Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MADRUGADA

RIO (mais um adeus) – E tem como ser diferente? Quando as coisas quebram, não colam mais. É o caso, inclusive, de uma vela. Já viram uma vela de carro? É uma das peças mais bonitas de um motor a explosão. Tem um formato elegante, é feita de materiais nobres, produz faíscas, sim, faíscas, sem […]

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Vettel em Suzuka: adeus ao título

RIO (mais um adeus) – E tem como ser diferente? Quando as coisas quebram, não colam mais.

É o caso, inclusive, de uma vela. Já viram uma vela de carro? É uma das peças mais bonitas de um motor a explosão. Tem um formato elegante, é feita de materiais nobres, produz faíscas, sim, faíscas, sem as quais todo o processo que transforma gasolina em movimento seria impossível. Uma faísca, o fogo, elemento primordial que mudou a história da humanidade depois que o primeiro australopiteco se encheu de comer comida crua e grelhou um peixe, e nunca mais as coisas foram iguais.

Pois a vela quebrou. Uma delas.

A vela: culpada de todos os males

A Ferrari jogou a culpa na NGK. Bem, alguém seria culpado, sempre há um culpado, mesmo quando você não sabe do que se trata. Fica aqui toda minha solidariedade à vela, esta incompreendida. Aproveito para informar que uso muito NGK nos meus DKWs, e elas são ótimas. Se encharcam, e isso acontece de vez em quando, é por culpa minha, absolutamente minha. E porque motores dois tempos são tinhosos e temperamentais.

Adoro a caixinha amarela. Sou fã.

Vamos em frente.

Houve uma despedida das mais civilizadas em Suzuka, a da Jolyon Palmer, da Renault. Ele agradeceu ao time, gravou vídeo, foi muito sincero ao admitir que a decisão é compreensível, desejou sorte a Sainz Jr. e disse a…

FRASE DE SUZUKA

Palmer: adeus à F-1

“Não sei o que vou fazer ainda. Agora vou me sentar no sofá, colocar os pés para cima e comer muito.”
Palmer, sobre os planos para o futuro depois de três anos vinculado à fábrica francesa. Para quem não quiser ficar com muita pena, segue um vídeo de cinco minutos com todas as cagadas que fez na F-1. A gente pega leve, mas precisa dar uma zoada, também…

Com a saída de Palmer, Fernando Alonso perde uma de suas vítimas preferidas, ele que passou o ano xingando o inglês nos seus frequentes encontros pelas curvas da vida no fundo do pelotão.

Mas o espanhol também merece puxões de orelha por algumas atitudes, como ontem ao ficar na frente de Verstappen na última volta da corrida, atrapalhando uma eventual tentativa de ultrapassagem sobre Hamilton. Levou dois pontos na carteira. E não reclama, que estamos calmos.

Se bem que Verstappinho nem se queixou. Falou que não daria para ultrapassar, mesmo, porque reparou que quando Lewis ficou de cara para o vento, ao se livrar de Alonso e Massa, voltou a andar forte. E notou que a Mercedes tem alguma dificuldade quando anda atrás de outros carros, mesmo que a alguma distância, perdendo pressão aerodinâmica.

Uma vez livre e solta, vai embora.

O NÚMERO JAPONÊS

…vitórias pela Mercedes Hamilton alcançou ontem. Já são 61 na carreira. E todas com os motores alemães, já que era essa a parceira da McLaren quando ele corria lá. Outro número redondo mercêdico: Bottas, autor da melhor volta, cravou a 150ª volta mais rápida em corrida da equipe alemã. Os caras não estão para brincadeira.

Hamilton, como se sabe, pode ser campeão matematicamente na próxima etapa, em Austin. As contas para que isso aconteça estão aqui. Basicamente, vencer e torcer para Vettel não passar de um sexto lugar. Não é tão difícil, considerando o momento da Ferrari.

Vettel, apesar de tudo, poupou a equipe de críticas e disse que o time precisa ser “protegido”, nesse momento em que todos em Maranello, do porteiro ao cozinheiro, serão malhados implacavelmente pela imprensa, a italiana em especial.

Mas não dá para deixar de tirar uma onda. Aliás, nosso cartunista oficial Maurício Falleiros não perdeu a chance…

Falle1ros

[bannergoogle]Notícia de hoje que merece algum destaque é a dúvida da Toro Rosso quanto ao seu segundo carro nos EUA. Kvyat volta, já se sabe, Sainz se mandou para a Renault e Gasly… Gasly tem uma decisão de campeonato em Suzuka, da Super Fórmula. Com grandes chances de ser campeão. Ele disse que, por dependesse de sua vontade, correria em Austin e mandaria a categoria japonesa às favas, mas parece que não vai ser bem assim. Até amanhã o time promete revelar quem será o eleito. Falou-se em Buemi, mas como ele tem contrato com a Toyota e a Toro Rosso, agora, é Honda Futebol Clube, o nome foi riscado da lista.

Aliás, é a Honda que quer Gasly em Suzuka. Helmut Marko reconheceu que anunciar a presença do francês nas quatro últimas provas do ano, mesmo sabendo da decisão no Japão, foi um erro. Josef Newgarden, campeão da Indy, está entre os possíveis candidatos. Mas Marko pediu para que parassem de tentar adivinhar. “Amanhã conto”, prometeu.

E para fechar…

GOSTAMOS

Sato: simpatia

…de ver <<< Takuma Sato entrevistando a turma no pódio, justa homenagem a um cara que, afinal, ganhou nada menos que as 500 Milhas de Indianápolis neste ano. E não é que Hamilton “roubou” o anel de vencedor do piloto japonês? Lewis foi muito simpático com Taku. E Taku, como sempre, esbanjou simpatia. De quebra, o inglês ainda deixou no ar — talvez apenas para ser simpático, mesmo — a possibilidade de um dia correr as 500.

NÃO GOSTAMOS

Vandoorne: decepção

…da corrida fraquíssima de Vandoorne >>>, apesar de sua boa posição de largada. Era nono no grid, terminou em 14º. Tudo porque logo no início tentou fazer o que não dava — passar um monte de gente –, errou miseravelmente e caiu para último. Aí, ficou se arrastando sem chances de conseguir nada de proveitoso. Depois de dois sétimos lugares seguidos, teve uma tarde bem ruim, o belga.