Blog do Flavio Gomes
F-1

LEMBRANDO 97

RIO (eram bons tempos) – Hoje está fazendo 20 anos da conquista de Jacques Villeneuve em Jerez. A disputa do título de 1997 foi a mais legal que acompanhei como repórter, por todo o drama ao longo do ano envolvendo um piloto que já era quase um veterano, e sem dúvida a maior estrela da companhia […]

suzuka97aRIO (eram bons tempos) – Hoje está fazendo 20 anos da conquista de Jacques Villeneuve em Jerez. A disputa do título de 1997 foi a mais legal que acompanhei como repórter, por todo o drama ao longo do ano envolvendo um piloto que já era quase um veterano, e sem dúvida a maior estrela da companhia — Schumacher –, e um garoto que carregava um sobrenome histórico e se comportava como um outsider naquele mundo hermético ao qual foi convocado, depois de brilhar no automobilismo americano.

A Evelyn Guimarães ouviu Villeneuve em Austin, e ele lembrou daquele GP da Europa com carinho e riqueza de detalhes. Também tenho minhas lembranças, claro, mas quase nada de registros fotográficos. Naqueles tempos não andávamos com celulares no bolso para fotografar e filmar a vida.

Mas alguns amigos faziam isso por nós… Essa imagem aí do lado é da corrida anterior, em Suzuka. Foi o ápice da tensão naquele campeonato, quando Villeneuve foi desclassificado da prova. Tudo começara no sábado. Jacques desrespeitou bandeiras amarelas no treino livre e, como era reincidente, a FIA o suspendeu por uma corrida.

A Williams apelou da decisão e Jacques correu sob liminar, depois de fazer a pole. Terminaria em quinto, com vitória de Schumacher. A equipe, então, retirou a ação e ele foi desclassificado, perdendo os pontos.

Só de olhar, não saberia dizer se essa foto foi tirada depois da corrida, quando Villeneuve soube da desclassificação, ou no sábado, quando foi suspenso. Mas graças ao charme das datas impressas pelas câmeras dá para ver direitinho: 12 de outubro de 1997, portanto no dia do GP.

Só sei que ouvir os pilotos não era lá muito fácil naquela época, como minha posição privilegiada, pendurado na grade, mostra com bastante eloquência. Não tinha essa história de coletiva com hora marcada, salinha com cadeiras e microfone para cada um fazer sua pergunta. Mas tudo era muito mais divertido e autêntico.

Naquela noite, depois da tempoestade, a gente foi ao karaokê do hotel de Suzuka encher a cara de saquê e Jacques estava lá de boa, cantando e bebendo. Tenho algumas fotos, também, só não sei onde estão. Uma hora encontro.