Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MADRUGADA

SÃO PAULO (faltam horas aos dias) – Hamilton e Vettel estão em lua-de-mel. Ainda não se pegaram na pista, mas ambos demonstram grande admiração mútua. Talvez quando começarem a sair faíscas isso mude. Mas, por enquanto, sobra encantamento, especialmente por parte de Lewis. “É o adversário por quem tenho mais respeito“, disse o inglês. É […]

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Hamilton vence e exalta o respeito que tem pelo rival: por enquanto, só amenidades e elogios

SÃO PAULO (faltam horas aos dias) – Hamilton e Vettel estão em lua-de-mel. Ainda não se pegaram na pista, mas ambos demonstram grande admiração mútua. Talvez quando começarem a sair faíscas isso mude. Mas, por enquanto, sobra encantamento, especialmente por parte de Lewis. “É o adversário por quem tenho mais respeito“, disse o inglês.

É um bom resumo dos sentimentos pós GP da China. A possibilidade de uma briga ponto a ponto até o final entre pilotos de equipes diferentes está animando todo mundo. Ótimo que seja assim. Mas bem que os outros pilotos de Ferrari e Mercedes poderiam participar da festa, não?

[bannergoogle]É o que acha o chefão de Maranello. Depois de um quarto e um quinto lugares apagados, Raikkonen começou a incomodar a cúpula. Sergio Marchionne, presidente da Ferrari, pediu que Maurizio Arrivabene chame Kimi para uma conversinha. É possível que o finlandês boceje. E, ao final, reclame que a equipe o deixou encaixotado tempo demais atrás da Red Bull.

Não tem razão. Kimi anda apagado, mesmo.

Ao contrário de Vettel, que parece ter voltado à melhor forma. E ele está em forma também para analisar as coisas. Falando sobre as 54 ultrapassagens de Xangai, fez comparações com o futebol — “tem jogo bom e jogo ruim” — e decretou: a F-1 está de volta. A verdade é que os pilotos estão curtindo esses carrões rápidos como eles nem lembravam que podiam ser.

E os rádios? Aqui tem algumas das comunicações do domingo chinês, e uma delas é bem engraçada: o engenheiro de Bottas chamando seu piloto de “Nico”. Ops! E tem também Alonso dizendo que estava guiando feito “um animal”, o que não ajudou muito, diga-se. Mas motivou nosso Mauricio Falleiros com o cartum de hoje:


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Seguindo, então..

Alguém entendeu por que Vettel não foi punido, apesar de ter parado seu carro no grid pior do que eu no estacionamento da Fox? Ele não levou vantagem? Horner disse que tirou da água. Isso é levar vantagem. Quem estava atrás, se quisesse jogar o carro entre os dois da primeira fila, também pode se sentir prejudicado. O que pode, afinal?

É o que pergunta o chefe da Red Bull. Aguardamos respostas.

Agora, aos destaques avulsos do fim de semana, começando com a melhor frase do dia.

A FRASE DE XANGAI

“Esse menino parece achar muito fácil ultrapassar no molhado. Vou ter de assistir aos vídeos para ver como é que ele faz.”

Lewis, espantado com Verstappen

Hamilton conseguiu um Grand Chelem em Xangai, o que é algo raro na F-1. Trata-se de obter, num mesmo GP, pole, vitória, melhor volta e liderança em todas as voltas. Foi a terceira vez que o inglês obteve a façanha — e apenas 24 pilotos na história fizeram isso.

É um número a ser destacado, mas escolhi outro para não deixar um piloto em particular 100% frustrado com o fim de semana:

O NÚMERO CHINÊS

Acrescentem uma vírgula e um quatro, e temos 336,4 km/h, a maior velocidade registrada no GP da China ontem. E foi Felipe Massa o dono da marca, que não vale absolutamente nada — exceto, talvez, para comprovar que o motor Mercedes é bom, como sempre foi. A corrida do brasileiro, em compensação… Felipe não vai bem na chuva. A Williams não vai bem quando está frio. O resultado foi um 14º lugar pavoroso.

O GP da China, encerrando os trabalhos, também foi marcado pelo esquecimento de Hamilton no pódio. Sim, ele esqueceu o nome de… Verstappen! Deu um branco, o jovem holandês riu, pegou o microfone e falou:  “Max, me chamo Max!”. Lewis riu também, e o piloto da Red Bull ainda tirou uma onda. “This guy”, disse. “Você sempre me chama de this guy.” Acho que não preciso traduzir…

Marcante também a grande atividade nas redes sociais por parte de pilotos e equipes, que os novos donos da F-1 não reprimem — antes, estimulam. No GRANDE PREMIUM tem um apanhado de quase tudo de legal que pingou nas páginas e nos perfis dos envolvidos. Trabalho bem interessante do Renan Martins Frade.

E terminamos, agora de verdade, com nosso “Gostamos & Não Gostamos” na segunda etapa do Mundial, subseção esta que é um sucesso de público e crítica — bom, pelo menos ninguém reclamou, ainda.

GOSTAMOS…

…de Kevin Magnussen >>>, que fez uma corrida das mais honestas e levou o carro da Haas ao oitavo lugar, marcando os primeiros pontos do time no ano. Numa equipe que tem uma estrela muito clara, Grosjean, no fim das contas foi o discreto dinamarquês quem brilhou, e está de parabéns.

 

 

NÃO GOSTAMOS…

…do cancelamento dos <<< treinos na sexta, ainda que o motivo — segurança, por causa do helicóptero que não podia decolar — tenha sido mais do que justo. Talvez os organizadores tivessem de ter elaborado um plano de contingência para todo o fim de semana, e não na correria apenas para do domingo, quando um hospital próximo foi preparado, com um esquema de ambulâncias supersônicas e coisas do tipo.