Blog do Flavio Gomes
F-1

BELEZA AMERICANA (2)

SÃO PAULO (imparável) – O quadrinho aí em cima mostra: Hamilton é mesmo um dos melhores de todos os tempos. Claro que não só por esses números — no caso, a pole nos EUA levou a um novo recorde, o de presenças na primeira fila, batendo a marca de Schumacher. Mas pelo que está guiando, […]

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SÃO PAULO (imparável) – O quadrinho aí em cima mostra: Hamilton é mesmo um dos melhores de todos os tempos. Claro que não só por esses números — no caso, a pole nos EUA levou a um novo recorde, o de presenças na primeira fila, batendo a marca de Schumacher. Mas pelo que está guiando, especialmente nesta segunda metade de temporada. Um tsunami que não está dando chance nenhuma de reação a Vettel. E que só vai parar de fazer estrago quando conquistar o tetra matematicamente.

Acho difícil fechar o campeonato amanhã, já que o alemão está em segundo no grid, fez uma grande volta no final do Q3 para se colocar ao lado do rival, tem boas chances de chegar ao pódio, mas para isso precisou suar sangue e, mesmo assim, a diferença foi de 0s239. E Lewis, que já tinha feito seu tempo na primeira tentativa, não se esforçou muito para baixar ainda mais na segunda volta rápida. Até abriu bem o giro, mas no final desencanou. Se precisasse, creio que entraria na casa espantosa de 1min32s.

Hamilton, Vettel, Bottas e Ricciardo foram os quatro primeiros em Austin, com Raikkonen em quinto seguido por Verstappinho (punido, larga lá atrás com pneus supermacios e vai esticar o primeiro stint, tática tão óbvia quando necessária), o ótimo Ocon, o igualmente ótimo Sainz Jr., estreando muito bem na Renault, o excelente Alonso e Pérez, fechando os dez primeiros.

Além das 117 primeiras filas, Hamilton empilhou ontem a pole 72 de sua carreira, 11ª no ano. Ganhou quatro das cinco edições do GP dos EUA no Texas e, salvo algum imprevisto, leva de novo amanhã. A classificação apenas confirmou tudo que ele fizera nos treinos livres, fechando todas as sessões na primeira posição.

Não houve nenhuma grande surpresa no restante do grid. No Q1 caíram Ericsson, Stroll, Hartley, Wehrlein e Magnussen. Nessa primeira parte do treino, a novidade foi ver Massa em sexto. Mas o sonho de uma tarde de outono acabou no Q2, quando o brasileiro foi eliminado ao lado de Kvyat, Vandoorne, Grosjean e Hülkenberg.

[bannergoogle]O alemão da Renault, com perda de posições prevista por troca de sei lá o quê, andou testando umas coisinhas para 2018, como informou o repórter Guilherme Pereira no Sportv. Mas já deu para ver que vai sofrer nas mãos do novo companheiro de equipe, que foi quinto colocado no Q1 e passou sossegado em oitavo no Q2.

A pole de Lewis não foi ameaçada em nenhum momento. Na primeira rodada de voltas rápidas do Q3, Bottas ficou 0s460 atrás e Vettel não conseguiu nada melhor do que um tempo 0s759 pior — uma distância intransponível. A Red Bull, que ensaiou alguma pressão na sexta, ficou para trás. O motor Renault é bom, mas não se aproxima do Mercedes. Numa pista que tem uma pirambeira como a que leva à Curva 1, não tem milagre. É preciso potência.

E potência está sobrando no carro alemão, assim como o talento de Lewis. Cabeça boa, tranquilo, soberano, sem sombra interna, sem ameaças externas. Quando um piloto assim tem um carro assado, ninguém segura.