Blog do Flavio Gomes
F-1

MONIQUINHAS (3)

SÃO PAULO (zzz) – Bom, não foi lá essas coisas. Mônaco tem disso. Às vezes suas corridas são bem chatas. Quando ninguém comete erros, não há batidas, safety-car, chuva, é assim. Neguinho larga e chega onde largou. Acontece. Aconteceu hoje. A única coisa boa da prova foi ver a justiça ser feita a Ricardão. O […]

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SÃO PAULO (zzz) – Bom, não foi lá essas coisas. Mônaco tem disso. Às vezes suas corridas são bem chatas. Quando ninguém comete erros, não há batidas, safety-car, chuva, é assim. Neguinho larga e chega onde largou. Acontece. Aconteceu hoje.

A única coisa boa da prova foi ver a justiça ser feita a Ricardão. O cara foi o mais rápido em todos os treinos, fez a pole e liderou todas as voltas. A vitória que ele deixou escapar em 2016, por conta de uma trapalhada da Red Bull, desta vez veio sem sobressaltos. Talvez um sustinho técnico, na altura da 29ª volta, quando seu carro, aparentemente, perdeu potência permitindo a aproximação de Vettel. A comunicação de rádio se tornou frenética, com o australiano querendo saber exatamente o que estava acontecendo. Num determinado momento, o time disse que já sabia e procurou tranquilizá-lo.

E o problema, fosse qual fosse (ainda não recebi os informes da equipe), acabou sendo resolvido. E mesmo com um carro um pouco mais lento, Daniel seria capaz de segurar a Ferrari do alemão. Afinal, trata-se de Monte Carlo. Onde ninguém passa ninguém.

[bannergoogle]Nem Verstappen, que largou em último e chegou em nono. Passou gente, é verdade. Mas ultrapassagem para valer, mesmo, foi fazer só na volta 58, sobre Sainz Jr., por fora, na saída do Túnel. Bela manobra, diga-se, a única com algum grau de dificuldade. Essa escalada de posições, porém, só foi possível porque Max esticou seu primeiro stint até a volta 48, ganhando bastante terreno sobre a turma que teve de parar antes. Não teve nada de brilhante, sua recuperação. Ele tinha carro para fazer dobradinha com Ricciardo. Só não aconteceu por causa de sua barbeiragem no sábado, ao bater no treino livre. Não pôde nem fazer a classificação e partiu na rabeira. Desperdiçou uma ótima chance.

O GP monegasco foi disputado com tempo nublado e 25ºC de temperatura. A Mercedes, em rara corrida sem favoritismo, tratou de minimizar seus prejuízos com uma corrida, digamos, de segurança para Hamilton. O inglês parou na volta 12 com seus pneus hipermacios em más condições, problema que o time enfrentou também no carro de Bottas. Lewis foi o primeiro a fazer seu pit stop. Numa pista normal, pelo desgaste que teve até o final, seria necessária uma segunda parada. Mas em Mônaco, não.

Gasly e Hülkenberg foram outros pilotos que demoraram para fazer a parada e, a exemplo de Verstappen, se beneficiaram disso para conseguir boas posições finais. O francês da Toro Rosso trocou seus pneus na volta 37 e chegou em sétimo. O alemão da Renault só foi parar na 51ª e recebeu a quadriculada em oitavo. Os seis primeiros (Ricciardo, Vettel, Hamilton, Raikkonen, Bottas e Ocon) terminaram exatamente nas posições em que começaram.

[bannergoogle]Houve dois pequenos dramas na corrida. Um com Alonso, que quebrou o câmbio quando ocupava o sétimo lugar, abandonando pela primeira vez no ano. E outro com Leclerc e Hartley, a seis voltas do fim. O monegasco perdeu os freios e encheu a traseira do neo-zelandês na saída do Túnel. Felizmente ninguém se machucou. Nem safety-car foi necessário.

E foi só. No 250º GP da história da Red Bull, o resultado acabou sendo previsível e merecido. Seu carro é ideal para esse tipo de pista, onde a potência é menos importante que o equilíbrio. Para Hamilton, um terceiro lugar ficou de bom tamanho. Para Vettel, chegar à frente do inglês era a prioridade, e conseguiu. Saíram todos satisfeitos.

Menos o público.