podia ser leiloada e a grana revertida para algum projeto social), pelas más atuações de Stroll e Magnussen, pelo pit stop de 2s3 da Williams no carro de Massa e por uma frase do engenheiro de Hamilton após o pit stop: “Vamos para o plano B”.

Até agora estou tentando descobrir qual era esse plano B. Lewis, provavelmente, também.

Seguimos os trabalhos com a visão do GP assinada pelo Maurício Falleiros, nosso novo cartunista.

Falle1ros

E para terminar, o adendo criado agora, às 21h20 pelo horário de Brasília, para complicar ainda mais minha vida. Trata-se da subseção “Gostamos & Não Gostamos”. Aquilo que estes olhos (azuis) que a terra há de comer observaram fora do “mainstream” na prova de abertura do Mundial. Espero que vocês também gostem. Ou não gostem. Tem gosto pra tudo.

GOSTAMOS…

…de Antonio Giovinazzi >>>, que foi chamado às pressas para substituir Wehrlein no terceiro treino livre, sábado de manhã, colocou o carro no grid, largou pela primeira vez na vida num GP, nunca tinha andado em Melbourne e saiu-se muito bem, levando o carro da Sauber até o final na 12ª colocação. Fosse esta uma corrida com mais abandonos, poderia até beliscar um pontinho. Parabéns para o italianinho.

NÃO GOSTAMOS…

…de ver <<< Daniel Ricciardo sem seu sorriso cheio de dentes. Precisava ter tanto azar? Bate, troca câmbio, perde cinco posições no grid, quebra quando sai dos boxes, perde duas voltas consertando o carro, abandona com tudo pifado. Parece que há uma maldição que abate pilotos que correm diante de seu público. Barrichello viveu isso em Interlagos por anos a fio.