Blog do Flavio Gomes
Enigmas & desafios

ENIGMA DO DIA

RIO (cada uma…) – Não sei as razões, mas o indigitado Fábio Seixas me telefonou (ele ainda FALA no telefone) para tentar desvendar o que considera ser a maior dúvida de sua vida: por que no pódio do GP de Mônaco de 1984 Stefan Bellof não aparece em imagem alguma? Pior é que é verdade. […]

RIO (cada uma…) – Não sei as razões, mas o indigitado Fábio Seixas me telefonou (ele ainda FALA no telefone) para tentar desvendar o que considera ser a maior dúvida de sua vida: por que no pódio do GP de Mônaco de 1984 Stefan Bellof não aparece em imagem alguma?

Pior é que é verdade. O alemão, que terminou aquela corrida em terceiro — e, para muita gente, guiou mais que o brasileiro no piso encharcado do Principado –, não é visto nem no vídeo da corrida (abaixo) nem nas fotos disponíveis por aí.

O que teria acontecido?

Bellof corria pela Tyrrell, que acabaria sendo desclassificada ao final daquele ano por usar um engenhoso sistema de lastros falsos em seus carros — verdade absoluta no automobilismo: todo mundo rouba. A equipe era a única que não tinha adotado os motores turbo naquela temporada, e por isso seus carros eram mais leves que os demais. Para atender ao peso mínimo pedido pelo regulamento, teria de colocar lastros no carro.

[bannergoogle]Mas o time, malandrão, largava com o carro mais leve e ao final das corridas, antes da vistoria técnica, podia recolocar água nos seus tanques de refrigeração. Só que em vez de água, injetava a alta pressão uma poção mágica que tinha até bolinhas de chumbo, aumentando o peso do carro em até 60 kg, dizia-se na época.

Às vezes as bolinhas rolavam pelo asfalto dos boxes. Desconfiaram, claro, e a FIA tirou todos os resultados do time no ano, seus pontos e a grana para bancar o transporte no ano seguinte. A Tyrrell começou a morrer aí.

De qualquer modo, Bellof fez um corridão em Mônaco, na prova vencida por Alain Prost depois da interrupção por conta da chuva, quando Senna se aproximava rapidamente do francês da McLaren. Como não tinham sido percorridas 75% das voltas previstas, a pontuação foi contada pela metade. Prost levou 4,5 pontos em vez de nove, e perderia o título para seu companheiro Niki Lauda por meio ponto, o que não deixa de ser uma ironia do destino.

O diretor de prova, Jacky Ickx, tomou a decisão sozinho e até hoje alega que os parâmetros de segurança da F-1 foram modificados a partir daquela corrida. Antes, segundo o belga, corria-se em qualquer condição de pista, mesmo se elas fossem uma ameaça à vida dos pilotos. Senna, disso eu lembro, concordou com a interrupção da prova.

Mas nada disso explica a ausência de Bellof do pódio monegasco. Alguém tem ideia do motivo?