Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MANHÃ

SÃO PAULO (foi bom, mas foi ruim) – OK, primeira vitória, tem todo um simbolismo, abre uma disputa na Mercedes, blá-blá-blá. Mas começamos nosso rescaldo da corrida de ontem com a imagem mais divertida, já que não tinha como ver a cara de surpresa do Raikkonen dentro do capacete quando contaram a ele que Bottas […]

rus178
Vettel e o dedo para Massa: na falta de emoção, falta de educação

SÃO PAULO (foi bom, mas foi ruim) – OK, primeira vitória, tem todo um simbolismo, abre uma disputa na Mercedes, blá-blá-blá. Mas começamos nosso rescaldo da corrida de ontem com a imagem mais divertida, já que não tinha como ver a cara de surpresa do Raikkonen dentro do capacete quando contaram a ele que Bottas era o líder da corrida. Estou falando do dedo do meio que Vettel mandou para Massa no finalzinho da prova, quando o brasileiro, na condição de retardatário, acabou atrapalhando o alemão.

[bannergoogle]Não mudou a história da corrida e foi apenas um chilique desnecessário de Tião Italiano. Felipe não prejudicou ninguém de propósito. Vettel deu azar de chegar nele num lugar onde só tirando o carro da pista para deixar o outro passar. Acontece. Apesar disso, Toto Wolff tirou um sarrinho. “Vamos pagar uma cerveja para ele”, falou.

Agora vamos ao resto.

Sempre que um cara ganha uma corrida pela primeira vez, um oceano de números é produzido na F-1. Fiquemos com um deles em especial:

O NÚMERO RUSSO

…pilotos finlandeses, agora, estão na galeria dos vencedores de GPs. Além de Bottas, Raikkonen (20), Hakkinen (20), Rosberg pai, o Keke (5), e Kovalainen (1). A Finlândia, pois, tem 47 vitórias e perde no ranking dos países apenas para Grã-Bretanha, Alemanha, Brasil e França. Dois finlandeses no pódio, como ontem,é algo que já havia sido visto antes, no Japão em 2007 (Kovalainen em 2º e Kimi em 3º), e em 2008 na Malásia (vitória de Kimi, Kova em 3º) e na Hungria (Kova em 1º e Kimi em 3º). 

Bottas tornou-se o 107º a ganhar uma corrida na história da F-1. O último vencedor inédito tinha sido Verstappen na Espanha, no ano passado. Valtteri levou 81 GPs para ganhar pela primeira vez, mas outros dez pilotos na história demoraram bem mais. Um deles é Rosberguinho, a quem substitui, que penou por 111 GPs até chegar lá. O recordista é Mark Webber, com uma espera de 130 corridas.

A melhor volta da corrida de ontem foi de Raikkonen, pela 45ª vez na carreira. Só Schumacher tem mais, 77. Dos que estão em atividade, Hamilton é quem mais se aproxima, com 33. Falando nele, Kimi, acho difícil uma frase mais marcante nesta corrida russa do que a do ferrarista quando informado pelo rádio de que Bottas era o líder. A ela, então:

Kimi: líder, que líder?

A FRASE DE SÓCHI

“Bottas? Como é que vim parar atrás dele? [“Ele está liderando a prova desde o início, Kimi”, respondeu o engenheiro]. OK, pensei que era o outro.”

Faltou dizer ontem também que a Sauber confirmou que terá a Honda como sua nova fornecedora de motores a partir do ano que vem. É uma temeridade, mas certamente será bom financeiramente para a equipe suíça. Desconfio que o acordo comercial tenha sido bem favorável, quase a custo zero. E talvez seja bom para os japoneses um outro time para ajudar a solucionar seus problemas, que parecem não ter fim.

A coisa está feia demais. Alonso, ontem, nem conseguiu largar. Na volta de apresentação o ERS falou e ele largou o carro no meio da pista. “Todo fim de semana é a mesma coisa”, balbuciou o pobre espanhol. Há limites para tanta iniquidade. Ninguém entende como a Honda pode produzir motores tão ruins e pouco confiáveis. A coisa está tão feia que rolam boatos sobre uma troca no ano que vem. A McLaren estaria conversando com a Mercedes para o ano que vem. Todos negam. E, sinceramente, acho muito difícil.

[bannergoogle]O resumo da ópera para El Fodón de La Depresión é que com quatro abandonos em quatro corridas, o cara já registra seu pior início de temporada desde que estreou na F-1, em 2001, pela extinta Minardi. Agora é trocar o chip e pensar na Indy. Quarta-feira ele começa a andar com o carro da McLaren-Andretti já de olho nas 500 Milhas de Indianápolis. Tomara que não quebre nada. Caso contrário, suicídio à vista.

Igualmente faltou destacar ontem que Stroll terminou um GP pela primeira vez, embora tenha deixado seu carimbo ao rodar sozinho na largada. Ao menos não bateu em ninguém. Já é alguma coisa. Ah, e faltou um número interessante, que a Mercedes informou: Bottas foi o responsável pelo 400º pódio da marca na F-1. Palmas para ela que ela merece. A equipe lidera o Mundial de Construtores, diga-se, com 136 pontos, apenas um à frente da Ferrari.

E falando em pontos, vamos à consagrada sub-seção “Gostamos & Não gostamos”, ela não falha nunca!

Force India: pontos

GOSTAMOS…

…da Force India >>>, que terminou a prova em sexto (Pérez) e sétimo (Ocon), sendo a única, além de Mercedes e Ferrari, a pontuar com seus dois carros nas quatro provas do ano. A equipe, aliás, vem de uma incrível sequência de 16 provas pontuando. E Pérez está há 14 corridas marcando, também.

Grosjean: erro feio

NÃO GOSTAMOS…

…de <<< Grosjean, que largou na última fila, bateu em Palmer, não reconheceu o erro e, na real, só fez de bom neste ano a classificação na Austrália. Está precisando colocar a cabecinha no lugar, o francês da Haas. Que é ótimo piloto.

Outro assunto que não pode passar batido: a presença de Bernie Ecclestone em Sóchi. Ele é brother de Putin e foi ouvido sobre a cascata do prefeito de São Paulo, de que estaria interessado em comprar Interlagos. “Sem chance”, encerrou o assunto o ex-dono da F-1. Acrescentou que o contrato até 2020 está garantido para a corrida de São Paulo. O que acontecer depois disso, pois, será responsabilidade do rapaz que pendura pulôver nos ombros.

E terminamos com nosso cartum exclusivo do Maurício Falleiros, que como sempre pescou a alma do GP da Rússia.

Falle1ros